Erro, inadequação, desvio ou problema: como os professores de português língua materna analisam textos de brasileiros e de estrangeiros
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFJF |
Texto Completo: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16477 |
Resumo: | Este estudo investiga a correlação entre as abordagens dos professores de português como língua materna em relação aos erros de escrita de alunos estrangeiros e brasileiros e suas percepções sobre esses erros. Isso levanta questões sobre as expectativas linguísticas para nativos brasileiros versus estrangeiros. A pergunta central é: Os professores têm percepções divergentes sobre desvios na escrita do português em textos de alunos brasileiros e estrangeiros? A partir da pergunta de pesquisa, delimitamos nosso objetivo geral: verificar como os professores de português como língua materna analisam textos de alunos estrangeiros e brasileiros em termos de ocorrências de desvios no português escrito. Quanto aos objetivos específicos, buscamos compreender como os professores percebem as discrepâncias entre a escrita de um brasileiro e a de um estrangeiro, bem como como essas percepções influenciam suas abordagens de correção, as quais podem variar entre mais rigorosas ou mais flexíveis. A hipótese levantada juntamente com a pergunta de pesquisa foi a de que os professores devem possuir um olhar diferenciado para esses dois grupos de alunos. Utilizamos como conceitos-chaves os trabalhos de Saussure (2012 [1916]), Possenti (1996) e Signorini (2006) quando discorremos sobre as diferentes visões de língua. Empregamos também trabalhos sobre “erro” e “inadequações” de Monteiros (2016 [1999]), Simon (2004), Camara Jr. (1984), Possenti (1996), Zaczek (2012), Hymes (1972), entre outros. Por fim, abordamos a compreensão do termo "estigma", com Goffman (2021 [1988]) como nossa fonte de referência. Utilizamos uma abordagem predominantemente qualitativa para explorar dados em contextos naturais, permitindo compreender os significados atribuídos pelos envolvidos (DENZIN; LINCOLN, 1994). A coleta de dados ocorreu em três fases. Na primeira, selecionamos nove textos de alunos brasileiros e estrangeiros (provenientes de línguas próximas e distantes do português). Na segunda fase, 13 professores de português avaliaram nove textos, cada um de um grupo de alunos diferente. A terceira fase consistiu em entrevistas não estruturadas com duas professoras para triangular as respostas dadas no formulário. Os resultados mostraram diferenças na avaliação aplicada aos textos de alunos que aprendem o português de formas diversas, bem como nas abordagens dos professores. Ao longo da análise, observamos que a visão dos professores em relação ao termo "erro" era diversificada, abrangendo desde "erros intralinguais" até considerações da norma culta. O termo "inadequação" frequentemente se referia a variações linguísticas, enquanto "desvio" era utilizado para descrever ocorrências gramaticais que não prejudicavam a compreensão do texto. Outros termos, como "equívoco," "problema," "deslize," "incorreto," “incoerente" e "diferença," foram usados de forma intercambiável. Essa diversidade de perspectivas destaca a complexidade da avaliação da escrita dos alunos. |
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A partir da pergunta de pesquisa, delimitamos nosso objetivo geral: verificar como os professores de português como língua materna analisam textos de alunos estrangeiros e brasileiros em termos de ocorrências de desvios no português escrito. Quanto aos objetivos específicos, buscamos compreender como os professores percebem as discrepâncias entre a escrita de um brasileiro e a de um estrangeiro, bem como como essas percepções influenciam suas abordagens de correção, as quais podem variar entre mais rigorosas ou mais flexíveis. A hipótese levantada juntamente com a pergunta de pesquisa foi a de que os professores devem possuir um olhar diferenciado para esses dois grupos de alunos. Utilizamos como conceitos-chaves os trabalhos de Saussure (2012 [1916]), Possenti (1996) e Signorini (2006) quando discorremos sobre as diferentes visões de língua. Empregamos também trabalhos sobre “erro” e “inadequações” de Monteiros (2016 [1999]), Simon (2004), Camara Jr. (1984), Possenti (1996), Zaczek (2012), Hymes (1972), entre outros. Por fim, abordamos a compreensão do termo "estigma", com Goffman (2021 [1988]) como nossa fonte de referência. Utilizamos uma abordagem predominantemente qualitativa para explorar dados em contextos naturais, permitindo compreender os significados atribuídos pelos envolvidos (DENZIN; LINCOLN, 1994). A coleta de dados ocorreu em três fases. Na primeira, selecionamos nove textos de alunos brasileiros e estrangeiros (provenientes de línguas próximas e distantes do português). Na segunda fase, 13 professores de português avaliaram nove textos, cada um de um grupo de alunos diferente. A terceira fase consistiu em entrevistas não estruturadas com duas professoras para triangular as respostas dadas no formulário. Os resultados mostraram diferenças na avaliação aplicada aos textos de alunos que aprendem o português de formas diversas, bem