Biologia reprodutiva em acessos de Lippia alba (Mill.) N.E. Brown (Verbenaceae)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Campos, Victória Rabelo
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5628
Resumo: A biologia reprodutiva de uma espécie está intimamente relacionada com a base genética de uma população e constitui um dos principais fatores relacionados à dispersão e sucesso das angiospermas. Lippia alba (Verbenaceae) é conhecida por vários nomes populares como erva cidreira, falsa melissa e chá de tabuleiro, sendo amplamente utilizada na medicina popular, principalmente devido aos seus componentes do óleo essencial. A espécie pode ser facilmente encontrada desde regiões tropicais até temperadas possuindo ampla plasticidade fenotípica. Estudos recentes indicam uma possível origem autopoliploide para a espécie, sendo encontrado indivíduos diploides (2n=30), aneuploides (2n=38), triploides (2n=45), tetraploides (2n=60) e hexaploide (2n=90). Apesar da importância, poucas informações sobre o sistema reprodutivo da espécie estão disponíveis.O presente trabalho teve como objetivo estudar a estratégia reprodutiva da espécie a fim de melhor compreender a origem dos cinco citótipos descritos assim como auxiliar na elucidação da base genética da espécie. Inflorescências de 41 indivíduos foram isoladas no período de março de 2015 a dezembro de 2016. Foram comparados o número de sementes produzidas entre inflorescências isoladas e não isoladas. Sementes recém coletadas de 20 acessos foram avaliadas quanto ao comprimento e largura. Em seguida, as sementes foram colocadas para germinar em placa de petri contendo papel filtro umedecido e submetidas a temperaturas que variaram de 18ºC-25ºC-40ºC (em ciclos de 24 horas). Para avaliação da quantidade de DNA, uma única semente por vez foi macerada em tampão Marie a 4°C. A solução obtida foi filtrada em malha de 30 μm e corada com iodeto de propídeo. Para genotipagem, extraiu-se o DNA de sementes oriundas de inflorescências isoladas, não isoladas e de folhas da planta-mãe de oito acessos que foram comparados utilizando oito primers de microssatélites. Para uma análise citohistológica do desenvolvimento de botões, amostras foram coletadas anteriormente à antese e foram fixadas em solução de glutaraldeído por 24h. Análises morfológicas comparativas entre acessos diploide, triploide e tetraploide também foram realizadas, utilizando-se cinco medidas florais. Sementes oriundas de diploides apresentaram maior índice de germinação quando comparado àquelas oriundas dos poliploides. Sementes oriundas de inflorescências isoladas em geral não germinaram. O conjunto de resultados permitiu concluir que Lippia alba possui um comportamento reprodutivo preferencialmente alogâmico, com comportamento diferenciado entre diploides e poliploides. As análises citohistológicas e citométricas não permitiram excluir a ocorrência de reprodução por apomixia. Os resultados sugerem que Lippia alba possua vias alternativas de reprodução.
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A espécie pode ser facilmente encontrada desde regiões tropicais até temperadas possuindo ampla plasticidade fenotípica. Estudos recentes indicam uma possível origem autopoliploide para a espécie, sendo encontrado indivíduos diploides (2n=30), aneuploides (2n=38), triploides (2n=45), tetraploides (2n=60) e hexaploide (2n=90). Apesar da importância, poucas informações sobre o sistema reprodutivo da espécie estão disponíveis.O presente trabalho teve como objetivo estudar a estratégia reprodutiva da espécie a fim de melhor compreender a origem dos cinco citótipos descritos assim como auxiliar na elucidação da base genética da espécie. Inflorescências de 41 indivíduos foram isoladas no período de março de 2015 a dezembro de 2016. Foram comparados o número de sementes produzidas entre inflorescências isoladas e não isoladas. Sementes recém coletadas de 20 acessos foram avaliadas quanto ao comprimento e largura. Em seguida, as sementes foram colocadas para germinar em placa de petri contendo papel filtro umedecido e submetidas a temperaturas que variaram de 18ºC-25ºC-40ºC (em ciclos de 24 horas). Para avaliação da quantidade de DNA, uma única semente por vez foi macerada em tampão Marie a 4°C. A solução obtida foi filtrada em malha de 30 μm e corada com iodeto de propídeo. Para genotipagem, extraiu-se o DNA de sementes oriundas de inflorescências isoladas, não isoladas e de folhas da planta-mãe de oito acessos que foram comparados utilizando oito primers de microssatélites. Para