Família e afeto em "O filho de mil homens", de Valter Hugo Mãe: contribuições da relação Direito e literatura

• Autor(a) principal: Magalhães, Thamara Andrade
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
• Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16510
• topic: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO; Direito; Literatura; Família; Afeto; Autonomia

O presente trabalho explora a relação entre Direito e literatura, criticando uma visão solipsista do Direito diante das complexidades e mudanças sociais para as quais se volta. Destaca a relevância da literatura como ambiente propício para a compreensão de questões sociais de forma sensível. A partir da abordagem “Direito na Literatura” e utilizando o conceito de “literatura como estranhamento” foi analisado o livro “O filho de mil homens”, de Valter Hugo Mãe, quanto ao modo como a construção da família é retratada no romance. Foi então destacada a noção de família alinhada com a ideia de que a afetividade deve consistir no princípio norteador do Direito de Família. Essa percepção contrasta-se com o atual estado de coisas jurídico, sobretudo a partir do julgamento do Supremo Tribunal Federal, a propósito do RE 898.060, pelo qual é ratificada a socioafetividade e a progenitura como fundamentos igualmente constitutivos da paternidade. Conclui-se que o romance demonstra o afeto como única fonte para a paternidade, promovendo a visão da família como espaço de liberdade. Constata-se que o texto na ficção ilustra a abertura semântica da noção de família compatível com uma construção democrática de mundo.