Charcot e a Escola da Salpêtrière: a afirmação de uma histeria neurológica
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFJF |
Texto Completo: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6075 |
Resumo: | Na literatura especializada sobre a história da histeria, a carreira do neurologista francês Jean-Martin Charcot (1825-1893), chefe do serviço de patologias do sistema nervoso no hospital da Salpêtrière, em Paris, é comumente descrita como uma progressão a partir de importantes equívocos iniciais na compreensão do quadro histérico, até uma tardia antecipação das concepções psicanalíticas. A tese ora apresentada é a de que a leitura de sua obra sobre a histeria não autorizaria tal afirmativa: a noção charcotiana da doença se manteve plenamente inserida no campo da clínica do sistema nervoso. Em outras palavras, não é possível identificar no texto de Charcot nenhuma pretensão de aproximar a histeria da esfera das doenças mentais. Foi realizada uma revisão cronológica de sua obra referente à histeria, empreendendo-se uma análise de sua abordagem do quadro a partir da lógica interna dos conceitos que a fundamentaram. Os escritos do autor se constituíram como a fonte primária e principal para esta pesquisa. Foram também utilizados como fontes, textos de seus principais colaboradores, e de comentadores que se dedicaram à sua biografia e à sua obra. Os anos de 1870 e 1893 demarcaram o recorte temporal do presente estudo, precedido por um exame das teorias anteriores formuladas a respeito da histeria, desde sua compreensão como uma alteração do cérebro e dos nervos, até ser tomada por Charcot como objeto de interesse científico. A conclusão é a de que, na obra de Charcot, os fenômenos histéricos são sistematicamente remetidos à neuroanatomia e à neurofisiologia. Os novos conhecimentos expressos por ele nas teorizações referentes à doença se mantêm consistentemente dentro dos limites da neurologia |
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A tese ora apresentada é a de que a leitura de sua obra sobre a histeria não autorizaria tal afirmativa: a noção charcotiana da doença se manteve plenamente inserida no campo da clínica do sistema nervoso. Em outras palavras, não é possível identificar no texto de Charcot nenhuma pretensão de aproximar a histeria da esfera das doenças mentais. Foi realizada uma revisão cronológica de sua obra referente à histeria, empreendendo-se uma análise de sua abordagem do quadro a partir da lógica interna dos conceitos que a fundamentaram. Os escritos do autor se constituíram como a fonte primária e principal para esta pesquisa. Foram também utilizados como fontes, textos de seus principais colaboradores, e de comentadores que se dedicaram à sua biografia e à sua obra. Os anos de 1870 e 1893 demarcaram o recorte temporal do presente estudo, precedido por um exame das teorias anteriores formuladas a respeito da histeria, desde sua compreensão como uma alteração do cérebro e dos nervos, até ser tomada por Charcot como objeto de interesse científico. A conclusão é a de que, na obra de Charcot, os fenômenos histéricos são sistematicamente remetidos à neuroanatomia e à neurofisiologia. Os novos conhecimentos expressos por ele nas teorizações referentes à doença se mantêm consistentemente dentro dos limites da neurologiaIn the scholarship on the history of hysteria, the career of the French neurologist Jean-Martin Charcot (1825-1893), director of the section of pathologies of the nervous system at the Salpêtrière Hospital in Paris, is commonly described as the progression from important early misconceptions in the understanding of the hysterical condition to a belated anticipation of psychoanalytic conceptions. This dissertation proposes that a close reading of Charcot’s work on hysteria disavows such interpretation and that his conception of hysteria remained fully inserted in the clinical field of the nervous diseases. In other words, it is not possible to identify in Charcot’s texts any intent to bring hysteria closer to the field of mental pathology. A chronological revision of his work on hysteria was undertaken, and an analysis of his approach to this disease was made based on the internal logic of the underlying concepts. Charcot’s own writings were the primary and main source for this research. Other sources were the works of his main collaborators and the scholarship dedicated to his biography and work. The years between 1870 and 1893 defined the timeframe of this study, preceded by an examination of previous theories formulated about hysteria from the time it began to be related to a change in the brain and nerves until it was taken by Charcot as an object of scientific interest. The conclusion is that, in Charcot’s work, hysterical phenomena are systematically referred to neuroanatomy and neurophysiology. The new knowledge expressed in Charcot’s theories about this disease remains consistently within the limits of neurologyporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em PsicologiaUFJFBrasilICH – Instituto de Ciências HumanasCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIAHisteriaCharcotNeurologiaHistória da medicinaHysteriaCharcotNeurologyHistory of medicineCharcot e a Escola da Salpêtrière: a afirmação de uma histeria neurológicainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFTHUMBNAILederschmidt.pdf.jpgederschmidt.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1116https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/6075/4/ederschmidt.pdf.jpga0dda1afad2b32319c40c75bdf47307fMD54ORIGINALederschmidt.pdfederschmidt.pdfapplication/pdf1289167https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/6075/1/ederschmidt.pdf940c0a29647adcf0becbe8b6d86e2e69MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82197https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/6075/2/license.txt000e18a5aee6ca21bb5811ddf55fc37bMD52TEXTederschmidt.pdf.txtederschmidt.pdf.txtExtracted texttext/plain406210https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/6075/3/ederschmidt.pdf.txtdbaec15260d12d8ab3bba7c752a7bac4MD53ufjf/60752019-06-16 08:24:50.086oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/6075TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHvv73vv71vIGRlc3RhIGxpY2Vu77+9YSwgdm9j77+9IChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pLCBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLvv71uaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIO+/vXVkaW8gb3Ugdu+/vWRlby4KClZvY++/vSBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXvv71kbywgdHJhbnNwb3IgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZh77+977+9by4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBKdWl6IGRlIEZvcmEgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY++/vXBpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7vv71hLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLiBWb2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8g77+9IG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY++/vSB0ZW0gbyBwb2RlciBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuIFZvY++/vSB0YW1i77+9bSBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRlcO+/vXNpdG8gZGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG7vv71vLCBxdWUgc2VqYSBkZSBzZXUgY29uaGVjaW1lbnRvLCBpbmZyaW5nZSBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkZSBuaW5nde+/vW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIGNvbnRlbmhhIG1hdGVyaWFsIHF1ZSB2b2Pvv70gbu+/vW8gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3Pvv71vIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vLCBlIG7vv71vIGZhcu+/vSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHvv73vv71vLCBhbO+/vW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2019-06-16T11:24:50Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false |
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