(Con)figurações da inocência na literatura brasileira: nação, identidade e colonialismo
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFJF |
Texto Completo: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15030 |
Resumo: | A tese desta pesquisa é que o signo da inocência pode ser um operador fecundo para se pensar a formulação das ideias de nação e identidade na literatura brasileira. Tal proposta se sustenta porque inocência é signo interligado à concepção de brasilidade/brasileiro desde 1500, com a invasão portuguesa, quando houve a inserção no contexto global do território que hoje vem a ser o Brasil. A inocência da gente nativa era evidenciada na “Carta” de Caminha e, desde então, esse traço vem sendo (re)desenhado pelas penas que se propuseram a representar o Brasil e seu povo. A problemática que envolve tal representação ocorre porque a afirmação da inocência, desde o primeiro momento, é uma estratégia que camufla um processo altamente violento de dominação e de apagamento do outro. Por isso, parte-se da hipótese de que a sua reiteração e atualização ao longo da tradição literária serve para perpetuar um discurso de dominação, de apagamento e silenciamento do outro. Diante disso, a hipótese central que se pretende demonstrar é que a afirmação da inocência é uma estratégia do discurso hegemônico/colonialista que serve para camuflar, no âmbito do discurso, as origens fundamentais da violência no Brasil, seja ela estrutural ou conjetural, e, portanto, serve à sua manutenção. Para discutir tais questões, mobilizou-se um corpus teórico que investiga e problematiza os conceitos de nação, identidade, colonialismo e literatura, tais quais Silviano Santiago, Benedict Anderson, Homi Bhabha, Stuart Hall e Walter Mignolo. O corpus literário eleito para análise privilegia autores como Pero Vaz de Caminha, José de Alencar, Visconde de Taunay, Machado de Assis, Rubem Fonseca e Ferréz, além do tangenciamento da obra de autores como Manuel Antônio de Almeida, Lima Barreto e Mário de Andrade. |
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A inocência da gente nativa era evidenciada na “Carta” de Caminha e, desde então, esse traço vem sendo (re)desenhado pelas penas que se propuseram a representar o Brasil e seu povo. A problemática que envolve tal representação ocorre porque a afirmação da inocência, desde o primeiro momento, é uma estratégia que camufla um processo altamente violento de dominação e de apagamento do outro. Por isso, parte-se da hipótese de que a sua reiteração e atualização ao longo da tradição literária serve para perpetuar um discurso de dominação, de apagamento e silenciamento do outro. Diante disso, a hipótese central que se pretende demonstrar é que a afirmação da inocência é uma estratégia do discurso hegemônico/colonialista que serve para camuflar, no âmbito do discurso, as origens fundamentais da violência no Brasil, seja ela estrutural ou conjetural, e, portanto, serve à sua manutenção. Para discutir tais questões, mobilizou-se um corpus teórico que investiga e problematiza os conceitos de nação, identidade, colonialismo e literatura, tais quais Silviano Santiago, Benedict Anderson, Homi Bhabha, Stuart Hall e Walter Mignolo. O corpus literário eleito para análise privilegia autores como Pero Vaz de Caminha, José de Alencar, Visconde de Taunay, Machado de Assis, Rubem Fonseca e Ferréz, além do tangenciamento da obra de autores como Manuel Antônio de Almeida, Lima Barreto e Mário de Andrade.The thesis of this research is that the sign of innocence can be a fruitful operator to think about the formulation of ideas of nation and identity in Brazilian literature. This proposal is supported because innocence is a sign linked to the concept of Brazilianness/Brazilian since 1500, with the Portuguese invasion, when there was the insertion in the global context of the territory that today is Brazil. The innocence of the native people was evidenced in Caminha's “Letter” and, since then, this trait has been (re)designed by the feathers that proposed to represent Brazil and its people. The problem that involves such representation occurs because the affirmation of innocence, from the outset, is a strategy that camouflages a highly violent process of domination and erasure of the other. Therefore, assuming that its reiteration and updating throughout the literary tradition serves to perpetuate a discourse of domination, erasure and silencing of the other. That being said, the central hypothesis that we intend to demonstrate is that the affirmation of innocence is a strategy of the hegemonic/colonialist discourse that serves to camouflage, within the scope of discourse, the fundamental origins of violence in Brazil, whether structural or conjectural, and, therefore, it serves its maintenance. In order to discuss these issues, a theoretical corpus was organized to investigate and problematize the concepts of nation, identity, colonialism and literature, such as Silviano Santiago, Benedict Anderson, Homi Bhabha, Stuart Hall and Walter Mignolo. The literary corpus chosen for the analysis favours authors such as Pero Vaz de Caminha, José de Alencar, Visconde de Taunay, Machado de Assis, Rubem Fonseca and Ferréz, in addition to mentioning the work of authors such as Manuel Antônio de Almeida, Lima Barreto, Carlos Drummond de Andrade and Mário de Andrade.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos LiteráriosUFJFBrasilFaculdade de LetrasAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRASLiteratura brasileiraNaçãoIdentidadeColonialismoInocênciaBrazilian literatureNationIdentityColonialismInnocence(Con)figurações da inocência na literatura brasileira: nação, identidade e colonialismoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFORIGINALandressamarquespinto.pdfandressamarquespinto.pdfPDF/Aapplication/pdf1998850https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15030/1/andressamarquespinto.pdfde06d52b6af5798510f03463032f2250MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15030/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15030/3/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD53TEXTandressamarquespinto.pdf.txtandressamarquespinto.pdf.txtExtracted texttext/plain416230https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15030/4/andressamarquespinto.pdf.txt6c09203a73682b664551fbd171bf6872MD54THUMBNAILandressamarquespinto.pdf.jpgandressamarquespinto.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1195https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15030/5/andressamarquespinto.pdf.jpg6e6874327812a550c8e35ec15cdfc9eeMD55ufjf/150302023-02-01 04:15:38.363oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/15030Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2023-02-01T06:15:38Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false |
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