Traços de história de vida e o efeito do querido inimigo em João-de-barro (Furnariidae: Furnarius rufus)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Amorim, Paulo Sérgio Pereira de
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00043
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12610
Resumo: Os efeitos do querido inimigo e do vizinho desagradável são antagônicos e subjacentes à discriminação vizinho-estranho, sendo responsáveis pela redução de custos territoriais e pouco investigados em espécies de canto inato, como Suboscines. Enquanto o território contém recursos monopolizados, a área de vida retém recursos compartilhados. Além de variarem temporalmente em tamanho em função de fatores abióticos e bióticos, o uso destas regiões afeta os padrões de dispersão dos indivíduos. Por dispersão, entende-se a movimentação entre paisagens que é conduzida por jovens com a chegada da maturidade sexual ou de adultos com a chegada da estação reprodutiva. Neste estudo, desenvolvemos um protocolo de captura de aves territoriais de vida urbana usando rede-de-neblina e emissão de playbacks e que nos permitiu investigar experimentalmente a capacidade de discriminação vizinho-estranho no Joãode-barro (Furnariidae: Furnarius rufus), espécie Suboscine com alta fidelidade de território e que ambos os sexos cooperam à defesa do território contra competidores vizinhos e estranhos. Em adição, estimamos a área de vida e o território de casais da espécie em áreas urbanas e rural ao longo das estações reprodutiva e não-reprodutiva, descrevendo a duração das alianças, a dispersão tardia de jovens e de divórcio entre adultos. Nossos resultados mostraram que os casais de João-de-barro foram mais tolerantes a interações territoriais simuladas com dueto de vizinhos, não havendo diferença entre os sexos na resposta agressiva. Além disso, a agressividade dos proprietários contra vizinhos em relação a estranhos independeu da fenologia reprodutiva, ainda que tenha sido mais intensa para ambos os competidores no período reprodutivo e contra invasões simuladas do território. A densidade de vizinhos pouco influenciou na agressão dos proprietários, porém observamos que a agressividade aumentou quando a simulação ocorreu próximo ao indivíduo e em territórios cujos 13 limites territoriais vizinhos eram mais distantes. Observamos, ainda, que uma população urbana e uma rural da espécie apresentaram áreas de vida maiores no período reprodutivo, especialmente em ambiente urbano. Os territórios monitorados permaneceram estáveis ao longo do ano em uma das populações urbanas e foram maiores no período não-reprodutivo em outra população urbana, sendo o seu tamanho variável entre essas populações urbanas ao longo da fenologia reprodutiva. Três eventos de dispersão tardia foram registrados no período reprodutivo e 26 divórcios ao longo das estações. As chances de divórcio foram semelhantes entre os sexos, mas fêmeas foram mais substituídas na estação reprodutiva e machos na não-reprodutiva. No geral, nossos resultados sugerem que o João-de-barro é capaz de discriminar duetos com base na familiaridade com os indivíduos que os produzem, sendo casais estranhos mais ameaçadores que vizinhos ao longo de todo o ano. Além disso, os resultados evidenciam que as populações rural e urbana utilizam o habitat de forma distinta, como uma possível consequência da oferta local de recursos. A dispersão natal foi menor na área urbana comparada aos valores conhecidos na literatura. Além disso, as diferenças nos comportamentos de divórcio observados para fêmeas e machos sugerem estratégias sexuais distintas. Ainda que limitados a poucas populações habitantes de áreas muito distintas, esta dissertação preenche lacunas importantes sobre a história natural de Joãode-barro e fomenta questões distais possíveis de serem exploradas em estudos futuros.
