Os cursos de magistério indígena do estado do Maranhão e as implicações na formação dos professores Krikati numa perspectiva específica e diferenciada

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Ilma Maria de Oliveira
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Educação e Emancipação
Texto Completo: http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/reducacaoemancipacao/article/view/3316
Resumo: Análise das percepções dos professores indígenas Krikati referentes à especifi cidade, ao bilinguismo, à interculturalidade e à comunitariedade dos cursos de formação de professores, no nível de magistério e suas contribuições no processo ensino e aprendizagem, na mudança das suas práticas docentes e na efetivação de uma educação bilíngue, intercultural e omunitária, nas escolas da área indígena Krikati. A pesquisa, pautada numa perspectiva qualitativa, analisa a percepção de dez professores indígenas Krikati em relação aos cursos de  formação de Magistério Indígena, oferecidos pela Secretaria de Educação do Estado do Maranhão nos últimos dezesseis anos. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada, a qual foi aplicada nas aldeias São José, Nova Jerusalém, Raiz e Campo Alegre, no período de março de 2011 a janeiro de 2012. A participação ou conclusão em cursosde Magistério Indígena foram os critérios de escolha e  articipação dos professores na pesquisa. Dos dez professores entrevistados, cinco concluíram o curso de Magistério Indígena de nível médio (1996- 2002), assim como, também, fi zeram parte do projeto de formação elaborado e executado pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI). Os demais professores pesquisados fazem parte da segunda turma docurso de Formação do Magistério, que teve início em 2008, e do qual até o presente momento aconteceram apenas três etapas presenciais. A pesquisa constatou que os professores indígenas Krikati valorizam sua profi ssão como forma de fortalecer sua cultura e os conhecimentos tradicionais de seu povo; reivindicam a importância de uma escola indígena que envolva a comunidade nas decisões do que e para que ensinar e que respeite os processos próprios de ensino e aprendizagem.No contexto da estruturação de uma educação bilíngue e intercultural, evidencia-se que as práticas dos professores indígenas Krikati vêm sendo ressignifi cadas, no intuito de desenvolver comportamentos, atitudes de respeito, aceitação e compreensão da diversidade cultural e da necessidade de envolvimento na vida social mais ampla, de forma que possam interferir no contexto local, nacional e em defesa dos interessesde seu povo. Sobre os cursos de formação, coordenados pela Secretaria de Estado de Educação do Maranhão, os professores Krikati não reconhecem a especifi cidade, bilinguismo e interculturalidade desses cursos, pois percebem uma grande diferença entre o que vem sendo disposto ofi cialmente e a realidade vivenciada em suas comunidades. Portanto, defendem uma formação que valorize os costumes, a língua, ahistória e a identidade da cada povo e que contextualize os conteúdos e disciplinas com os conhecimentos próprios dos indígenas.Palavras-chave: Educação indígena. Formação de professores. Educação escolar específica.
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