Fatores associados ao não uso de serviços odontológicos por jovens universitários

• Autor(a) principal: Cunha, Rafaela de Oliveira
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
• Texto Completo: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00065; https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13852
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA; Acesso aos serviços de saúde; Serviços de saúde bucal; Adulto jovem; Health services accessibility; Dental health services; Oral health; Young adult

O não uso de serviços odontológicos pode constituir um fator de risco para a saúde bucal. A literatura tem apontado para a existência de marcantes iniquidades no uso de serviços odontológicos no Brasil. Essas iniquidades podem ser relacionadas a uma interação entre diversos fatores que tem potencial de modificar a oportunidade de utilização de cada indivíduo. Além do estudo da utilização dos serviços de saúde bucal, a literatura tem apontado para a importância de avaliar a regularidade com a qual os indivíduos frequentam o serviço odontológico, identificando aqueles que fazem esse uso apenas em casos de dor ou necessidade de tratamento curativo. Há uma escassez de estudos na literatura sobre os padrões de utilização de serviços de saúde bucal pela população jovem universitária. Frente ao exposto, este estudo teve como objetivo avaliar o não uso serviços de odontológicos por jovens universitários da Universidade Federal de Juiz de Fora e os fatores associados. Foi realizado um estudo transversal com 477 universitários entre 18 e 24 anos, no formato de web survey, no qual foram coletadas variáveis predisponentes, capacitantes e de necessidade, segundo modelo explicativo do uso de serviços de saúde proposto por Andersen, para testar os fatores associados ao não uso recente e não uso regular de serviços odontológicos. Os dados foram processados através do software SPSS versão 20.0. Investigou-se a associação das variáveis dependentes com as independentes por meio de análises bivariadas e regressão de Poisson robusta com estimativa das razões de prevalências brutas e ajustadas, adotando-se intervalos de confiança de 95%. Entraram no modelo múltiplo as variáveis independentes associadas com valor de p≤0,05, permanecendo no modelo final as variáveis com valor de p<0,05 A prevalência do não uso recente foi de 19,5% (IC95% 16,0%–23,3%) e do não uso regular foi de 53,5% (IC95% 48,9%–58,0%). Após a análise ajustada, permaneceram associadas à menor prevalência de não uso recente: uso de serviço público (RP = 0,91; IC95% 0,85-0,98) e necessidade percebida de tratamento odontológico (RP = 0,98; IC95% 0,97-0,99); e à menor prevalência de não uso regular: menor escolaridade paterna (RP = 0,86; IC95% 0,78-0,96), alunos de cursos que não são da área da saúde (RP = 0,92; IC95% 0,87-0,98), uso de serviços motivado por sintomas (RP = 0,81; IC95% 0,75-0,88), não uso de serviços odontológicos na infância (RP = 0,92; IC95% 0,86-0,97), autopercepção negativa de saúde bucal (RP = 0,86; IC95% 0,76-0,88) e relato de dor de dente nos últimos 2 anos (RP = 0,93; IC95% 0,87-0,99). Os resultados apontam para a necessidade de implementação de políticas públicas de prevenção e promoção em saúde em instituições de ensino superior e da ampliação do acesso aos serviços odontológicos pela população jovem, a fim de se garantir melhorias na qualidade de vida dessa população.