Avaliação da influência da dieta materna em modelo experimental murino de asma alérgica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Menegati, Laura Machado
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00224
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14565
Resumo: A obesidade materna e o consumo de dietas ricas em gordura aumentam o risco de diversas complicações na prole, incluindo o desenvolvimento de asma em qualquer idade, por mecanismos não totalmente esclarecidos. A concomitância de ambas as doenças promove fenótipos distintos, os quais podem ser caracterizados por um fenótipo Th2 agravado e eosinofilia, ou até mesmo uma mistura de respostas Th1 e Th2 na infância. Enquanto na fase adulta, ocorre um aumento da resposta de perfil Th17 e inflamação neutrofílica. Independentemente do perfil, na maioria dos casos, os sintomas são exacerbados e resistentes ao tratamento com corticosteroides. A obesidade e dietas obesogênicas maternas podem ainda influenciar na colonização da progênie, favorecendo a formação de uma microbiota intestinal prejudicial. Porém, ainda não há estudos que avaliem o impacto da dieta materna na composição da microbiota pulmonar da prole. O objetivo deste estudo foi explorar as modificações imunológicas pelas quais a dieta materna pode afetar o risco de asma e/ou agravar seus sintomas, bem como, modificar a colonização pulmonar. Para isso, matrizes de camundongos BALB/c alimentadas com dieta (HFD) ou padrão (SD) por 8 semanas foram acasaladas e sua prole foi utilizada no experimento. A asma foi induzida por sensibilização à Ovalbumina no 7º e 14º dias de vida, seguida de três desafios intranasais no 21º-23º dias, os camundongos foram eutanasiados no 24º dia. Os animais foram pesados, pulmão, cólon, baço, linfonodos e medula óssea foram coletados para análise histológica e imunofenotipagem. Uma análise preliminar da microbiota pulmonar foi realizada por Rep-PCR. O sangue foi coletado para análise metabólica e dos níveis de anticorpos antígenos-específicos. Os resultados demonstraram que as matrizes HFD não apresentaram ganho de peso significativo, porém houve um aumento nos níveis de leptina e colesterol LDL. Ao avaliar os efeitos da dieta materna na prole independentemente do estado de asma, os filhotes de fêmeas HFD apresentaram maior massa corporal, maiores níveis de glicose, menores níveis de colesterol HDL e maior expressão de CD86 e PDL1 em células pulmonares e esplênicas. Houve uma maior expressão de GATA3 no baço e pulmão. Já o RORγT apresentou uma expressão aumentada no baço, porém reduzida nos linfonodos mediastinais e no pulmão, quando comparados aos filhotes de matrizes SD. A dieta hiperlipídica materna também diminuiu a expressão de CD80 em células dendríticas derivadas da medula óssea estimuladas com LPS e aumentou a expressão de PDL1 nas mesmas células não estimuladas. Após a indução da asma, os filhotes asmáticos de mães HFD apresentaram maior contagem de eosinófilos e mastócitos no tecido pulmonar, maiores títulos de IgG2a e menores títulos de IgG1 e IgE, em comparação com filhotes asmáticos de matrizes SD. Além disso, a asma causou impacto mais significativo na composição bacteriana do pulmão quando comparado com a dieta materna. Em conjunto, os resultados demonstram que o consumo de uma dieta rica em gorduras antes e durante período gestacional pode afetar a resposta imune da prole, um efeito mediado em parte por ativação inadequada de células dendríticas, o que ocorreu antes mesmo da indução da asma. Esse evento pode contribuir para o aumento da inflamação eosinofílica, porém uma redução na atopia.
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Enquanto na fase adulta, ocorre um aumento da resposta de perfil Th17 e inflamação neutrofílica. Independentemente do perfil, na maioria dos casos, os sintomas são exacerbados e resistentes ao tratamento com corticosteroides. A obesidade e dietas obesogênicas maternas podem ainda influenciar na colonização da progênie, favorecendo a formação de uma microbiota intestinal prejudicial. Porém, ainda não há estudos que avaliem o impacto da dieta materna na composição da microbiota pulmonar da prole. O objetivo deste estudo foi explorar as modificações imunológicas pelas quais a dieta materna pode afetar o risco de asma e/ou agravar seus sintomas, bem como, modificar a colonização pulmonar. Para isso, matrizes de camundongos BALB/c alimentadas com dieta (HFD) ou padrão (SD) por 8 semanas foram acasaladas e sua prole foi utilizada no experimento. A asma foi induzida por sensibilização à Ovalbumina no 7º e 14º dias de vida, seguida de três desafios intranasais no 21º-23º dias, os camundongos foram eutanasiados no 24º dia. Os animais foram pesados, pulmão, cólon, baço, linfonodos e medula óssea foram coletados para análise histológica e imunofenotipagem. Uma análise preliminar da microbiota pulmonar foi realizada por Rep-PCR. O sangue foi coletado para análise metabólica e dos níveis de anticorpos antígenos-específicos. Os resultados demonstraram que as matrizes HFD não apresentaram ganho de peso significativo, porém houve um aumento nos níveis de leptina e colesterol LDL. Ao avaliar os efeitos da dieta materna na prole independentemente do estado de asma, os filhotes de fêmeas HFD apresentaram maior massa corporal, maiores níveis de glicose, menores níveis de colesterol HDL e maior expressão de CD86 e PDL1 em células pulmonares e esplênicas. Houve uma maior expressão de GATA3 no baço e pulmão. Já o RORγT apresentou uma expressão aumentada no baço, porém reduzida nos linfonodos mediastinais e no pulmão, quando comparados aos filhotes de matrizes SD. A dieta hiperlipídica