Angústia e amor na teologia e na psicanálise: Oskar Pfister e sua interlocução com Sigmund Freud

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Albuquerque, Bruno Pinto de
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15484
Resumo: Poucas figuras tiveram uma influência tão significativa, para a história da complexa interação dialogal entre psicanálise e experiência religiosa, quanto Oskar Pfister, pastor em Zurique e interlocutor de Sigmund Freud. Na medida em que o edifício teórico-clínico de um novo saber sobre o psiquismo humano se espraiava, desde Viena, até Zurique, as consequências desta escuta, à qual os psicanalistas se dedicavam em seus consultórios e nas instituições de saúde, alcançaram o ambiente eclesial, ainda que timidamente, inspirando um apaixonado cuidador de almas, a trazer a consideração do inconsciente para dentro da igreja. No trabalho pastoral, este teólogo e psicanalista dedicou-se a tratar variados distúrbios da capacidade amorosa de desfrutar a vida, apropriando-se de conceitos freudianos, para compreender as dinâmicas da fé religiosa de pessoas concretas. Foi assim que, partindo de sua experiência durante décadas dedicadas à cura analítica de almas, o pastor suíço empreendeu uma ampla revisão da história do cristianismo, procurando interpretar diferentes fases, por meio de sua formação nas teologias reformadas pietista e liberal, por um lado, e, por outro, através da metapsicologia freudiana. De modo particular, esta leitura original do cristianismo sublinha os elementos de intensificação e de amenização da angústia, presentes nesta tradição religiosa, correlacionando-os aos movimentos de aproximação ou distanciamento da fonte de amor, que conecta o cristão, segundo sua crença, ao próprio Deus, através de Jesus, o Cristo. Procura-se, então, apresentar e discutir criticamente a tese pfisteriana, segundo a qual, a psicodinâmica inconsciente do cristianismo se caracteriza enquanto tratamento da angústia, através do amor. Destaca-se que a hipótese do autor, tal como formulada em O cristianismo e a angústia, configura-se tal como uma resposta teológica e psicanalítica à crítica freudiana da crença religiosa. Este esforço de reflexão teórica não está isento de dificuldades, pois se, por um lado, a angústia, nos desdobramentos mais avançados da teoria freudiana, não poderia ser reduzida a uma deformação do amor, por outro, a realidade salvífica envolvida na práxis cristã de ágape, em sua dimensão de promessa escatológica, não pode ser reduzida à concepção psicanalítica e freudiana de eros. Não obstante, indicar os caminhos através dos quais foi realizada esta trajetória, mostra-se relevante para salientar a originalidade da proposta pfisteriana, ao construir uma leitura psicanalítica da tradição cristã, que não parte do mesmo ponto de vista do criador da psicanálise, adepto do ateísmo, mas assume, enquanto pressuposto epistemológico, a Revelação anunciada pela fé cristã, enquanto cosmovisão religiosa, esperança soteriológica e imperativo ético. Por fim, procura-se distinguir as deformações piedosas ocorridas na história do cristianismo, através da análise que Pfister empreende do conde Ludwig von Zinzendorf, por um lado, e, por outro, a sublimação criativa, pela via de uma “mística transferencial”, conforme expressão do pastor, que vincularia o crente à pessoa e ao legado de Jesus de Nazaré. Esta conexão com a encarnação amorosa de Deus pode ser, parcialmente, compreendida psicologicamente, sem que, por isto, queira-se reduzi-la a um psicologismo, que desconsidere a dimensão da espiritualidade. Deste modo, conclui-se que uma dimensão fundamental do Evangelho, na perspectiva pfisteriana, consiste em uma experiência de sentir-se chamado, por Cristo, a se dedicar à tarefa de transformação da angústia, própria à condição humana de desamparo fundamental, por meio de uma construção amorosa da própria existência, em constante atitude de nutrição dos vínculos relacionais com Deus, com as outras pessoas e com a natureza.
