A memória como cacos: infância e resistência em Boitempo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nascimento, Josyane Malta
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2958
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo central discutir a trilogia de memórias Boitempo (1968, 1973 e 1979), do poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade, levando em consideração o debate dos estudos de crítica da cultura. O problema do intelectual que se encontra deslocado em seu próprio meio cultural será discutido a partir das categorias de análise do estrangeiro e do marginal, noções essas que se aproximam em nosso estudo, principalmente quando o intelectual se propõe a discutir os mecanismos de poder e de manipulação cultural. A condição de desajustamento político do escritor é percebida nos poemas que compõem Boitempo, tanto a partir da perspectiva deslocada do poeta nos anos de ditadura militar no Brasil - entre as décadas de 1960 e 1970 -, quanto da ótica da criança, ao ser representada nas memórias de Drummond. Como categoria de análise, a criança será um dos pontos centrais do olhar crítico do poeta em direção às relações de poder. A partir da ótica infantil, encontramos metáforas relevantes, como a do fazendeiro do ar, que ajudarão na reflexão sobre o espaço de exclusão da criança em seu próprio lar. E esse espaço é o que possibilita a construção da alteridade discursiva nos poemas que analisamos. Finalmente, a construção do discurso da criança na obra de Drummond é processada de forma alegórica, quando a representação das "micro-relações" autoritárias durante a infância, sob o ponto de vista particular do poeta, adquire uma percepção ampla e universal das diversas relações de poder.
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A condição de desajustamento político do escritor é percebida nos poemas que compõem Boitempo, tanto a partir da perspectiva deslocada do poeta nos anos de ditadura militar no Brasil - entre as décadas de 1960 e 1970 -, quanto da ótica da criança, ao ser representada nas memórias de Drummond. Como categoria de análise, a criança será um dos pontos centrais do olhar crítico do poeta em direção às relações de poder. A partir da ótica infantil, encontramos metáforas relevantes, como a do fazendeiro do ar, que ajudarão na reflexão sobre o espaço de exclusão da criança em seu próprio lar. E esse espaço é o que possibilita a construção da alteridade discursiva nos poemas que analisamos. Finalmente, a construção do discurso da criança na obra de Drummond é processada de forma alegórica, quando a representação das "micro-relações" autoritárias durante a infância, sob o ponto de vista particular do poeta, adquire uma percepção ampla e universal das diversas relações de poder.Cette dissertation a pour but central discuter la trilogie de mémoires Boitempo (1968,1973 et 1979), du poète brésilien Carlos Drummond de Andrade, en tenant compte du débat des études de critique de la culture. Le problème de l´intellectuel qui se trouve déplacé dans son milieu culturel sera discuté à partir des catégories d´analyse de l´étranger et du marginal, des notions qui se rapprochent dans notre étude, surtout quand l´intellectuel se propose à discuter les mécanismes de pouvoir et de manipulation culturelle. La condition de gaucherie politique de l´écrivain est perçue dans les poèmes qui composent Boitempo, à partir de la perspective déplacée du poète pendant les années de dictature militaire au Brésil- entre les annés 1960 et 1970- ainsi qu`à l optique de l´enfant, celle-ci représentée dans les mémoires de Drummond. En tant que catégorie d´analyse, l´enfant sera l´un des points centraux du regard critique du poète vers les relations de pouvoir. À partir de l´optique enfantine, nous rencontrerons des métaphores remarquables, comme celle du fazendeiro do ar, qui serviront à la réflexion sur l´espace d´exclusion de l´enfant dans son foyer. Cet espace permet la construction de l´altérité discursive dans les poèmes que nous analysons. Finalement, la construction du discours de l´enfant dans l´oeuvre de Drummond se produit de façon allégorique, quand , selon le point de vue particulier du poète, la représentation des « micro rapports » autoritaires au cours de l´enfance acquiert une immense et universelle perception des diverses relations de pouvoir.porUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos LiteráriosUFJFBrasilFaculdade de LetrasCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRASMemóriaDrummondInfânciaA memória como cacos: infância e resistência em Boitempoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFTHUMBNAILjosyanemaltanascimento.pdf.jpgjosyanemaltanascimento.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1033https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2958/4/josyanemaltanascimento.pdf.jpgd2a5ebcacc8b688b4e7dafd4f72a58beMD54ORIGINALjosyanemaltanascimento.pdfjosyanemaltanascimento.pdfapplication/pdf469472https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2958/1/josyanemaltanascimento.pdfdd46d0d89ea4843a8b49ecbc5a571f47MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82197https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2958/2/license.txt000e18a5aee6ca21bb5811ddf55fc37bMD52TEXTjosyanemaltanascimento.pdf.txtjosyanemaltanascimento.pdf.txtExtracted texttext/plain261305https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2958/3/josyanemaltanascimento.pdf.txtd077346e68da854c26230a84826c9c41MD53ufjf/29582019-11-07 11:51:15.487oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/2958TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHvv73vv71vIGRlc3RhIGxpY2Vu77+9YSwgdm9j77+9IChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pLCBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLvv71uaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIO+/vXVkaW8gb3Ugdu+/vWRlby4KClZvY++/vSBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXvv71kbywgdHJhbnNwb3IgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZh77+977+9by4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBKdWl6IGRlIEZvcmEgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY++/vXBpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7vv71hLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLiBWb2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8g77+9IG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY++/vSB0ZW0gbyBwb2RlciBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuIFZvY++/vSB0YW1i77+9bSBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRlcO+/vXNpdG8gZGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG7vv71vLCBxdWUgc2VqYSBkZSBzZXUgY29uaGVjaW1lbnRvLCBpbmZyaW5nZSBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkZSBuaW5nde+/vW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIGNvbnRlbmhhIG1hdGVyaWFsIHF1ZSB2b2Pvv70gbu+/vW8gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3Pvv71vIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vLCBlIG7vv71vIGZhcu+/vSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHvv73vv71vLCBhbO+/vW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2019-11-07T13:51:15Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
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