Incorporação e transe na Umbanda: perspectivas de uma antropologia relacional como um modo para se pensar o fenômeno

• Autor(a) principal: Croce, Joanna Darc de Mello
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
• Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11019
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::TEOLOGIA; Umbanda; Incorporação; Transe; Corpo; Antropologia; Umbanda; Incorporation; Trance; Body; Anthropology

Esse trabalho é uma proposta de abordagem do fenômeno religioso mediúnico da incorporação na Umbanda através de um viés antropológico contemporâneo relacional. Chamado de “psicofonia” pela doutrina espírita kardecista e “possessão” pelo meio acadêmico-científico, a incorporação mediúnica pode ser pensada como um fenômeno que pode ser provocado e desenvolvido por indivíduos que produzem e recebem agência, através de técnicas corporais, tais como analisadas por Marcel Mauss em 1925, e através da teoria da “ecologia da vida”, de Tim Ingold (2000), num processo de “obviação” e de “educação da atenção”. Para ilustrar essa perspectiva, analisei etnograficamente o processo de desenvolvimento mediúnico num terreiro de Umbanda no qual faço parte, e, dessa forma, foi possível aplicar a teoria ingoldiana no meu caso. Em campo, observei que não se trata mais de explicar o fenômeno a partir de um viés puramente biológico e psicopatológico, ou somente pelo olhar sociológico, nos termos durkheimianos do “fato social”, trata-se antes de olhá-lo de modo a colapsar a dualidade natureza e cultura e encará-lo não como sendo composto por diversas categorias de classificação (sociológica, psicológica, biológica), mas como um processo onde todas essas coisas são fundidas, através das linhas de vida e do rizoma de Deleuze e Guattari.