A nominalização em uma perspectiva sintática: estatuto categorial e estrutura funcional do infinitivo nominal no português brasileiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Dalila Maria de
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00038
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12624
Resumo: Esta pesquisa se insere no âmbito dos estudos que investigam a interface entre morfologia e sintaxe, tomando como objeto empírico o fenômeno de nominalização das formas infinitivas no português brasileiro, doravante PB, como em cantar – o cantar. De maneira geral, a nominalização infinitiva está inserida no escopo do fenômeno de formação de palavras conhecido como Conversão Morfológica, definido como o emprego de uma mesma forma linguística em diferentes contextos categoriais sem que ocorra nenhuma alteração morfológica (KEHDI, 1981; CUNHA e CINTRA, 1985; DON, 1993; BAUER e VARELA, 2005). Ao rediscutir as fragilidades das propostas lexicalistas (BASÍLIO, 1982; FLORES, 2013; LIEBER, 2005; VILLALVA, 2013) para o fenômeno da Conversão Morfológica, propomos que a existência de um fenômeno linguístico dessa natureza é, na verdade, uma forte evidência de que a categoria pode ser mais bem compreendida como resultado da organização dos morfemas no interior da palavra e do ambiente sintático propriamente dito em que essa formação se encontra (cf. SOUZA e ARMELIN, 2018). Nesse sentido, assumimos como viés teórico uma perspectiva sintática de formação de palavras, tal como a desenvolvida nos moldes da Morfologia Distribuída, (HALLE e MARANTZ 1993; MARANTZ, 1997 e muitos trabalhos subsequentes), doravante MD, que propõe que palavras, sintagmas e sentenças são construídos no mesmo componente da gramática, a sintaxe. As assunções propostas no âmbito da MD se mostram apropriadas para a análise dos infinitivos nominais, uma vez que as tradicionais categorias lexicais, tais como verbo e nome, por exemplo, não têm estatuto de primitivo dentro do modelo, sendo meramente consequência das relações estruturais que se estabelecem em torno de uma raiz acategorial. Assim, a partir do viés teórico da MD, propomos, neste trabalho, que as propriedades do infinitivo nominal do PB podem ser explicadas através da combinação dos diferentes núcleos funcionais presentes na sua estrutura sintática. A questão de base desta pesquisa é, então, especificar quais são esses núcleos e em que sequência hierárquica eles são organizados na sintaxe. Para tanto, descrevemos as propriedades empíricas dos infinitivos nominais do PB e propomos que eles funcionam como os Nominais de Evento Complexo (Complex Event Nominals), na tipologia de Grimshaw (1990). A partir desse comportamento, argumentamos em favor da existência de três núcleos de natureza verbal na constituição do infinitivo nominal do PB, a saber, (i) o categorizador v, responsável pela categoria verbal da base, pela leitura de evento e pela introdução do argumento interno; (ii) o núcleo Voice (KRATZER, 1996), responsável pela introdução do argumento externo e (iii) o núcleo de Aspecto, que abriga a morfologia de infinitivo. Essa sequência funcional, no entanto, está abaixo de núcleos de natureza nominal, a saber, o categorizador n e o núcleo D, responsáveis pelas propriedades nominais da formação. Essa estrutura sintática é capaz de abarcar as propriedades empíricas do infinitivo nominal, revelando uma forte interação entre morfologia e sintaxe, uma vez que os argumentos presentes na estrutura são inseridos antes mesmo que a forma nominal esteja efetivamente formada na sintaxe. Por fim, se essa análise estiver no caminho correto, então, os infinitivos nominais do PB constituem uma importante evidência (contra GRIMSHAW, 1990; ALEXIADOU, 2001) de que nominalizações zero podem ter estrutura argumental obrigatória.
