Estamos sempre indo para casa: breve análise do inferno provisório, de Luiz Ruffato
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFJF |
Texto Completo: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2709 |
Resumo: | O presente trabalho tenta, mesmo que de forma breve, uma análise do projeto literário de Luiz Ruffato, intitulado Inferno provisório. É nosso desejo uma ―crítica integradora‖, que una referências da história, sociologia e teoria literária na tentativa de elucidar alguns aspectos da ficção do escritor mineiro. O trabalho se divide em quatro capítulos. No primeiro, buscamos analisar os aspectos formais de Inferno provisório, como a filiação ou não dos livros que o compõem na categoria romance; a construção do narrador, pautada pela multiplicidade de vozes na construção das narrativas e as modulações da linguagem exercidas por Ruffato adotando o que chamaremos de ―escrita migrante‖, uma escrita que se pauta pela constante variação entre os registros formal e coloquial. Ainda no primeiro capítulo, buscaremos identificar já no título do projeto literário (a junção entre os termos ―inferno‖ e ―provisório‖) instrumentos para a interpretação e reflexão crítica acerca do mundo ficcional criado pelo autor, ao que chamaremos de ―realidade da ficção‖. Os três capítulos subsequentes compreenderão análises de seis histórias presentes em Inferno provisório, tentando refletir sobre a possibilidade de, nessas, haver a ocorrência de um desequilíbrio entre idealização e realização que compreende as trajetórias das personagens criadas pelo autor. Esse desequilíbrio agirá como principal motor da ficção de Luiz Ruffato e consistirá num jogo intenso entre lugar ideal e lugar real, ou seja, ao passo em que a personagem aspira a uma mudança situacional, a realidade que a engloba e, consequentemente, a aprisiona, lança-a novamente à situação precária que a constitui. Para validar a ocorrência desse desequilíbrio, refletiremos sobre os processos de modernização na América Latina, a possibilidade de aprisionamento do sujeito pelo espaço em que vive, e a probabilidade de as personagens criadas por Ruffato tentarem sempre voltar a um tempo inatingível e, mesmo que tendo o sonho negado pela realidade, não desistirem de buscar a (impossível) saída. Tendo isso em conta, procuramos refletir que a estratégia de dar voz à personagem de pior condição financeira através da ficção dá margem ao surgimento de um discurso subjetivo que, pela constituição social dessa personagem e pela ―realidade da ficção‖ criada pelo autor, acaba sendo estéril, levando-a a inércia. |
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O trabalho se divide em quatro capítulos. No primeiro, buscamos analisar os aspectos formais de Inferno provisório, como a filiação ou não dos livros que o compõem na categoria romance; a construção do narrador, pautada pela multiplicidade de vozes na construção das narrativas e as modulações da linguagem exercidas por Ruffato adotando o que chamaremos de ―escrita migrante‖, uma escrita que se pauta pela constante variação entre os registros formal e coloquial. Ainda no primeiro capítulo, buscaremos identificar já no título do projeto literário (a junção entre os termos ―inferno‖ e ―provisório‖) instrumentos para a interpretação e reflexão crítica acerca do mundo ficcional criado pelo autor, ao que chamaremos de ―realidade da ficção‖. Os três capítulos subsequentes compreenderão análises de seis histórias presentes em Inferno provisório, tentando refletir sobre a possibilidade de, nessas, haver a ocorrência de um desequilíbrio entre idealização e realização que compreende as trajetórias das personagens criadas pelo autor. Esse desequilíbrio agirá como principal motor da ficção de Luiz Ruffato e consistirá num jogo intenso entre lugar ideal e lugar real, ou seja, ao passo em que a personagem aspira a uma mudança situacional, a realidade que a engloba e, consequentemente, a aprisiona, lança-a novamente à situação precária que a constitui. Para validar a ocorrência desse desequilíbrio, refletiremos sobre os processos de modernização na América Latina, a possibilidade de aprisionamento do sujeito pelo espaço em que vive, e a probabilidade de as personagens criadas por Ruffato tentarem sempre voltar a um tempo inatingível e, mesmo que tendo o sonho negado pela realidade, não desistirem de buscar a (impossível) saída. Tendo isso em conta, procuramos refletir que a estratégia de dar voz à personagem de pior condição financeira através da ficção dá margem ao surgimento de um discurso subjetivo que, pela constituição social dessa personagem e pela ―realidade da ficção‖ criada pelo autor, acaba sendo estéril, levando-a a inércia.This task is concerned to, even at a brief form, an analysis on the literary project of Luiz Ruffato, entitled Inferno provisório. It is our aim an ―inclusive criticism‖, which links references of the history, sociology and literary theory in order to elucidate some fiction aspects of the mineiro writer. The task is devided into four chapters. In the first chapters, we