Fragilidade, quedas e medo de cair: um estudo de base populacional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cruz, Danielle Teles da
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4026
Resumo: Fragilidade, quedas e medo de cair são síndromes geriátricas que se configuram como importantes problemas de saúde pública. São condições frequentes, passíveis de prevenção, responsáveis pela redução da capacidade funcional e da qualidade de vida e preditoras de institucionalização, morbidade e mortalidade. O objetivo foi verificar a prevalência de fragilidade e analisar os fatores associados. São ainda objeto de análise o estudo e compreensão do evento queda, queda recorrente e medo de cair. Inquérito domiciliar realizado entre outubro de 2014 e março de 2015, com 400 idosos (60 anos ou mais), ambos os sexos, não institucionalizados, na Zona Norte de Juiz de Fora. Foram analisadas características demográficas e socioeconômicas, perfil de saúde, uso de serviços de saúde, fragilidade (Escala de Fragilidade de Edmonton), quedas, medo de cair (Falls Efficacy Scale – Internacional – Brasil) e capacidade funcional (Escala de Lawton e Brody). Os dados foram processados em banco de dados no software Statistical Package for Social Sciences, módulo de análise complexa, versão 15.0. O uso do software Stata 9.2 permitiu o incremento das análises. Foram empregados diferentes métodos de análise estatística para o alcance dos objetivos. Nível de significância foi de 5%. Para a análise dos fatores associados à fragilidade, foi construído um modelo teórico de determinação com três blocos hierarquizados, ajustados por regressão de Poisson. A prevalência de fragilidade foi 34,5% e associou-se com dificuldade para andar, necessidade de dispositivo auxiliar para locomoção, presença de cuidador e dependência funcional para realização das atividades instrumentais. A prevalência de quedas foi 35,3%. A maior parte ocorreu no domicílio e no período da manhã. Foi realizada abordagem teórica hierárquica em 3 níveis para estimativas e ajustes de variáveis. Após todos ajustes, idade e relato de dificuldade para andar permaneceram associados à queda. Para a investigação de quedas recorrentes foi realizado um estudo observacional de seguimento por meio de duas ondas de corte transversal. Para isso utilizou-se também dados do primeiro Inquérito em Saúde realizado em 2010. A regressão logística multinomial foi empregada para estimar a associação das variáveis independentes com os desfechos queda no seguimento e queda recorrente. 44,5% dos idosos não relataram quedas, 39% sofreram queda em pelo menos um dos inquéritos, e 16,5% manifestaram ter sofrido queda nos dois inquéritos. Não foram encontradas associações para o desfecho queda recorrente. Queda no seguimento associou-se à sexo feminino e ao segmento etário de 71 a 80 anos. A prevalência do medo de cair foi 95,2%. A correlação de Spearman indicou correlação do medo de cair com idade, autopercepção de saúde, dificuldade para andar, uso de dispositivo auxiliar para marcha, quedas e capacidade funcional. Os resultados revelam alta prevalência de fragilidade, quedas e medo de cair e evidenciam a multifatoriedade e complexidade das interações de diversos fatores na condição de saúde dos idosos. É eminente a necessidade de desenvolvimento de políticas públicas e ações de saúde voltadas para essa população, com ênfase em ações educativas, preventivas, e de promoção à saúde, de cunho interdisciplinar, a partir da identificação dos grupos de riscos e fatores associados.
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São condições frequentes, passíveis de prevenção, responsáveis pela redução da capacidade funcional e da qualidade de vida e preditoras de institucionalização, morbidade e mortalidade. O objetivo foi verificar a prevalência de fragilidade e analisar os fatores associados. São ainda objeto de análise o estudo e compreensão do evento queda, queda recorrente e medo de cair. Inquérito domiciliar realizado entre outubro de 2014 e março de 2015, com 400 idosos (60 anos ou mais), ambos os sexos, não institucionalizados, na Zona Norte de Juiz de Fora. Foram analisadas características demográficas e socioeconômicas, perfil de saúde, uso de serviços de saúde, fragilidade (Escala de Fragilidade de Edmonton), quedas, medo de cair (Falls Efficacy Scale – Internacional – Brasil) e capacidade funcional (Escala de Lawton e Brody). Os dados foram processados em banco de dados no software Statistical Package for Social Sciences, módulo de análise complexa, versão 15.0. O uso do software Stata 9.2 permitiu o incremento das análises. Foram empregados diferentes métodos de análise estatística para o alcance dos objetivos. Nível de significância foi de 5%. Para a análise dos fatores associados à fragilidade, foi construído um modelo teórico de determinação com três blocos hierarquizados, ajustados por regressão de Poisson. A prevalência de fragilidade foi 34,5% e associou-se com dificuldade para andar, necessidade de dispositivo auxiliar para locomoção, presença de cuidador e dependência funcional para realização das atividades instrumentais. A prevalência de quedas foi 35,3%. A maior parte ocorreu no domicílio e no período da manhã. Foi realizada abordagem teórica hierárquica em 3 níveis para estimativas e ajustes de variáveis. Após todos ajustes, idade e relato de dificuldade para andar permaneceram associados à queda. Para a investigação de quedas recorrentes foi realizado um estudo observacional de seguimento por meio de duas ondas de corte transversal. Para isso utilizou-se também dados do primeiro Inquérito em Saúde realizado em 2010. A regressão logística multinomial foi empregada para estimar a associação das variáveis independentes com os desfechos queda no seguimento e queda recorrente. 