materna também diminuiu a expressão de CD80 em células dendríticas derivadas da medula óssea estimuladas com LPS e aumentou a expressão de PDL1 nas mesmas células não estimuladas. Após a indução da asma, os filhotes asmáticos de mães HFD apresentaram maior contagem de eosinófilos e mastócitos no tecido pulmonar, maiores títulos de IgG2a e menores títulos de IgG1 e IgE, em comparação com filhotes asmáticos de matrizes SD. Além disso, a asma causou impacto mais significativo na composição bacteriana do pulmão quando comparado com a dieta materna. Em conjunto, os resultados demonstram que o consumo de uma dieta rica em gorduras antes e durante período gestacional pode afetar a resposta imune da prole, um efeito mediado em parte por ativação inadequada de células dendríticas, o que ocorreu antes mesmo da indução da asma. Esse evento pode contribuir para o aumento da inflamação eosinofílica, porém uma redução na atopia.Maternal obesity and the consumption of high-fat diets increase the risk of several complications in the offspring, including the development of asthma at any age, through mechanisms that are not fully understood. The concomitance of both diseases promotes distinct phenotypes, which can be characterized by an aggravated Th2 phenotype and eosinophilia, or even a mixture of Th1 and Th2 responses in childhood. While in adulthood, there is an increase in the Th17 profile response and neutrophilic inflammation. Regardless of the profile, in most cases, symptoms are exacerbated and resistant to corticosteroid treatment. Obesity and maternal obesogenic diets can also influence the colonization of the progeny, favoring the formation of a harmful intestinal microbiota. However, there are still no studies that evaluate the impact of maternal diet on the composition of the lung microbiota of the offspring. The aim of this study was to explore the immunological modifications by which maternal diet may affect asthma risk and/or worsen asthma symptoms, as well as modify lung colonization. For this, matrices of BALB/c mice fed with diet (HFD) or standard (SD) for 8 weeks were mated and their offspring were used in the experiment. Asthma was induced by sensitization to Ovalbumin on the 7th and 14th days of life, followed by three intranasal challenges on the 21st-23rd days, the mice were euthanized on the 24th day. The animals were weighed, lung, colon, spleen, lymph nodes and bone marrow were collected for histological analysis and immunophenotyping. A preliminary analysis of the lung microbiota was performed by Rep-PCR. Blood was collected for metabolic analysis and dosage of antigen-specific antibody levels. The results showed that the HFD dams did not show significant weight gain, but there was an increase in leptin and LDL cholesterol levels. When evaluating the effects of maternal diet on offspring regardless of asthma status, offspring of HFD females had higher body mass, higher glucose levels, lower HDL cholesterol levels and higher expression of CD86 and PDL1 in lung and splenic cells. There was an increased expression of GATA3 in the spleen and lung. On the other hand, RORγT showed an increased expression in the spleen, but reduced in the mediastinal lymph nodes and in the lung, when compared to offspring from SD dams. The maternal high-fat diet also decreased CD80 expression on LPSstimulated bone marrow-derived dendritic cells and increased PDL1 expression on the same unstimulated cells. After asthma induction, asthmatic pups from HFD dams had higher eosinophil and mast cell counts in lung tissue, higher IgG2a titers, and lower IgG1 and IgE titers compared to asthmatic pups from SD dams. In addition, asthma had a more significant impact on lung bacterial composition when compared to maternal diet. Taken together, the results demonstrate that consumption of a high-fat diet before and during pregnancy can affect the immune response of the offspring, an effect mediated in part by inappropriate activation of dendritic cells, which occurred even before the induction of asthma. This event may contribute to an increase in eosinophilic inflammation, but a reduction in atopy.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Saúde BrasileiraUFJFBrasilFaculdade de MedicinaAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINAAsmaObesidade maternaEosinofiliaMicrobiota pulmonarAsthmaMaternal obesityEosinophiliaLung microbiotaAvaliação da influência da dieta materna em modelo experimental murino de asma alérgicainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFCC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/14565/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/14565/3/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD53ORIGINALlauramachadomenegati.pdflauramachadomenegati.pdfapplication/pdf2065582https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/14565/1/lauramachadomenegati.pdf16e4580910f873fe372c984e57398199MD51TEXTlauramachadomenegati.pdf.txtlauramachadomenegati.pdf.txtExtracted texttext/plain206052https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/14565/4/lauramachadomenegati.pdf.txt9c6887eb43d6a8568cf3b8cf41aff8c5MD54THUMBNAILlauramachadomenegati.pdf.jpglauramachadomenegati.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1191https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/14565/5/lauramachadomenegati.pdf.jpgbd421a839da2ea862d86415abba12965MD55ufjf/145652022-11-23 10:29:04.42oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/14565Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2022-11-23T12:29:04Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
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