como nas abordagens dos professores. Ao longo da análise, observamos que a visão dos professores em relação ao termo "erro" era diversificada, abrangendo desde "erros intralinguais" até considerações da norma culta. O termo "inadequação" frequentemente se referia a variações linguísticas, enquanto "desvio" era utilizado para descrever ocorrências gramaticais que não prejudicavam a compreensão do texto. Outros termos, como "equívoco," "problema," "deslize," "incorreto," “incoerente" e "diferença," foram usados de forma intercambiável. Essa diversidade de perspectivas destaca a complexidade da avaliação da escrita dos alunos.This study investigates the correlation between the approaches of Portuguese native language teachers regarding the writing errors of foreign and Brazilian students and their perceptions of these errors. This raises questions about linguistic expectations for Brazilian natives versus foreigners. The central question is: Do teachers have divergent perceptions of deviations in Portuguese writing in texts by Brazilian and foreign students? Starting from the research question, we delineate our general objective: to examine how Portuguese native language teachers analyze texts from foreign and Brazilian students in terms of occurrences of deviations in written Portuguese. Regarding specific objectives, we seek to understand how teachers perceive the discrepancies between the writing of a Brazilian and that of a foreigner, as well as how these perceptions influence their correction approaches, which may vary between more rigorous or more flexible methods. The hypothesis raised along with the research question was that teachers must have a differentiated perspective for these two groups of students. We used key concepts from Saussure (2012 [1916]), Possenti (1996), and Signorini (2006) when discussing different views of language. We also employed works on "error" and "inadequacies" by Monteiros (2016 [1999]), Simon (2004), Camara Jr. (1984), Possenti (1996), Zaczek (2012), Hymes (1972), among others. Finally, we addressed the understanding of the term "stigma," with Goffman (2021 [1988]) as our reference source. We used a predominantly qualitative approach to explore data in natural contexts, allowing usto understand the meanings attributed by the participants (DENZIN; LINCOLN, 1994). Data collection occurred in three phases. In the first, we selected nine texts from Brazilian and foreign students (coming from languages close and distant from Portuguese). In the second phase, 13 Portuguese teachers evaluated nine texts, each from a different group of students. The third phase consisted of non-structured interviews with two teachers to triangulate the responses given in the questionnaire. The results showed differences in the evaluation applied to texts by students learning Portuguese in various ways, as well as in the teachers' approaches. Throughout the analysis, we observed that teachers' views on the term "error" were diverse, ranging from "intralingual errors" to considerations of standard usage. The term "inadequacy" often referred to linguistic variations, while "deviation" was used to describe grammatical occurrences that did not hinder text comprehension. Other termssuch as "misunderstanding," "problem," "slip," "incorrect," "incoherent," and "difference" were used interchangeably. This diversity of perspectives highlights the complexity of evaluating student writing.FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Letras: LinguísticaUFJFBrasilFaculdade de LetrasAttribution-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTESErroInadequaçãoPortuguês como língua maternaPortuguês como língua estrangeiraErrorInadequacyPortuguese as a native languagePortuguese as a foreign languageErro, inadequação, desvio ou problema: como os professores de português língua materna analisam textos de brasileiros e de estrangeirosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFORIGINALanacarolinafontana.pdfanacarolinafontana.pdfPDF/Aapplication/pdf3625159https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/16477/1/anacarolinafontana.pdfd2927f8cc5d77b60e906ec9ebb710e08MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8805https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/16477/2/license_rdfc4c98de35c20c53220c07884f4def27cMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/16477/3/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD53TEXTanacarolinafontana.pdf.txtanacarolinafontana.pdf.txtExtracted texttext/plain339828https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/16477/4/anacarolinafontana.pdf.txt15d8f016e521e8da0aec329eb748fe52MD54THUMBNAILanacarolinafontana.pdf.jpganacarolinafontana.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1233https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/16477/5/anacarolinafontana.pdf.jpgb29ef6a271c607bc9571d657e0d8e3e9MD55ufjf/164772024-01-17 04:05:07.807oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/16477Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2024-01-17T06:05:07Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false |
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