44,5% dos idosos não relataram quedas, 39% sofreram queda em pelo menos um dos inquéritos, e 16,5% manifestaram ter sofrido queda nos dois inquéritos. Não foram encontradas associações para o desfecho queda recorrente. Queda no seguimento associou-se à sexo feminino e ao segmento etário de 71 a 80 anos. A prevalência do medo de cair foi 95,2%. A correlação de Spearman indicou correlação do medo de cair com idade, autopercepção de saúde, dificuldade para andar, uso de dispositivo auxiliar para marcha, quedas e capacidade funcional. Os resultados revelam alta prevalência de fragilidade, quedas e medo de cair e evidenciam a multifatoriedade e complexidade das interações de diversos fatores na condição de saúde dos idosos. É eminente a necessidade de desenvolvimento de políticas públicas e ações de saúde voltadas para essa população, com ênfase em ações educativas, preventivas, e de promoção à saúde, de cunho interdisciplinar, a partir da identificação dos grupos de riscos e fatores associados.Frailty, falls and fear of falling are geriatric syndromes that characterize significant issues of public health. Those conditions are frequent, preventable, responsible for the reduction of functional capacity and life quality, and predictors of institutionalization, morbidity and mortality. The purpose was to verify the frailty prevalence and analyze the associated aspects. Moreover, the comprehension of the events fall, recurrent fall and fear of falling are also issues to be analyzed in this study. Household survey realized between October 2014 and March 2015, with 400 elderly (60 years old and over), both sex, not institutionalized, north zone of Juiz de Fora City. It was considered demographic and socioeconomic characteristics, health profile, use of health services, frailty (Edmonton Frail Scale), falls, fear of falling (Falls Efficacy Scale – International – Brazil) and functional capability (Lawton and Brody Scale). The data was processed in a database on the software Statistical Package for Social Sciences, complex analyze module, 15.0 version. The software Strata 9.2 was used to increment the results. Several methods of statistical analysis were adopted to achieve the goals. The significance level was 5%. For frail associated aspects, a theoretical model of determination with three hierarchical blocks, adjusted by Poisson regression, was built. The fragility prevalence was 34.5% and was associated to walking difficulties, need of auxiliary device for mobility, a caregiver assistance and functional dependency for instrumental activities accomplishment. The falling prevalence was 35.3%. The majority of the events happened at home, during the mornings. For estimation and variable adjustments, a hierarchic theoretical approach, ranked in 3 levels, was adopted. After all the adjustments, age and reports of walking difficulties kept associated to falling. For the investigation of recurrent falls, an observational follow-up study was carried out using two cross-sectional waves. For this, data from the first Health Survey conducted in 2010 was also applied. Multinomial logistic regression was used to estimate the association of independent variables with the outcomes follow-up fall and recurrent fall. 44.5% of the elderly do not report falls, 39% suffered falling events in, at least, one of the surveys, and 16.5% reported falling events in both surveys. None association was found for the outcome recurrent fall. Follow-up fall was related to female and age segment from 71 to 80 years old. The prevalence of fear of falling was 95.2%. The Spearman correlation revealed correspondence of fear of falling with age, self-perception of health, walking difficulties, use of auxiliary device for mobility, falls and functional capacity. The results reveal high prevalence of frailty, falls and fear of falling, and evidenced the multifactorial and complexity of the interactions of several factors in the health condition of the elderly. The need for development of public policies and health actions aimed to this population, emphasizing educational, preventive and health promotion actions of an interdisciplinary nature, is eminent, based on the identification of groups in risk and associated factors.CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Saúde BrasileiraUFJFBrasilFaculdade de MedicinaCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINAIdosoSaúde do idosoIdoso fragilizadoAcidentes por quedasMedoEstudos transversaisAgedHealth of the elderlyFrail elderlyAccidental fallsFearCross-sectional studiesFragilidade, quedas e medo de cair: um estudo de base populacionalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFTEXTdanielletelesdacruz.pdf.txtdanielletelesdacruz.pdf.txtExtracted texttext/plain304307https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/4026/3/danielletelesdacruz.pdf.txtd6f8fc08e44452378ed94301f40b66ccMD53THUMBNAILdanielletelesdacruz.pdf.jpgdanielletelesdacruz.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1123https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/4026/4/danielletelesdacruz.pdf.jpgf165b7e7066bf30f379cf426ec92ece6MD54ORIGINALdanielletelesdacruz.pdfdanielletelesdacruz.pdfapplication/pdf3213427https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/4026/1/danielletelesdacruz.pdfab0cd9e1ccc636cecb3de0a9ca0f99cfMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82197https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/4026/2/license.txt000e18a5aee6ca21bb5811ddf55fc37bMD52ufjf/40262019-11-07 12:04:08.797oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/4026TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHvv73vv71vIGRlc3RhIGxpY2Vu77+9YSwgdm9j77+9IChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pLCBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLvv71uaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIO+/vXVkaW8gb3Ugdu+/vWRlby4KClZvY++/vSBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXvv71kbywgdHJhbnNwb3IgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZh77+977+9by4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBKdWl6IGRlIEZvcmEgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY++/vXBpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7vv71hLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLiBWb2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8g77+9IG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY++/vSB0ZW0gbyBwb2RlciBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuIFZvY++/vSB0YW1i77+9bSBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRlcO+/vXNpdG8gZGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG7vv71vLCBxdWUgc2VqYSBkZSBzZXUgY29uaGVjaW1lbnRvLCBpbmZyaW5nZSBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkZSBuaW5nde+/vW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIGNvbnRlbmhhIG1hdGVyaWFsIHF1ZSB2b2Pvv70gbu+/vW8gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3Pvv71vIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vLCBlIG7vv71vIGZhcu+/vSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHvv73vv71vLCBhbO+/vW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2019-11-07T14:04:08Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
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