Cores de uniformes e desempenho no futebol profissional

• Autor(a) principal: Miranda, Iuslei Neves
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
• Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16520
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::EDUCACAO FISICA; Futebol; Cor; Uniforme; Desempenho Esportivo; Efeito das Cores; Football; Color; Uniform; Sport Performance; Color Effect

A cor não tem apenas valor estético, mas pode também comunicar informações específicas que têm implicações diretas no funcionamento psicológico. No contexto esportivo é hipotetizado que usar uniformes com predominância de determinadas cores quentes (por exemplo, vermelho) pode modular vantagens competitivas ou jogar de forma mais violenta ao vestir uniformes pretos. Desta forma, o presente estudo buscou explorar o efeito das cores das camisas sobre o desempenho no futebol profissional masculino nas principais ligas do mundo (Bundesliga [GER]; Campeonato Brasileiro Serie A [BRA]; LaLiga [ESP]; Premier League [ENG] e Serie A [ITA]). Os dados dos jogos contendo estatísticas especiais da empresa OPTA® Sportsdata (Opta Sports, London, UK) foram obtidos por meio de webscraping, totalizando uma amostra de 392 partidas considerando um recorte transversal de 60 dias corridos (11/08/2023 a 11/10/2023) na temporada 2023/2024. A composição de dados envolveu 98 clubes distintos (~8 partidas por clube), com 197 codificações hexadecimais diferentes de cores (~2,5 camisas diferentes por clube). Por análise de clusters hierárquicos, a variável “família de cores” foi catalogada em “black”, “blue” “green”, “red”, “white”, “yellow”, “cores combinadas” (camisas listradas verticalmente e horizontalmente) e outras (“brown”, “caqui”, “gray”, “olive”, “orange” e “purple”). No teste de Anova 2-way foi observado um efeito principal significativo, com pequena magnitude, para o “fator casa” (F(1, 768)= 30,04, p<0.001; Eta2 (parcial)= 0,04, 95%IC [0,02,1.00]) na pontuação obtida no jogo. O efeito principal para o fator “família de cores” não foi estatisticamente significativo (F(7, 768)= 1,82, p= 0,081; Eta2 (parcial)= 0,02, 95%IC [0,00, 1,00]). Não houve interação significativa entre os fatores (F(7, 768)= 1,22, p= 0,288; Eta2 (parcial)= 0,01, 95% CI [0,00, 1,00]). Conclui-se que o fator “cor de camisa” não modulou vantagem competitiva através de pontuação obtida no jogo. O fator “vantagem do time mandante” parece ser um fenômeno com carga casuística mais forte em comparação a colorimetria de uniformes em disputas no futebol profissional de elite. Futuros estudos poderão explorar mais detalhadamente este inquietante tema da mediação das cores de uniformes nas Ciências do Esporte, quer seja nas questões relacionadas ao desempenho esportivo, arbitragem, conforto térmico, relações de consumo, gênero ou violência.