id UFJF_3ca3eeb53ac5a4cf424aa723b0293ae3
oai_identifier_str oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/12624
network_acronym_str UFJF
network_name_str Repositório Institucional da UFJF
repository_id_str
spelling Armelin, Paula Roberta Gabbaihttp://lattes.cnpq.br/5923553184607536Name, Maria Cristina Lobohttp://lattes.cnpq.br/8383419160703069Rodero Takahira, Aline Garciahttp://lattes.cnpq.br/2962354953058218Minussi, Rafael Diashttp://lattes.cnpq.br/4273179791642866http://lattes.cnpq.br/9225199756837166Souza, Dalila Maria de2021-04-22T13:38:06Z2021-04-222021-04-22T13:38:06Z2021-02-18https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00038https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12624Esta pesquisa se insere no âmbito dos estudos que investigam a interface entre morfologia e sintaxe, tomando como objeto empírico o fenômeno de nominalização das formas infinitivas no português brasileiro, doravante PB, como em cantar – o cantar. De maneira geral, a nominalização infinitiva está inserida no escopo do fenômeno de formação de palavras conhecido como Conversão Morfológica, definido como o emprego de uma mesma forma linguística em diferentes contextos categoriais sem que ocorra nenhuma alteração morfológica (KEHDI, 1981; CUNHA e CINTRA, 1985; DON, 1993; BAUER e VARELA, 2005). Ao rediscutir as fragilidades das propostas lexicalistas (BASÍLIO, 1982; FLORES, 2013; LIEBER, 2005; VILLALVA, 2013) para o fenômeno da Conversão Morfológica, propomos que a existência de um fenômeno linguístico dessa natureza é, na verdade, uma forte evidência de que a categoria pode ser mais bem compreendida como resultado da organização dos morfemas no interior da palavra e do ambiente sintático propriamente dito em que essa formação se encontra (cf. SOUZA e ARMELIN, 2018). Nesse sentido, assumimos como viés teórico uma perspectiva sintática de formação de palavras, tal como a desenvolvida nos moldes da Morfologia Distribuída, (HALLE e MARANTZ 1993; MARANTZ, 1997 e muitos trabalhos subsequentes), doravante MD, que propõe que palavras, sintagmas e sentenças são construídos no mesmo componente da gramática, a sintaxe. As assunções propostas no âmbito da MD se mostram apropriadas para a análise dos infinitivos nominais, uma vez que as tradicionais categorias lexicais, tais como verbo e nome, por exemplo, não têm estatuto de primitivo dentro do modelo, sendo meramente consequência das relações estruturais que se estabelecem em torno de uma raiz acategorial. Assim, a partir do viés teórico da MD, propomos, neste trabalho, que as propriedades do infinitivo nominal do PB podem ser explicadas através da combinação dos diferentes núcleos funcionais presentes na sua estrutura sintática. A questão de base desta pesquisa é, então, especificar quais são esses núcleos e em que sequência hierárquica eles são organizados na sintaxe. Para tanto, descrevemos as propriedades empíricas dos infinitivos nominais do PB e propomos que eles funcionam como os Nominais de Evento Complexo (Complex Event Nominals), na tipologia de Grimshaw (1990). A partir desse comportamento, argumentamos em favor da existência de três núcleos de natureza verbal na constituição do infinitivo nominal do PB, a saber, (i) o categorizador v, responsável pela categoria verbal da base, pela leitura de evento e pela introdução do argumento interno; (ii) o núcleo Voice (KRATZER, 1996), responsável pela introdução do argumento externo e (iii) o núcleo de Aspecto, que abriga a morfologia de infinitivo. Essa sequência funcional, no entanto, está abaixo de núcleos de natureza nominal, a saber, o categorizador n e o núcleo D, responsáveis pelas propriedades nominais da formação. Essa estrutura sintática é capaz de abarcar as propriedades empíricas do infinitivo nominal, revelando uma forte interação entre morfologia e sintaxe, uma vez que os argumentos presentes na estrutura são inseridos antes mesmo que a forma nominal esteja efetivamente formada na sintaxe. Por fim, se essa análise estiver no caminho correto, então, os infinitivos nominais do PB constituem uma importante evidência (contra GRIMSHAW, 1990; ALEXIADOU, 2001) de que nominalizações zero podem ter estrutura argumental obrigatória.This research is part of the studies that investigate the interface between morphology and syntax, taking as an empirical object the nominalization of infinitive forms in Brazilian Portuguese, henceforth PB, as in cantar – o cantar. In general, infinitive nominals are inserted in the scope of the word formation process known as Morphological Conversion, which is defined as the use of the same linguistic form in different categories without any morphological change (KEHDI, 1981; CUNHA and CINTRA, 1985; DON, 1993; BAUER and VARELA, 2005). When re-discussing the weaknesses of lexicalist proposals (BASÍLIO, 1982; FLORES, 2013; LIEBER, 2005; VILLALVA, 2013) for the phenomenon of Morphological Conversion, we propose that the existence of a linguistic phenomenon of this nature is, in fact, a strong evidence that the category may be better understood as a result of the organization of morphemes within the word and the syntactic environment itself in which this formation is found (cf. SOUZA and ARMELIN, 2018). In this sense, we assume as a theoretical background a syntactic perspective of word formation, such as the one developed along the lines of the Distributed Morphology framework (HALLE and MARANTZ 1993; MARANTZ, 1997 and many subsequent works), henceforth MD, which proposes that words, phrases and sentences are built on the same grammar component, the syntax. The assumptions proposed in the scope of the MD approach