Fibro-odontoma ameloblástico versus odontoma em desenvolvimento: revisão de literatura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coelho, Fernando de Oliveira
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17466
Resumo: O fibro-odontoma ameloblástico (FOA) é um tumor odontogênico raro e misto que exibe os caracteres histológicos do fibroma ameloblástico (FA) e do odontoma (OD) complexo. A ocorrência de FOA na região oral é responsável por 1-3% de todos os tumores odontogênicos. Geralmente ocorre em pacientes com menos de 20 anos de idade e tem propensão para a área molar mandibular e não há inclinação significativa para nenhum gênero. Alguns autores têm sugerido que um FA se torna um FOA à medida que amadurece e, por sua vez, pode evoluir para um OD. Diante disso, há um debate acerca da classificação do FOA. Dessa forma, o objetivo foi discutir acerca do FOA perante a última Classificação de Tumores Ósseos Odontogênicos e Maxilofaciais da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2022 (5a edição), fazer uma revisão de literatura do FOA comparado ao OD, trazendo características clínicas, radiológicas, bem como o comportamento de ambas as lesões, abordagem terapêutica, diagnóstico e análise histopatológica de tais lesões. A pesquisa bibliográfica foi realizada em novembro de 2022 nas bases de dados eletrônicas: Scopus, EMBASE, LILACS e Pubmed/MEDLINE. Foram extraídos dados como idade, sexo, sintomas, aspecto extraoral, aspecto intraoral, tipo de exame de imagem utilizado, descrição imaginológica da lesão, tratamento, tamanho da lesão, características histopatológicas, impactação de dentes, recidiva da lesão e diagnóstico. Foi feita a inclusão de 214 artigos, totalizando 271 casos. Foram contabilizados 191 casos de OD (70,5 %) e 78 de FOA (28,8 %). Ambas as lesões acometeram mais o sexo masculino, com média de idade de 14,32 anos para o OD e 14,33 para o FOA. A sintomatologia constou casos assintomáticos e presença de inchaço nas duas lesões; houve a presença de edema extraoral e assimetria facial em ambas as lesões. Edema intraoral e ausência clínica de pelo menos um dente foram observados no OD e no FOA. A radiografia panorâmica foi o exame mais utilizado no diagnóstico de ambas as lesões. Apesar da estrutura interna diferir para as lesões, ambas se apresentaram bem delimitadas, de forma irregular, com maior prevalência em região posterior de mandíbula, sendo a impactação de dentes um achado prevalente. O tratamento de escolha foi a remoção cirúrgica para ambas. Quanto ao tamanho em sua maior dimensão, houve uma variabilidade para as duas lesões, com média de 19,4 mm para o OD e 40,4 mm para o FOA. Quanto ao exame histopatológico, para ambas as lesões foi identificado dentina, esmalte, cemento, tecido pulpar e a presença de epitélio odontogênico. A impactação de dentes permanentes foi maior que de decíduos em ambos. Houve recidiva em 2 casos de FOA. Foi possível concluir divergências entre os tumores FOA e OD, principalmente no quesito clínico de cada lesão, em relação às suas características imaginológicas fornecidas nos exames de imagem e ao exame histopatológico. É indubitável que para melhores conclusões acerca da classificação do FOA seria necessário uma análise comparativa acerca do perfil molecular dele comparado ao OD.