id UFJF_5f007aa9b4e16c07152002eb2ab8a4c9
oai_identifier_str oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/15484
network_acronym_str UFJF
network_name_str Repositório Institucional da UFJF
repository_id_str
spelling Noé, Sidnei Vilmarhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.doMorano, Carlos Domínguezhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.doRoos, Jonashttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.doAlmeida, Edson Fernando dehttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.doBingemer, Maria Clara Lucchettihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.doMello, Denise Maurano dehttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.doWondracek, Karin Ellen Keplerhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.dohttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.doAlbuquerque, Bruno Pinto de2023-06-07T13:49:39Z2023-06-072023-06-07T13:49:39Z2023-02-24https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15484Poucas figuras tiveram uma influência tão significativa, para a história da complexa interação dialogal entre psicanálise e experiência religiosa, quanto Oskar Pfister, pastor em Zurique e interlocutor de Sigmund Freud. Na medida em que o edifício teórico-clínico de um novo saber sobre o psiquismo humano se espraiava, desde Viena, até Zurique, as consequências desta escuta, à qual os psicanalistas se dedicavam em seus consultórios e nas instituições de saúde, alcançaram o ambiente eclesial, ainda que timidamente, inspirando um apaixonado cuidador de almas, a trazer a consideração do inconsciente para dentro da igreja. No trabalho pastoral, este teólogo e psicanalista dedicou-se a tratar variados distúrbios da capacidade amorosa de desfrutar a vida, apropriando-se de conceitos freudianos, para compreender as dinâmicas da fé religiosa de pessoas concretas. Foi assim que, partindo de sua experiência durante décadas dedicadas à cura analítica de almas, o pastor suíço empreendeu uma ampla revisão da história do cristianismo, procurando interpretar diferentes fases, por meio de sua formação nas teologias reformadas pietista e liberal, por um lado, e, por outro, através da metapsicologia freudiana. De modo particular, esta leitura original do cristianismo sublinha os elementos de intensificação e de amenização da angústia, presentes nesta tradição religiosa, correlacionando-os aos movimentos de aproximação ou distanciamento da fonte de amor, que conecta o cristão, segundo sua crença, ao próprio Deus, através de Jesus, o Cristo. Procura-se, então, apresentar e discutir criticamente a tese pfisteriana, segundo a qual, a psicodinâmica inconsciente do cristianismo se caracteriza enquanto tratamento da angústia, através do amor. Destaca-se que a hipótese do autor, tal como formulada em O cristianismo e a angústia, configura-se tal como uma resposta teológica e psicanalítica à crítica freudiana da crença religiosa. Este esforço de reflexão teórica não está isento de dificuldades, pois se, por um lado, a angústia, nos desdobramentos mais avançados da teoria freudiana, não poderia ser reduzida a uma deformação do amor, por outro, a realidade salvífica envolvida na práxis cristã de ágape, em sua dimensão de promessa escatológica, não pode ser reduzida à concepção psicanalítica e freudiana de eros. Não obstante, indicar os caminhos através dos quais foi realizada esta trajetória, mostra-se relevante para salientar a originalidade da proposta pfisteriana, ao construir uma leitura psicanalítica da tradição cristã, que não parte do mesmo ponto de vista do criador da psicanálise, adepto do ateísmo, mas assume, enquanto pressuposto epistemológico, a Revelação anunciada pela fé cristã, enquanto cosmovisão religiosa, esperança soteriológica e imperativo ético. Por fim, procura-se distinguir as deformações piedosas ocorridas na história do cristianismo, através da análise que Pfister empreende do conde Ludwig von Zinzendorf, por um lado, e, por outro, a sublimação criativa, pela via de uma “mística transferencial”, conforme expressão do pastor, que vincularia o crente à pessoa e ao legado de Jesus de Nazaré. Esta conexão com a encarnação amorosa de Deus pode ser, parcialmente, compreendida psicologicamente, sem que, por isto, queira-se reduzi-la a um psicologismo, que desconsidere a dimensão da espiritualidade. Deste modo, conclui-se que uma dimensão fundamental do Evangelho, na perspectiva pfisteriana, consiste em uma experiência de