Com a palavra, as gestoras: a trajetória de mulheres em cargos de gestão nos clubes de futebol no Brasil

• Autor(a) principal: Torga, Monique
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
• Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/10963
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::EDUCACAO FISICA; -

O Programa de Pós-graduação em Educação Física, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) apresentou um estudo de trajetórias da atuação de mulheres em cargos de diretoria e de gestão no futebol profissional brasileiro. Na pesquisa, Monique Torga buscou saber quais as dificuldades enfrentadas por elas no ambiente culturalmente masculino. A dissertação foi realizada em duas etapas: a primeira relacionou 60 clubes das séries A, B e C, para identificar mulheres com cargos de diretoria ou de gestão. Das apenas cinco encontradas, quatro participaram de uma entrevista presencial com a pesquisadora. Na segunda etapa, foram analisadas a trajetória pessoal e profissional de cada uma. Monique revela que nesse contexto observou uma sub-representatividade das mulheres, além de exclusão após a maternidade e muita indagação sobre a capacidade de liderar e gerir. Segundo a acadêmica, a motivação de seu trabalho veio depois de se deparar com a estranheza de diretores de clubes diante do seu interesse pelo ramo e, também, após receber conselhos sobre como se vestir e se comportar nos locais. Durante o estudo, Monique conta que destacou duas histórias marcantes: uma diretora foi convidada a assumir um outro cargo de menores atribuições depois da maternidade e uma vice-presidente que promove ações políticas e sociais para motivar maior participação das mulheres nas esferas do clube. Para ela, a dissertação foi importante para “trazer visibilidade às mulheres no campo esportivo” e para mostrar a “responsabilidade que ainda é atribuída a mulher na criação dos filhos e a vida doméstica, fazendo com que as carreiras profissionais não sejam consideradas prioridade”. A orientadora da pesquisa, Ludmila Nunes Mourão, destaca que foi de interesse do estudo também “perceber que a experiência de vida das mulheres analisadas pode contribuir para transformar as relações de gênero nesse campo”.