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Diante disso, há um debate acerca da classificação do FOA. Dessa forma, o objetivo foi discutir acerca do FOA perante a última Classificação de Tumores Ósseos Odontogênicos e Maxilofaciais da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2022 (5a edição), fazer uma revisão de literatura do FOA comparado ao OD, trazendo características clínicas, radiológicas, bem como o comportamento de ambas as lesões, abordagem terapêutica, diagnóstico e análise histopatológica de tais lesões. A pesquisa bibliográfica foi realizada em novembro de 2022 nas bases de dados eletrônicas: Scopus, EMBASE, LILACS e Pubmed/MEDLINE. Foram extraídos dados como idade, sexo, sintomas, aspecto extraoral, aspecto intraoral, tipo de exame de imagem utilizado, descrição imaginológica da lesão, tratamento, tamanho da lesão, características histopatológicas, impactação de dentes, recidiva da lesão e diagnóstico. Foi feita a inclusão de 214 artigos, totalizando 271 casos. Foram contabilizados 191 casos de OD (70,5 %) e 78 de FOA (28,8 %). Ambas as lesões acometeram mais o sexo masculino, com média de idade de 14,32 anos para o OD e 14,33 para o FOA. A sintomatologia constou casos assintomáticos e presença de inchaço nas duas lesões; houve a presença de edema extraoral e assimetria facial em ambas as lesões. Edema intraoral e ausência clínica de pelo menos um dente foram observados no OD e no FOA. A radiografia panorâmica foi o exame mais utilizado no diagnóstico de ambas as lesões. Apesar da estrutura interna diferir para as lesões, ambas se apresentaram bem delimitadas, de forma irregular, com maior prevalência em região posterior de mandíbula, sendo a impactação de dentes um achado prevalente. O tratamento de escolha foi a remoção cirúrgica para ambas. Quanto ao tamanho em sua maior dimensão, houve uma variabilidade para as duas lesões, com média de 19,4 mm para o OD e 40,4 mm para o FOA. Quanto ao exame histopatológico, para ambas as lesões foi identificado dentina, esmalte, cemento, tecido pulpar e a presença de epitélio odontogênico. A impactação de dentes permanentes foi maior que de decíduos em ambos. Houve recidiva em 2 casos de FOA. Foi possível concluir divergências entre os tumores FOA e OD, principalmente no quesito clínico de cada lesão, em relação às suas características imaginológicas fornecidas nos exames de imagem e ao exame histopatológico. É indubitável que para melhores conclusões acerca da classificação do FOA seria necessário uma análise comparativa acerca do perfil molecular dele comparado ao OD.Ameloblastic fibroodontoma (AFO) is a rare, mixed odontogenic tumor that exhibits the histological characteristics of ameloblastic fibroma (AF) and complex odontoma (OD). The occurrence of AFO in the oral region accounts for 1-3% of all odontogenic tumors. It usually occurs in patients younger than 20 years of age and has a propensity for the mandibular molar area and there is no significant inclination towards any gender. Some authors have suggested that an AF becomes an AFO as it matures and, in turn, can evolve into a OD. In view of this, there is a debate about the classification of the AFO. Thus, the objective was to discuss the AFO in the face of the last Classification of Odontogenic and Maxillofacial Bone Tumors of the World Health Organization (WHO) of 2022 (5th edition), to review the literature of the AFO compared to the OD, bringing clinical and radiological characteristics, as well as the behavior of both lesions, therapeutic approach, diagnosis and histopathological analysis of such lesions. The bibliographic search was carried out in November 2022 in the electronic databases: Scopus, EMBASE, LILACS and Pubmed/MEDLINE. Data such as age, gender, symptoms, extraoral appearance, intraoral appearance, type of imaging test used, imaging description of the lesion, treatment, lesion size, histopathological characteristics, impaction of teeth, recurrence of the lesion and diagnosis were extracted. A total of 214 articles were included, totaling 271 cases. There were 191 cases of OD (70.5%) and 78 cases of AFO (28.8%). Both lesions affected more males, with a mean age of 14.32 years for OD and 14.33 for AFO. The symptoms included asymptomatic cases and the presence of swelling in both lesions; There was the presence of extraoral edema and facial asymmetry in both lesions. Intraoral edema and clinical absence of at least one tooth were observed in OD and AFO. Panoramic radiography was the most used method in the diagnosis of both lesions. Although the internal structure differed for the lesions, both were well delimited, irregularly shaped, with a higher prevalence in the posterior region of the mandible, with tooth impaction being a prevalent finding. The treatment of choice was surgical removal for both. Regarding the size in its largest dimension, there was variability for the two lesions, with a mean of 19.4 mm for the OD and 40.4 mm for the AFO. Regarding the histopathological examination, dentin, enamel, cementum, pulp tissue, and the presence of odontogenic epithelium were identified for both lesions. The impaction of permanent teeth was higher than that of deciduous teeth in both. There was recurrence in 2 cases of AFO. It was possible to conclude divergences between the AFO and OD tumors, especially in the clinical aspect of each lesion, in relation to their imaging characteristics provided in the imaging studies and histopathological examination. It is undoubted that for better conclusions about the classification of the AFO it would be necessary to have a comparative analysis of its molecular profile compared to the OD.porUniversidade Federal de Juiz de Fora - Campus Avançado de Governador ValadaresUFJF/GVBrasilICV - Instituto de Ciências da Vidahttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/embargoedAccessCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ODONTOLOGIAFibro-odontomaFibro-odontoma ameloblásticoOdontoma em desenvolvimentoOdontomaFibroodontomaAmeloblastic fibroodontomaOdontoma in developmentOdontomaFibro-odontoma ameloblástico versus odontoma em desenvolvimento: revisão de literaturainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFCC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/17466/1/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/17466/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52ufjf/174662024-10-09 08:04:27.434oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/17466Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2024-10-09T11:04:27Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
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