sentir-se chamado, por Cristo, a se dedicar à tarefa de transformação da angústia, própria à condição humana de desamparo fundamental, por meio de uma construção amorosa da própria existência, em constante atitude de nutrição dos vínculos relacionais com Deus, com as outras pessoas e com a natureza.Few figures had such a significant influence on the history of the complex dialogical interaction between Psychoanalysis and religious experience as Oskar Pfister, pastor in Zurich and Sigmund Freud’s interlocutor. As the theoretical-clinical building of a new knowledge about the human psyche spread, from Vienna to Zurich, the consequences of this listening, to which psychoanalysts dedicated themselves in their offices and health institutions, reached the ecclesial environment, albeit timidly, inspiring a passionate caregiver of souls, to bring the unconscious into the church. In the pastoral work, this theologian and psychoanalyst dedicated himself to treating various disorders of the loving capacity to enjoy life, appropriating Freudian concepts, to understand the dynamics of the religious faith of concrete people. This is how, starting from his experience during decades dedicated to the analytical healing of souls, the Swiss pastor undertook a broad review of the history of Christianity, seeking to interpret different phases, through his training in pietist and liberal reformed theologies, on the one hand, and, on the other hand, through Freudian metapsychology. In particular, this original reading of Christianity underlines the elements of intensification and mitigation of fear, present in this religious tradition, correlating them with the movements of approximation or distancing from the source of love, which connects the Christian, according to their belief, to God himself, through Jesus the Christ. Therefore, we seek to present and critically discuss the Pfisterian thesis, according to which, the unconscious psychodynamics of Christianity is characterized as a treatment of fear through love. It is noteworthy that the author’s hypothesis, as formulated in Christianity and Fear, is configured as a theological and psychoanalytic response to Freud’s critique of religious belief. This effort of theoretical reflection is not exempt from difficulties, because if, on the one hand, in the most advanced developments of Freudian theory, fear could not be reduced to a deformation of love, on the other hand, the salvific reality involved in the Christian praxis of agape, in its dimension of eschatological promise, cannot be reduced to the Psychoanalytic and Freudian conception of eros. Nevertheless, indicating the paths through which this trajectory was carried out, is relevant to highlight the originality of the Pfisterian proposal, when building a psychoanalytic reading of the Christian tradition, which does not start from the same point of view of the creator of Psychoanalysis, adept of the atheism, but assumes, as an epistemological presupposition, the Revelation announced by the Christian faith, as a religious cosmovision, a soteriological hope and an ethical imperative. Finally, an attempt is made to distinguish the pious deformations that occurred in the history of Christianity, through Pfister’s analysis of Count Ludwig von Zinzendorf, on the one hand, and, on the other hand, the creative sublimation, through a “transferential mystique”, according to the pastor’s expression, which would link the believer to the person and legacy of Jesus of Nazareth. This connection with the loving incarnation of God can be partially understood psychologically, without, therefore, wanting to reduce it to a psychologism, which disregards the dimension of spirituality. In this way, it is concluded that a fundamental dimension of the Gospel, in the Pfisterian perspective, consists in an experience of feeling called, by Christ, to dedicate oneself to the task of transforming fear, proper to the human condition of fundamental helplessness, through of a loving construction of one’s own existence, in a constant attitude of nurturing relational bonds with God, with other people and with nature.