are appropriate for the analysis of nominal infinitives, since the traditional lexical categories, such as verb and noun, for example, do not have primitive status within this theoretical model, being merely a consequence of the structural relations that are established around an acategorial root. Thus, we propose, in this work, that the properties of the nominal infinitive in BP may be explained through the combination of the different functional heads present in its syntactic structure. The basic question for this research is, then, to specify these heads and the hierarchical sequence in which they are organized in the syntax. For this, we describe the empirical properties of the nominal infinitives of PB and propose that they function as the Complex Event Nominals, in the typology of Grimshaw (1990). Based on this behavior, we argue in favor of the existence of three verbal heads in the constitution of the nominal infinitive in PB, namely, (i) the categorizer v, responsible for the verbal category of the base, for the event reading and for introducing the internal argument; (ii) the Voice head (KRATZER, 1996), responsible for the introduction of the external argument and (iii) the Aspect head, which hosts the infinitive morphology. This functional sequence, however, is below nominal structure, namely, the categorizer n and D, responsible for the nominal properties of the formation. This syntactic structure is able of encompassing the empirical properties of the nominal infinitive, revealing a strong interaction between morphology and syntax, since the arguments present in the structure are inserted before the nominal form is actually formed in the syntax. Finally, if this analysis is on the right track, then the nominal infinitives in BP constitute important evidence (against GRIMSHAW, 1990; ALEXIADOU, 2001) that zero nominalizations may have obligatory argument structure.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Letras: LinguísticaUFJFBrasilFaculdade de LetrasAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRASNominalizaçãoInfinitivoCategoriaEstrutura argumentalNominalizationInfinitiveCategoryArgument structureA nominalização em uma perspectiva sintática: estatuto categorial e estrutura funcional do infinitivo nominal no português brasileiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFORIGINALdalilamariadesouza.pdfdalilamariadesouza.pdfPDF/Aapplication/pdf1310306https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12624/1/dalilamariadesouza.pdf61749649d333cb5b00eb2f6cafdb456fMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12624/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52TEXTdalilamariadesouza.pdf.txtdalilamariadesouza.pdf.txtExtracted texttext/plain248164https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12624/4/dalilamariadesouza.pdf.txt9e6fc8cc3575014424a81a855468af14MD54THUMBNAILdalilamariadesouza.pdf.jpgdalilamariadesouza.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1151https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12624/5/dalilamariadesouza.pdf.jpg3035145042a5adf067622f00fa65634dMD55LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12624/3/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD53ufjf/126242021-04-29 05:31:04.314oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/12624Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2021-04-29T08:31:04Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A nominalização em uma perspectiva sintática: estatuto categorial e estrutura funcional do infinitivo nominal no português brasileiro
title A nominalização em uma perspectiva sintática: estatuto categorial e estrutura funcional do infinitivo nominal no português brasileiro
spellingShingle A nominalização em uma perspectiva sintática: estatuto categorial e estrutura funcional do infinitivo nominal no português brasileiro
Souza, Dalila Maria de
CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS
Nominalização
Infinitivo
Categoria
Estrutura argumental
Nominalization
Infinitive
Category
Argument structure
title_short A nominalização em uma perspectiva sintática: estatuto categorial e estrutura funcional do infinitivo nominal no português brasileiro
title_full A nominalização em uma perspectiva sintática: estatuto categorial e estrutura funcional do infinitivo nominal no português brasileiro
title_fullStr A nominalização em uma perspectiva sintática: estatuto categorial e estrutura funcional do infinitivo nominal no português brasileiro
title_full_unstemmed A nominalização em uma perspectiva sintática: estatuto categorial e estrutura funcional do infinitivo nominal no português brasileiro
title_sort A nominalização em uma perspectiva sintática: estatuto categorial e estrutura funcional do infinitivo nominal no português brasileiro
author Souza, Dalila Maria de
author_facet Souza, Dalila Maria de
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Armelin, Paula Roberta Gabbai
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5923553184607536
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Name, Maria Cristina Lobo
dc.contributor.advisor-co1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/8383419160703069
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Rodero Takahira, Aline Garcia
dc.contributor.referee1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2962354953058218
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Minussi, Rafael Dias
dc.contributor.referee2Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/4273179791642866
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/9225199756837166
