Descrição e análise morfológica dos ossos do crânio em Amphisbaena arda e Amphisbaena vermicularis (Squamata: Amphisbaenidae)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Paiva, Carolina Lucas de
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17085
Resumo: As anfisbênias (Amphisbaenia) são répteis fossoriais com um crânio robusto e ossificado, ideal para a realização de movimentos que auxiliam na escavação do solo em diferentes níveis de compactação, formando galerias subterrâneas. As Amphisbaenia são um dos táxons menos estudados do clado Squamata. Como consequência, muitas descrições anatômicas estão restritas à morfologia externa, limitando o entendimento sobre a sua evolução e adaptações. Este é o caso das espécies Amphisbaena vermicularis e Amphisbaena arda, similares externamente, mas cuja morfologia craniana é pouco (A. vermicularis) ou nada conhecida (A. arda). Amphisbaena vermicularis ocorre ao longo da diagonal de áreas abertas no Brasil e Bolívia. Já A. arda é conhecida unicamente por seu holótipo, coletado nas paleodunas do Rio São Francisco, Bahia, Brasil. Utilizando tomografias computadorizadas em três dimensões (CT-scan), este estudo teve como objetivo a investigação da osteologia craniana de A. arda e A. vermicularis. No primeiro capítulo, descrevemos os ossos do crânio das duas espécies e avaliamos se a sua morfologia craniana difere. Nossos achados revelaram algumas diferenças entre as espécies, especialmente na crista sagital do osso parietal, no processo ascendente e na crista occipital transversal do complexo occipital. Também encontramos variação intraespecífica em A. vermicularis, com espécimes exibindo ossos cuja morfologia diferia de seus similares, mas não de A. arda. Essa variação intraespecífica em A. vermicularis não pode ser atribuída às características do solo, pois os espécimes estudados são da mesma localidade. O tamanho do espécime e as características do solo podem influenciar nas diferenças observadas entre A. arda e A. vermicularis, visto que o único exemplar de A. arda foi o maior da amostra, e o tipo do solo varia entre os locais de coleta das duas espécies. No segundo capítulo, testamos a existência de dimorfismo sexual na forma do crânio de Amphisbaena vermicularis. Nossos resultados revelam que não há evidências de dimorfismo sexual no crânio, pois tanto machos quanto fêmeas de Amphisbaena vermicularis aqui estudados apresentaram sobreposição na forma, apesar da tendência dos machos em possuírem crânios ligeiramente maiores e mais estreitos. Entretanto, foram observadas diferenças na forma dos crânios entre as populações. Analisando nossos resultados, constatamos que a estrutura óssea craniana de A. vermicularis é altamente preservada, com a maior parte das alterações acontecendo nos segmentos anterior e intermediário do crânio.
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Este é o caso das espécies Amphisbaena vermicularis e Amphisbaena arda, similares externamente, mas cuja morfologia craniana é pouco (A. vermicularis) ou nada conhecida (A. arda). Amphisbaena vermicularis ocorre ao longo da diagonal de áreas abertas no Brasil e Bolívia. Já A. arda é conhecida unicamente por seu holótipo, coletado nas paleodunas do Rio São Francisco, Bahia, Brasil. Utilizando tomografias computadorizadas em três dimensões (CT-scan), este estudo teve como objetivo a investigação da osteologia craniana de A. arda e A. vermicularis. No primeiro capítulo, descrevemos os ossos do crânio das duas espécies e avaliamos se a sua morfologia craniana difere. Nossos achados revelaram algumas diferenças entre as espécies, especialmente na crista sagital do osso parietal, no processo ascendente e na crista occipital transversal do complexo occipital. Também encontramos variação intraespecífica em A. vermicularis, com espécimes exibindo ossos cuja morfologia diferia de seus similares, mas não de A. arda. Essa variação intraespecífica em A. vermicularis não pode ser atribuída às características do solo, pois os espécimes estudados são da mesma localidade. O tamanho do espécime e as características do solo podem influenciar nas diferenças observadas entre A. arda e A. vermicularis, visto que o único exemplar de A. arda foi o maior da amostra, e o tipo do solo varia entre os locais de coleta das duas espécies. No segundo capítulo, testamos a existência de dimorfismo sexual na forma do crânio de Amphisbaena vermicularis. Nossos resultados revelam que não há evidências de dimorfismo sexual no crânio, pois tanto machos quanto fêmeas de Amphisbaena vermicularis aqui estudados apresentaram sobreposição na forma, apesar da tendência dos machos em possuírem crânios ligeiramente maiores e mais estreitos. Entretanto, foram observadas diferenças na forma dos crânios entre as populações. Analisando nossos resultados, constatamos que a estrutura óssea craniana de A. vermicularis é altamente preservada, com a maior parte das alterações acontecendo nos segmentos anterior e intermediário do crânio.Amphisbaenians (Amphisbaenia) are fossorial reptiles with a robust, ossified skull, ideal for making movements that help them excavate the ground at different levels of compaction while forming their underground galleries. Amphisbaenia are one of the least studied clades in the order Squamata. As a result, many anatomical descriptions are restricted to external morphology, limiting understanding of their evolution and adaptations. This is the case of the amphisbaenid species Amphisbaena vermicularis and Amphisbaena arda, which are similar externally, but whose cranial morphology is little known (A. vermicularis) or completely undescribed (A. arda). Amphisbaena vermicularis occurs along the diagonal of open areas in Brazil and Bolivia, while A. arda is known only from its holotype, collected in the paleodunes of the São Francisco River, Bahia, Brazil. Using three-dimensional computed tomography (CT) scans, this study aimed to investigate the cranial osteology of A. arda and A. vermicularis. In the first chapter, we described the skull bones of the two species and assess whether their cranial morphology differs. Our findings revealed some differences between the species, especially in the sagittal crest of the parietal bone, the ascending process and the transverse occipital crest of the occipital complex. We also found intraspecific variation in A. vermicularis, with specimens showing bones whose morphology differed from their conspecifics, but not from A. arda. This intraspecific variation in A. vermicularis cannot be attributed to soil characteristics, as the specimens studied are from the same locality. The size of the specimens and the characteristics of the soil may influence the differences observed between A. arda and A. vermicularis, since the only specimen of A. arda was the largest in the sample, and the type of soil varies between the collection sites of the two species. In the second chapter, we tested the existence of sexual dimorphism in the shape of the skull of Amphisbaena vermicularis. Our results revealed no evidence of sexual dimorphism in the skull, as both males and females of Amphisbaena vermicularis studied here showed overlap in shape, despite the tendency of males to have slightly larger and narrower skulls. However, differences in skull shape were observed between populations. We conclude that the cranial bone structure of A. vermicularis is highly preserved, with most of the changes occurring in the anterior and middle segments of the skull.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós Graduação em Biodiversidade e Conservação da NaturezaUFJFBrasilICB – Instituto de Ciências BiológicasAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/embargoedAccessCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIAAnatomia cranianaMorfometria geométricaOsteologiaTomografia computadorizadaComputerized tomographyCranial anatomyGeometric morphometryOsteologyDescrição e análise morfológica dos ossos do crânio em Amphisbaena arda e Amphisbaena vermicularis (Squamata: Amphisbaenidae)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFCC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/17085/1/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/17085/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52ufjf/170852024-08-08 07:55:27.941oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/17085Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2024-08-08T10:55:27Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
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