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Ciência da ReligiãoUFJFBrasilICH – Instituto de Ciências HumanasAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::CIENCIAS HUMANASAngústiaAmorTeologiaPsicanáliseOskar PfisterSigmund FreudFearLoveTheologyPsychoanalysisAngústia e amor na teologia e na psicanálise: Oskar Pfister e sua interlocução com Sigmund Freudinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFORIGINALbrunopintodealbuquerque.pdfbrunopintodealbuquerque.pdfapplication/pdf1590764https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15484/1/brunopintodealbuquerque.pdf6001151e0d10729f911a077285278458MD51TEXTbrunopintodealbuquerque.pdf.txtbrunopintodealbuquerque.pdf.txtExtracted texttext/plain733300https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15484/4/brunopintodealbuquerque.pdf.txtcf1b0ee8b55a98d93357b267ecc6655dMD54THUMBNAILbrunopintodealbuquerque.pdf.jpgbrunopintodealbuquerque.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1322https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15484/5/brunopintodealbuquerque.pdf.jpgdceb937e425179f655e947292fcf34d6MD55CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15484/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15484/3/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD53ufjf/154842023-06-08 03:13:30.984oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/15484Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2023-06-08T06:13:30Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Angústia e amor na teologia e na psicanálise: Oskar Pfister e sua interlocução com Sigmund Freud
title Angústia e amor na teologia e na psicanálise: Oskar Pfister e sua interlocução com Sigmund Freud
spellingShingle Angústia e amor na teologia e na psicanálise: Oskar Pfister e sua interlocução com Sigmund Freud
Albuquerque, Bruno Pinto de
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS
Angústia
Amor
Teologia
Psicanálise
Oskar Pfister
Sigmund Freud
Fear
Love
Theology
Psychoanalysis
title_short Angústia e amor na teologia e na psicanálise: Oskar Pfister e sua interlocução com Sigmund Freud
title_full Angústia e amor na teologia e na psicanálise: Oskar Pfister e sua interlocução com Sigmund Freud
title_fullStr Angústia e amor na teologia e na psicanálise: Oskar Pfister e sua interlocução com Sigmund Freud
title_full_unstemmed Angústia e amor na teologia e na psicanálise: Oskar Pfister e sua interlocução com Sigmund Freud
title_sort Angústia e amor na teologia e na psicanálise: Oskar Pfister e sua interlocução com Sigmund Freud
author Albuquerque, Bruno Pinto de
author_facet Albuquerque, Bruno Pinto de
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Noé, Sidnei Vilmar
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Morano, Carlos Domínguez
dc.contributor.advisor-co1Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Roos, Jonas
dc.contributor.referee1Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Almeida, Edson Fernando de
dc.contributor.referee2Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Bingemer, Maria Clara Lucchetti
dc.contributor.referee3Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Mello, Denise Maurano de
dc.contributor.referee4Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do
dc.contributor.referee5.fl_str_mv Wondracek, Karin Ellen Kepler
dc.contributor.referee5Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do
dc.contributor.author.fl_str_mv Albuquerque, Bruno Pinto de
contributor_str_mv Noé, Sidnei Vilmar
Morano, Carlos Domínguez
Roos, Jonas
Almeida, Edson Fernando de
Bingemer, Maria Clara Lucchetti
Mello, Denise Maurano de
Wondracek, Karin Ellen Kepler
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS HUMANAS
topic CNPQ::CIENCIAS HUMANAS
Angústia
Amor
Teologia
Psicanálise
Oskar Pfister
Sigmund Freud
Fear
Love
Theology
Psychoanalysis
dc.subject.por.fl_str_mv Angústia
Amor
Teologia
Psicanálise
Oskar Pfister
Sigmund Freud
Fear
Love
Theology
Psychoanalysis
description Poucas figuras tiveram uma influência tão significativa, para a história da complexa interação dialogal entre psicanálise e experiência religiosa, quanto Oskar Pfister, pastor em Zurique e interlocutor de Sigmund Freud. Na medida em que o edifício teórico-clínico de um novo saber sobre o psiquismo humano se espraiava, desde Viena, até Zurique, as consequências desta escuta, à qual os psicanalistas se dedicavam em seus consultórios e nas instituições de saúde, alcançaram o ambiente eclesial, ainda que timidamente, inspirando um apaixonado cuidador de almas, a trazer a consideração do inconsciente para dentro da igreja. No trabalho pastoral, este teólogo e psicanalista dedicou-se a tratar variados distúrbios da capacidade amorosa de desfrutar a vida, apropriando-se de conceitos freudianos, para compreender as