Análise da dimensão fractal do osso alveolar de pré-molares com lesão endoperiodontal: estudo piloto em radiografias periapicais digitais

• Autor(a) principal: Alves, Letícia Campos Lima
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
• Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16394
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ODONTOLOGIA; Lesão endo-periodontal; Análise fractal; Radiografia periapical digital; Endo-periodontal lesion; Fractal analysis; Digital periapical radiography

O desenvolvimento da lesão endoperiodontal (LEP) está associado à infecção por microrganismos patogênicos e migração de seus subprodutos através do sistema de canais radiculares da região pulpar e periodontal de forma concomitante, em que induzem uma resposta inflamatória que pode ser visualizada em imagens radiográficas através de áreas radiolúcidas, associadas ao terço cervical, médio, apical lateral e ápice radicular, a depender do grau da lesão. A análise fractal (AF) é um método quantitativo, capaz de descrever a disposição estrutural de regiões complexas como o tecido ósseo trabecular, sendo expressa numericamente como dimensão fractal (DF), que varia de 1 a 2 para imagens bidimensionais, onde quanto maior o valor da DF, mais complexa é a estrutura avaliada, implicando em maior integralidade da região. Há poucos estudos que avaliam, por meio da AF, a complexidade do trabeculado ósseo em dentes acometidos com LEP. O objetivo nesse trabalho foi realizar um estudo piloto para quantificar, através da AF, em radiografias digitais periapicais da região de pré-molares inferiores, a média de comprometimento do trabeculado ósseo em pacientes com lesão endoperiodontal em relação ao hemi-arco oposto, na mesma região, sem a lesão. Adicionalmente, foram coletados dados a respeito da presença de dano radicular, grau da LEP e tratamento endodôntico além de sexo e idade e do indicativo da presença da doença periodontal (DP) de acordo com a perda óssea. Foram selecionados 19 pacientes que possuíam LEP diagnosticada por meio de radiografia periapical digital. Os pacientes deviam possuir radiografias periapicais da boca toda (radiodôntica). As imagens foram padronizadas e analisadas por meio do software Image J e a DF da lesão foi determinada através do algoritmo box-counting. As regiões de interesse foram determinadas dividindo-se o comprimento do dente em quatro, sendo a divisão realizada do ponto mais cervical da lesão, seguida do terço médio, apical lateral e apical. Os resultados evidenciaram que os valores da DF foram estatisticamente significativos (p< 0,005) para todas as comparações da amostra e a AF foi capaz de detectar quantitativamente diferenças na arquitetura óssea trabecular, uma vez que a DF do terço apical, do ápice radicular e a DF média das ROIs diferiram entre os grupos com e sem a LEP (p< 0,05). Além disso, os fatores sexo, idade, dano radicular e tratamento endodôntico não interferiram na prevalência da LEP, apenas o fator DF; e os fatores: sexo, idade, grau da LEP e a perda óssea, indicativo da presença da DP, não interferiram nos valores da DF, apenas o fator dano radicular. A AF foi considerada como uma ferramenta útil, precisa e não invasiva, para avaliar a complexidade da LEP, favorecendo a prática clínica quanto ao prognóstico e plano de tratamento dessa lesão.