A CONSTRUÇÃO CALIBÂNICA DO OUTRO: entre tempestades e naufrágios

• Autor(a) principal: Rodrigues, Kátia Frazão Costa
• Data de Publicação: 2014
• Tipo de documento: Artigo
• Título da fonte: Revista Brasileira do Caribe (Online)
• Texto Completo: http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rbrascaribe/article/view/2377
• topic: Alteridade; Imaginário colonial; Literatura

Nas representações da alteridade, construídas e alimentadas pela situação colonial, o outro, objeto de curiosidade e estranheza, é produção ficcional de natureza binária, pois, ao mesmo tempo em que está comprometido com a história do seu criador, parece dela se afastar. E, em meio a duplos gestos, esse outro se inscreve, sob a forma de uma resistente e infiel cópia, ao preencher, com suas diferenças, os espaços entre os significantes. No plano real, o encontro das subjetividades marca o insucesso do diálogo entre essas desigualdades, que culmina, quase sempre, na anulação ou na indiferenciação do outro. Também a literatura faz suscitar a hipótese de ser o mundo real e pós-moderno uma nova faceta da colonização, porque promove o apagamento do outro, agindo de maneira subliminar e poderosa. Nesse sentido, pensar sobre o imaginário colonial refletido na arte é se engajar pró-ativamente nas atuais questões identitárias, não por acaso presentes no cenário sócio-político e econômico de tendência globalizante, compreendendo a estreita relação entre ficção e história. Tal análise se baseia nos personagens Prospero, Caliban e Ariel, protagonistas de Shakespeare, Renan e Aimé Césaire que enriqueceram a ótica de importantes críticos pós-coloniais, como Octave Mannoni e Roger Toumson. Palavras-chave: Alteridade. Imaginário colonialResumen En las representaciones de la alteridad, construída y alimentada por la situación colonial, el Otro, el objeto de la curiosidad y extrañeza, es la producción de una ficción de carácter binario, pues, mientras que se han comprometido con la historia de su creador, de ella parece apartarse. Y en medio de ese doble gesto, el otro se inscribe en la forma de una sólida e infiel copia, al llenar, con sus diferencias, los espacios entre los significantes. En cuanto a lo real, la reunión de las subjetividades marca el fracaso del diálogo entre estas desigualdades que culminaron, casi siempre, en la cancelación o en la indiferenciación del otro. Además, la literatura plantea la posibilidad de ser el mundo real y post-moderno un nuevo aspecto de la colonización, ya que promueve la supresión de ese otro, actuando de manera subliminal.En este sentido, pensar sobre el imaginario colonial que se refleja en el arte es participar pro-activamente en las cuestiones actuales de la identidad, no por casualidad presentes en el escenario socio-político y económico de tendencia globalizante, incluida la estrecha relación que existe entre la ficción y la historia. Este análisis se basa en los personajes Próspero, Ariel y Calibán, protagonistas de Shakespeare, Renan y Aimé Césaire, que enriquecieron la perspectiva de importantes críticos post-colonial, como Octave Mannoni y Roger Toumson. Palabras claves: Alteridad. Imaginario colonialAbstract In representations of otherness, created and nurtured by the colonial situation, the other, an object of curiosity and amazement, is a fictional production of a binary nature, because whilst it is committed to the history of its creator, at the same time it seems to drift apart from it. And so, between double gestures, that other cuts itself, under the form of an enduring and unfaithful copy, as it fills together with its differences, in the voids between significants. In the real picture, the (meet)reunion of subjectivities marks the failure of the dialogue between these differences, which climaxes almost always in the annulment or non-discrimination of the other. Literature also excites the theory of the real and post modern world being a new side of colonization, as it promotes the extinction of the other one, acting in a subliminal and powerful way. In that sense, to think of the colonial imagery reflected in art is proactively engaging in the current identity issues, present not by chance in the social, political and economic scene of a globalization trend, understanding the thin relation between fiction and history. Such review is based on the characters of Prospero, Caliban and Ariel, main actors of Shakespeare, Renan and Aime Cesaire which improved the perception of major post colonial critics such as Octave Mannoni and Roger Toumson. Keywords: Otherness. Colonial Imagery