uma análise citohistológica do desenvolvimento de botões, amostras foram coletadas anteriormente à antese e foram fixadas em solução de glutaraldeído por 24h. Análises morfológicas comparativas entre acessos diploide, triploide e tetraploide também foram realizadas, utilizando-se cinco medidas florais. Sementes oriundas de diploides apresentaram maior índice de germinação quando comparado àquelas oriundas dos poliploides. Sementes oriundas de inflorescências isoladas em geral não germinaram. O conjunto de resultados permitiu concluir que Lippia alba possui um comportamento reprodutivo preferencialmente alogâmico, com comportamento diferenciado entre diploides e poliploides. As análises citohistológicas e citométricas não permitiram excluir a ocorrência de reprodução por apomixia. Os resultados sugerem que Lippia alba possua vias alternativas de reprodução.The reproductive biology of a species is closely related to the genetic basis of a population and is one of the main factors related to the dispersion and success of angiosperms. Lippia alba (Verbenaceae) is known by several common names as erva cidreira, falsa melissa, chá de tabuleiro, being widely used in folk medicine mainly due to its essential oil components. The species can be easily found from tropical to temperate regions, having broad phenotypic plasticity. Recent studies indicate a possible autopoliploidy origin for the species having diploids (2n = 30), aneuploids (2n = 38), triploids (2n = 45), tetraploids (2n = 60) and hexaploid (2n = 90) individuals. Despite the importance of Lippia alba, little information about the species' reproductive system is available. The goal of the present work was to study the reproduction strategy of the species to better understand the origin of the five cytotypes as well as to help the elucidation of the genetic basis of the species. Inflorescences of forty-one individuals were isolated from March 2015 to December 2016. The number of produced seeds was compared between isolated and nonisolated inflorescences. Fresh seeds from 20 accessions were collected and the measures of length and width were taken. Then the seeds were placed to germinate in petri dishes with moistened filter paper under temperatures ranging from 18°C-25°C-40°C (in 24 hour cycles). To estimate the DNA content, a single seed at a time was chopped in Marie nuclear extraction buffer at 4°C. The solution was filtered through a 30 μm filter and stained with propidium iodide. For genotyping, DNA was extracted from seeds collected in isolated and non-isolated inflorescences. Leaves were used for DNA extraction of the mother plant of eight accessions that were compared using microsatellite primers. For a cytohistological analysis of the buds’ development, samples were collected before the anthesis and were fixed in glutaraldehyde solution for 24h. Comparative morphological analyzes between diploid, triploid and tetraploid accessions were also performed, using five floral measures. Seeds originating from diploids had a higher germination index when compared to those from the polyploids and the ones originated from isolated inflorescences generally did not germinate. The set of results allowed to conclude that Lippia alba has preferentially an allogamic reproductive behavior, being different between diploids and polyploids. The cytohistological and cytometric analyzes did not allow to exclude the occurrence of apomixis reproduction. The results suggest that Lippia alba has alternative ways of reproduction.Submitted by isabela.moljf@hotmail.com (isabela.moljf@hotmail.com) on 2017-08-17T15:02:14Z No. of bitstreams: 1 victoriarabelocampos.pdf: 2382753 bytes, checksum: c43b0ab7cfae511bfcb500d35e65da9c (MD5)Rejected by Adriana Oliveira (adriana.oliveira@ufjf.edu.br), reason: on 2017-08-24T11:27:14Z (GMT)Submitted by isabela.moljf@hotmail.com (isabela.moljf@hotmail.com) on 2017-08-24T12:03:07Z No. of bitstreams: 0Approved for entry into archive by Adriana Oliveira (adriana.oliveira@ufjf.edu.br) on 2017-08-24T13:01:49Z (GMT) No. of bitstreams: 0Made available in DSpace on 2017-08-24T13:01:49Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2017-02-22porUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e BiotecnologiaUFJFBrasilICB – Instituto de Ciências BiológicasCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICASLippia albaComplexo poliploideBiologia reprodutivaLippia albaPolyploid complexReproductive biologyBiologia reprodutiva em acessos de Lippia alba (Mill.) N.E. 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