intend to analyse the formal aspects of Inferno provisório, like the filiation or not, on the books that compose it at the romance category; the construction of the narrator, lined by the plurality of voices at the construction of the tales and the language modulations carried out by Ruffato adopting what we will name as ―migrant writing‖, a writing lined by constant variation between the formal and colloquial registers. Still in the first chapter, we intend to identify in the title of the literary project (the junction between the terms ―inferno‖ and ―provisório‖) instruments for the interpretation and the critical reflexion around the fictional world created by the author, wich we will name ―fiction reality‖. The three subsequent chapters, will comprehend analysis of six histories in Inferno provisório attempting into reflecting about the possibility of, in these, exists the occurrence of instability between idealization and execution which comprehends the trajectories of the characters created by the author. This instability will act like the main mover of the fiction of Luiz Ruffato and it will consist of an intense play between ideal place and real place, it means, whereas the character aspires to a situational change, the reality which includes her and, consequently, confines her, projects her again into a precarious situation which composes her. In order to authenticate this instability occurrence, we will reflect about the improvement procedures in Latin America, the capturing possibility of the subject by the place it lives in, and the probability of the character created by Ruffato always arrempt into coming back to an unachievable period and, even having its dream denied by reality, never give up searching for a/an (impossible) solution. Taking that into account, we tried reflecting that the strategy of giving voice to the character of worst financial condition through the fiction brings up the emergence of a subjective speech that, based on the social formation of the character and ―fiction reality‖ created by the author, becomes infertile, turning it inert.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos LiteráriosUFJFBrasilFaculdade de LetrasCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRASLiteraturaSociedadeDesequilíbrioLiteratureSocietyInstabilityEstamos sempre indo para casa: breve análise do inferno provisório, de Luiz Ruffatoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFTHUMBNAILrodrigodasilvacerqueiro.pdf.jpgrodrigodasilvacerqueiro.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1208https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2709/4/rodrigodasilvacerqueiro.pdf.jpg2aa93e778ab2ea511d76668a1907a388MD54ORIGINALrodrigodasilvacerqueiro.pdfrodrigodasilvacerqueiro.pdfapplication/pdf726774https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2709/1/rodrigodasilvacerqueiro.pdf3ed9b91527aeb1c45e993b1ac8e0862dMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82197https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2709/2/license.txt000e18a5aee6ca21bb5811ddf55fc37bMD52TEXTrodrigodasilvacerqueiro.pdf.txtrodrigodasilvacerqueiro.pdf.txtExtracted texttext/plain326093https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2709/3/rodrigodasilvacerqueiro.pdf.txt20156a0dd39295b24ea905045db204c3MD53ufjf/27092019-11-07 11:51:14.836oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/2709TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHvv73vv71vIGRlc3RhIGxpY2Vu77+9YSwgdm9j77+9IChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pLCBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLvv71uaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIO+/vXVkaW8gb3Ugdu+/vWRlby4KClZvY++/vSBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXvv71kbywgdHJhbnNwb3IgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZh77+977+9by4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBKdWl6IGRlIEZvcmEgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY++/vXBpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7vv71hLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLiBWb2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8g77+9IG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY++/vSB0ZW0gbyBwb2RlciBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuIFZvY++/vSB0YW1i77+9bSBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRlcO+/vXNpdG8gZGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG7vv71vLCBxdWUgc2VqYSBkZSBzZXUgY29uaGVjaW1lbnRvLCBpbmZyaW5nZSBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkZSBuaW5nde+/vW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIGNvbnRlbmhhIG1hdGVyaWFsIHF1ZSB2b2Pvv70gbu+/vW8gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3Pvv71vIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vLCBlIG7vv71vIGZhcu+/vSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHvv73vv71vLCBhbO+/vW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2019-11-07T13:51:14Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false |
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