O uso da constelação familiar no judiciário: uma análise crítica a partir da ideia de harmonia coercitiva

• Autor(a) principal: Croce, Bianca Modenesi
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
• Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14426
• topic: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO; Constelação familiar; Harmonia coercitiva; Papéis de gênero; Movimento feminista; Família; Judiciário; Conflito; Familiar constellation; Coercive harmony; Gender roles; Feminist movement; Family; Judiciary; Conflict

Este estudo objetiva investigar a situação de aplicação da constelação familiar (prática terapêutica) no Judiciário, como um instrumento supostamente capaz de solucionar conflitos de forma breve, facilitando acordos, além de proporcionar, segundo seus defensores mais otimistas, um tratamento mais humanizado de prestação jurisdicional às partes. Neste trabalho, o uso das constelações familiares defendido como método alternativo de resolução de conflitos é criticado com base na ideia da harmonia coercitiva, tendo em vista, sobretudo, a tentativa de respaldar o uso institucional das constelações a partir do enaltecimento de resultados surpreendentes focados em número de realização de acordos. Nesse contexto, acredita-se que a constelação familiar pode se demonstrar como um meio de silenciamento de pautas sociopolíticas, especialmente feministas, fomentado pela simbiose entre ideias conservadoras e a busca privilegiada de acordos. A metodologia utilizada foi a pesquisa teórico-bibliográfica, de caráter básico e qualitativo. A análise da retórica da constelação familiar sob o olhar de contribuições feministas e da ideologia da harmonia, confirmou a existência de lacunas, controvérsias e tensões que atestam a necessidade de desconfiança e cautela sobre o método, na contramão de como se deu seu processo de difusão.