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Nossos resultados mostraram que os casais de João-de-barro foram mais tolerantes a interações territoriais simuladas com dueto de vizinhos, não havendo diferença entre os sexos na resposta agressiva. Além disso, a agressividade dos proprietários contra vizinhos em relação a estranhos independeu da fenologia reprodutiva, ainda que tenha sido mais intensa para ambos os competidores no período reprodutivo e contra invasões simuladas do território. A densidade de vizinhos pouco influenciou na agressão dos proprietários, porém observamos que a agressividade aumentou quando a simulação ocorreu próximo ao indivíduo e em territórios cujos 13 limites territoriais vizinhos eram mais distantes. Observamos, ainda, que uma população urbana e uma rural da espécie apresentaram áreas de vida maiores no período reprodutivo, especialmente em ambiente urbano. Os territórios monitorados permaneceram estáveis ao longo do ano em uma das populações urbanas e foram maiores no período não-reprodutivo em outra população urbana, sendo o seu tamanho variável entre essas populações urbanas ao longo da fenologia reprodutiva. Três eventos de dispersão tardia foram registrados no período reprodutivo e 26 divórcios ao longo das estações. As chances de divórcio foram semelhantes entre os sexos, mas fêmeas foram mais substituídas na estação reprodutiva e machos na não-reprodutiva. No geral, nossos resultados sugerem que o João-de-barro é capaz de discriminar duetos com base na familiaridade com os indivíduos que os produzem, sendo casais estranhos mais ameaçadores que vizinhos ao longo de todo o ano. Além disso, os resultados evidenciam que as populações rural e urbana utilizam o habitat de forma distinta, como uma possível consequência da oferta local de recursos. A dispersão natal foi menor na área urbana comparada aos valores conhecidos na literatura. Além disso, as diferenças nos comportamentos de divórcio observados para fêmeas e machos sugerem estratégias sexuais distintas. Ainda que limitados a poucas populações habitantes de áreas muito distintas, esta dissertação preenche lacunas importantes sobre a história natural de Joãode-barro e fomenta questões distais possíveis de serem exploradas em estudos futuros.The dear enemy and nasty neighbor are opposites effects and underlying to the neighbor-stranger discrimination, both being responsible for reducing the owners’ territorial costs and thus far little investigated in species with innate song such as the Suboscines. While the territory includes the resources monopolized by the owners, the home-range often contains shared resources. Besidesvarying temporally in size due to abiotic and biotic factors, the way these areas are used may affect the individuals dispersal patterns. Such dispersal refers to the between-landscape movements made by youngs at the sexual maturity onset and by adults at the onset of the breeding season. In this study we developed a new protocol for trapping territorial bird in urban areas using mist nest and playback which allowed us to experimentally investigate the neighborstranger discrimination ability in the Rufous hornero (Furnariidae: Furnarius rufus), a Suboscine species that have high site fidelity and in which both sexes cooperativelly defend their territory against neighbors and strangers. In adittion, we estimated the home-range and territory of couples in urban and rural areas during the breeding and non-breeding seasons, describing the lasting of mate bonds, the delayed dispersal events by juveniles and divorces in adults. Our results showed that Rufous hornero couples were more tolerant to simulated territorial interactions with neighbor duets, with no between-sexes difference on the aggressive response. Beyond that, the owners agressiveness against neighbors, and in contrast to strangers, was independent of the reproductive phenology, although it was more intense towards both competitors in the breeding season and against simulated territorial intrusions. The density of neighbors had litte effect on the owners’s agressiveness, but we observed agressiveness increase when the we simulated the interaction closer to the owner and in scenarios with the larger distances to the neighboring territories . We also observed that an urban and a 15 rural population of specie showed the largest home-range during the breeding season, specialy in the urban environment. The monitored territories remained stable throughout the year in one of the urban populations and were larger in the non-reproductive period in another urban population, with their size varying between urban populations throughout the reproductive phenology. Three delay dispersal events were observed during the breeding season and 26 divorces during the studied seasons. The odds for divorce were similar for both sexes, but females were more replaced during the breeding and males during the non-breeding season. Overal, our results suggest that the Rufous hornero is able to discriminate duets based on familiarity level with the emitters, being strangermore threatening than neighbor couples year-round. Moreover, the results evidence that a rural and an urban popularion of this species uses the habitat in different ways, a likely consequence of local variation in resources supply. The natal dispersal in urban areas was smaller than the values known in the literature. Futhermore, the observed differences in females and males divorces suggest distinct sexual strategies. Although limited to few populations living far appart, this dissertation fills important gaps about the natural history of Rufous hornero whichopen avenues for unfolding future studies.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós Graduação em Biodiversidade e Conservação da NaturezaUFJFBrasilICB – Instituto de Ciências BiológicasAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICASTerritorialidadeDiscriminação vizinho-estranhoDuetoDispersão natalDivórcioSuboscinesProtocolo de capturaTerritorialityNeighbor-stranger discriminationDuetNatal dispersionDivorceSuboscinesTrapping protocolTraços de história de vida e o efeito do querido inimigo em João-de-barro (Furnariidae: Furnarius rufus)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFORIGINALpaulosergiopereiradeamorim.pdfpaulosergiopereiradeamorim.pdfapplication/pdf2770705https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12610/1/paulosergiopereiradeamorim.pdf55bef38bb4d20403e6a22a007ddf47dfMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12610/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12610/3/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD53TEXTpaulosergiopereiradeamorim.pdf.txtpaulosergiopereiradeamorim.pdf.txtExtracted texttext/plain6444https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12610/4/paulosergiopereiradeamorim.pdf.txt1cc22d8b5253ef7b5c621465e80c6ea2MD54THUMBNAILpaulosergiopereiradeamorim.pdf.jpgpaulosergiopereiradeamorim.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1113https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12610/5/paulosergiopereiradeamorim.pdf.jpg71774c36cca62a76e3d27d9b0ba9abfaMD55ufjf/126102021-04-29 05:52:06.029oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/12610Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2021-04-29T08:52:06Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
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