dinâmicas da fé religiosa de pessoas concretas. Foi assim que, partindo de sua experiência durante décadas dedicadas à cura analítica de almas, o pastor suíço empreendeu uma ampla revisão da história do cristianismo, procurando interpretar diferentes fases, por meio de sua formação nas teologias reformadas pietista e liberal, por um lado, e, por outro, através da metapsicologia freudiana. De modo particular, esta leitura original do cristianismo sublinha os elementos de intensificação e de amenização da angústia, presentes nesta tradição religiosa, correlacionando-os aos movimentos de aproximação ou distanciamento da fonte de amor, que conecta o cristão, segundo sua crença, ao próprio Deus, através de Jesus, o Cristo. Procura-se, então, apresentar e discutir criticamente a tese pfisteriana, segundo a qual, a psicodinâmica inconsciente do cristianismo se caracteriza enquanto tratamento da angústia, através do amor. Destaca-se que a hipótese do autor, tal como formulada em O cristianismo e a angústia, configura-se tal como uma resposta teológica e psicanalítica à crítica freudiana da crença religiosa. Este esforço de reflexão teórica não está isento de dificuldades, pois se, por um lado, a angústia, nos desdobramentos mais avançados da teoria freudiana, não poderia ser reduzida a uma deformação do amor, por outro, a realidade salvífica envolvida na práxis cristã de ágape, em sua dimensão de promessa escatológica, não pode ser reduzida à concepção psicanalítica e freudiana de eros. Não obstante, indicar os caminhos através dos quais foi realizada esta trajetória, mostra-se relevante para salientar a originalidade da proposta pfisteriana, ao construir uma leitura psicanalítica da tradição cristã, que não parte do mesmo ponto de vista do criador da psicanálise, adepto do ateísmo, mas assume, enquanto pressuposto epistemológico, a Revelação anunciada pela fé cristã, enquanto cosmovisão religiosa, esperança soteriológica e imperativo ético. Por fim, procura-se distinguir as deformações piedosas ocorridas na história do cristianismo, através da análise que Pfister empreende do conde Ludwig von Zinzendorf, por um lado, e, por outro, a sublimação criativa, pela via de uma “mística transferencial”, conforme expressão do pastor, que vincularia o crente à pessoa e ao legado de Jesus de Nazaré. Esta conexão com a encarnação amorosa de Deus pode ser, parcialmente, compreendida psicologicamente, sem que, por isto, queira-se reduzi-la a um psicologismo, que desconsidere a dimensão da espiritualidade. Deste modo, conclui-se que uma dimensão fundamental do Evangelho, na perspectiva pfisteriana, consiste em uma experiência de sentir-se chamado, por Cristo, a se dedicar à tarefa de transformação da angústia, própria à condição humana de desamparo fundamental, por meio de uma construção amorosa da própria existência, em constante atitude de nutrição dos vínculos relacionais com Deus, com as outras pessoas e com a natureza.
publishDate 2023
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-06-07T13:49:39Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-06-07
2023-06-07T13:49:39Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2023-02-24
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15484
url https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15484
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFJF
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv ICH – Instituto de Ciências Humanas
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFJF
instname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
instacron:UFJF
instname_str Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
instacron_str UFJF
institution UFJF
reponame_str Repositório Institucional da UFJF
collection Repositório Institucional da UFJF
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15484/1/brunopintodealbuquerque.pdf
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15484/4/brunopintodealbuquerque.pdf.txt
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15484/5/brunopintodealbuquerque.pdf.jpg
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15484/2/license_rdf
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15484/3/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 6001151e0d10729f911a077285278458
cf1b0ee8b55a98d93357b267ecc6655d
dceb937e425179f655e947292fcf34d6
e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34
8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801661423690973184