dc.contributor.author.fl_str_mv Souza, Dalila Maria de
contributor_str_mv Armelin, Paula Roberta Gabbai
Name, Maria Cristina Lobo
Rodero Takahira, Aline Garcia
Minussi, Rafael Dias
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS
topic CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS
Nominalização
Infinitivo
Categoria
Estrutura argumental
Nominalization
Infinitive
Category
Argument structure
dc.subject.por.fl_str_mv Nominalização
Infinitivo
Categoria
Estrutura argumental
Nominalization
Infinitive
Category
Argument structure
description Esta pesquisa se insere no âmbito dos estudos que investigam a interface entre morfologia e sintaxe, tomando como objeto empírico o fenômeno de nominalização das formas infinitivas no português brasileiro, doravante PB, como em cantar – o cantar. De maneira geral, a nominalização infinitiva está inserida no escopo do fenômeno de formação de palavras conhecido como Conversão Morfológica, definido como o emprego de uma mesma forma linguística em diferentes contextos categoriais sem que ocorra nenhuma alteração morfológica (KEHDI, 1981; CUNHA e CINTRA, 1985; DON, 1993; BAUER e VARELA, 2005). Ao rediscutir as fragilidades das propostas lexicalistas (BASÍLIO, 1982; FLORES, 2013; LIEBER, 2005; VILLALVA, 2013) para o fenômeno da Conversão Morfológica, propomos que a existência de um fenômeno linguístico dessa natureza é, na verdade, uma forte evidência de que a categoria pode ser mais bem compreendida como resultado da organização dos morfemas no interior da palavra e do ambiente sintático propriamente dito em que essa formação se encontra (cf. SOUZA e ARMELIN, 2018). Nesse sentido, assumimos como viés teórico uma perspectiva sintática de formação de palavras, tal como a desenvolvida nos moldes da Morfologia Distribuída, (HALLE e MARANTZ 1993; MARANTZ, 1997 e muitos trabalhos subsequentes), doravante MD, que propõe que palavras, sintagmas e sentenças são construídos no mesmo componente da gramática, a sintaxe. As assunções propostas no âmbito da MD se mostram apropriadas para a análise dos infinitivos nominais, uma vez que as tradicionais categorias lexicais, tais como verbo e nome, por exemplo, não têm estatuto de primitivo dentro do modelo, sendo meramente consequência das relações estruturais que se estabelecem em torno de uma raiz acategorial. Assim, a partir do viés teórico da MD, propomos, neste trabalho, que as propriedades do infinitivo nominal do PB podem ser explicadas através da combinação dos diferentes núcleos funcionais presentes na sua estrutura sintática. A questão de base desta pesquisa é, então, especificar quais são esses núcleos e em que sequência hierárquica eles são organizados na sintaxe. Para tanto, descrevemos as propriedades empíricas dos infinitivos nominais do PB e propomos que eles funcionam como os Nominais de Evento Complexo (Complex Event Nominals), na tipologia de Grimshaw (1990). A partir desse comportamento, argumentamos em favor da existência de três núcleos de natureza verbal na constituição do infinitivo nominal do PB, a saber, (i) o categorizador v, responsável pela categoria verbal da base, pela leitura de evento e pela introdução do argumento interno; (ii) o núcleo Voice (KRATZER, 1996), responsável pela introdução do argumento externo e (iii) o núcleo de Aspecto, que abriga a morfologia de infinitivo. Essa sequência funcional, no entanto, está abaixo de núcleos de natureza nominal, a saber, o categorizador n e o núcleo D, responsáveis pelas propriedades nominais da formação. Essa estrutura sintática é capaz de abarcar as propriedades empíricas do infinitivo nominal, revelando uma forte interação entre morfologia e sintaxe, uma vez que os argumentos presentes na estrutura são inseridos antes mesmo que a forma nominal esteja efetivamente formada na sintaxe. Por fim, se essa análise estiver no caminho correto, então, os infinitivos nominais do PB constituem uma importante evidência (contra GRIMSHAW, 1990; ALEXIADOU, 2001) de que nominalizações zero podem ter estrutura argumental obrigatória.
publishDate 2021
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-04-22T13:38:06Z
dc.date.available.fl_str_mv 2021-04-22
2021-04-22T13:38:06Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2021-02-18
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12624
dc.identifier.doi.pt_BR.fl_str_mv https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00038
url https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00038
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12624
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFJF
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Faculdade de Letras
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFJF
instname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
instacron:UFJF
instname_str Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
instacron_str UFJF
institution UFJF
reponame_str Repositório Institucional da UFJF
collection Repositório Institucional da UFJF
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12624/1/dalilamariadesouza.pdf
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12624/2/license_rdf
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12624/4/dalilamariadesouza.pdf.txt
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12624/5/dalilamariadesouza.pdf.jpg
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12624/3/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 61749649d333cb5b00eb2f6cafdb456f
e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34
9e6fc8cc3575014424a81a855468af14
3035145042a5adf067622f00fa65634d
8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801661245188734976