Água pra quê(m): discurso e identidade na resistência à superexploração de água mineral em São Lourenço

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lobato, Christiane Batista de Paulo
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFLA
Texto Completo: http://repositorio.ufla.br/jspui/handle/1/31859
Resumo: This thesis is the result of a research that aimed to investigate the process of resistance to the overexploitation of mineral waters in São Lourenço (Minas Gerais), in light of the decolonial option. In order to develop the proposed study, this research was oriented epistemologically by the Critical and Decolonial Discourse Analysis approach. To gather the empirical material, we used documentary research and the oral history interview conducted through a semistructured script with actors directly involved in the discussion on the overexploitation of the mineral waters in São Lourenço, members of the resistance groups to this overexploitation. For the data analysis we used categories of Critical Discourse Analysis, such as intertextuality, modality, cohesion, metaphor, representation of social actors, evaluation. Analyzes results indicate that behind the reproduction and legitimation of the discourse of sustainability or social responsibility by society there are actions that are harmful to the environment. This frequently reproduced and legitimized discourse covers capitalist intentions and socio -historically -culturally constructed relations that favor the predatory actions of transnational in third world or colonized countries, as in the specific relation between São Lourenço and Nestlé. Subalterns consider that nature, individual, and culture are in connection, but not as something to be dominated, but as a reality that exists concretely, even though the entire (colonial) neoliberal apparatus insists on denying it. From this perspective it is inferred that the identity of resistance and guardians of the subordinate actors identified in this study is considered an exercise of decolonization, since it claims its denied identity by repudiating the instrumental rationality imposed by Nestlé to the detriment of the relation between nature and society. Nevert heless, the power relations established among the social actors involved in the overexploration of mineral water in São Lourenço reflect the power of subjugation of the coloniality of power undermining attempts at resistance to its presence and imposing its neoliberal logic. It is possible to perceive that the subalterns are aware of their condition, perceive the "other", perceive the colonial difference, but their counter history is exterminated by neoliberalism (coloniality of power).
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For the data analysis we used categories of Critical Discourse Analysis, such as intertextuality, modality, cohesion, metaphor, representation of social actors, evaluation. Analyzes results indicate that behind the reproduction and legitimation of the discourse of sustainability or social responsibility by society there are actions that are harmful to the environment. This frequently reproduced and legitimized discourse covers capitalist intentions and socio -historically -culturally constructed relations that favor the predatory actions of transnational in third world or colonized countries, as in the specific relation between São Lourenço and Nestlé. Subalterns consider that nature, individual, and culture are in connection, but not as something to be dominated, but as a reality that exists concretely, even though the entire (colonial) neoliberal apparatus insists on denying it. From this perspective it is inferred that the identity of resistance and guardians of the subordinate actors identified in this study is considered an exercise of decolonization, since it claims its denied identity by repudiating the instrumental rationality imposed by Nestlé to the detriment of the relation between nature and society. Nevert heless, the power relations established among the social actors involved in the overexploration of mineral water in São Lourenço reflect the power of subjugation of the coloniality of power undermining attempts at resistance to its presence and imposing its neoliberal logic. It is possible to perceive that the subalterns are aware of their condition, perceive the "other", perceive the colonial difference, but their counter history is exterminated by neoliberalism (coloniality of power).Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG)Esta tese é o resultado de uma pesquisa que visou investigar o processo de resistência à superexploração de águas minerais em São Lourenço (Minas Gerais), à luz da opção decolonial. Para desenvolver o estudo proposto, a pesquisa se orientou epistemologicamente pela abordagem da Análise do Discurso Crítica e Decolonial. Para reunir o material empírico, utilizou-se pesquisa documental e a entrevista história oral conduzida por meio de roteiro semiestruturado com atores envolvidos diretamente no debate sobre a superexploração das águas minerais em São Lourenço, membros dos grupos de resistência a esta superexploração. Para as análises de dados, foram utilizadas categorias da Análise de Discurso Crítica, como a intertextualidade, a modalidade, a coesão, a metáfora, a representação de atores sociais, a avaliação. Os resultados das análises apontam que, por trás da reprodução e legitimação do discurso de sustentabilidade ou responsabilidade social pela sociedade, há ações prejudiciais ao meio ambiente. Este discurso frequentemente reproduzido e legitimado encobre as intenções capitalistas e as relações construídas sócio -histórica-culturalmente que favorecem as ações predatórias de transnacionais em países de terceiro mundo ou colonizados, como ocorre na relação específica entre São Lourenço e Nestlé. Os subalternizados consideram que natureza, indivíduo e cultura estão em conexão, mas não como algo a ser dominado, e sim como uma realidade que existe concretamente, embora todo o aparato (colonial) neoliberal insista em negá-la. A partir dessa perspectiva, infere-se que a identidade de resistência e guardiões dos atores subalternizados identificada nesse estudo é considerada um exercício de decolonização, uma vez que reivindica a sua identidade negada ao repudiar a racionalidade instrumental imposta pela Nestlé em detrimento da relação entre natureza e sociedade. Apesar disso, as relações de poder estabelecidas entre os atores sociais envolvidos na superexploração de água mineral em São Lourenço, reflete o poder de subjugação da colonialidade do poder, minando as tentativas de resistência à sua presença e impondo sua lógica neoliberal. É possível perceber que os subalternizados têm consciência de sua condição, percebem o ―outro‖, percebem a diferença colonial, mas sua contra-história é exterminada pelo neoliberalismo (colonialidade do poder).Universidade Federal de LavrasPrograma de Pós-Graduação em AdministraçãoUFLAbrasilDepartamento de Administração e EconomiaMafra, Flávia Luciana NavesCarvalho, Flaviana Andrade de PáduaSilva, Sabrina Soares daCunha, Gustavo XimenesAbdalla, Márcio MoutinhoLobato, Christiane Batista de Paulo2018-11-21T12:18:32Z2018-11-21T12:18:32Z2018-11-212018-08-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfLOBATO, C. B. de P. Água pra quê(m): discurso e identidade na resistência à superexploração de água mineral em São Lourenço. 2018. 139 p. 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