O exílio do nómos: Carl Schmitt e a globale Zeit - DOI: 10.9732/P.0034-7191.2012v105p151

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marramao, Giacomo
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Estudos Políticos (Online)
Texto Completo: https://pos.direito.ufmg.br/rbep/index.php/rbep/article/view/P.0034-7191.2012v105p151
Resumo: Carl Schmitt, sem dúvida, é uma das figurasmais significativas e controvertidas da filosofia políticae jurídica europeia do século XX. Seu nome e sua obraestiveram associados, por muito tempo, do ponto devista ideológico-político, a seu comprometimento como regime nazista e, do ponto de vista mais estritamentedoutrinário, ao chamado “decisionismo”, posição teóricapara qual o fundamento da soberania do Estadomoderno não repousaria na impessoalidade da lei ou sobre uma norma, mas sobre uma decisão originária.Em razão dessa posição, alguns intérpretes tratam opensamento schmittiano a partir de uma “politologia”realista, seja alheia à ciência jurídica, seja comouma “degeneração” do positivismo jurídico alemão.Entretanto, esse juízo contrasta com a autodefiniçãoque Schmitt ofereceu de sua própria obra, pois sempre,até o fim de sua longa vida, qualificou-se como jurista.No presente artigo, apresenta-se um perfil crítico deCarl Schmitt. Nesse sentido, é necessário fazer referênciaaos três núcleos fundamentais que pautam oitinerário da reflexão schmittiana: 1) a teologia política;2) o conceito do “político”; 3) a teoria do nómoscomo ordenamento concreto. Esses três momentos sãocaptados, ao mesmo tempo, em sua especificidade ediferenciação, assim como em sua co-presença interativa,em uma visão “de época” do Estado moderno ede sua parábola. Se os tomará, portanto, de maneiraseparada, para fazer surgir ao fim sua confluência emum grande marco diagnóstico que assume a “crisedo Estado” dentro da mais geral vicissitude do que opróprio Schmitt define – no caminho de Weber – como“racionalismo ocidental” (okzidentaler Rationalismus).
id UFMG-21_b8e3299d7be3118d76b2aa1255f84a19
oai_identifier_str oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/191
network_acronym_str UFMG-21
network_name_str Revista Brasileira de Estudos Políticos (Online)
repository_id_str
spelling O exílio do nómos: Carl Schmitt e a globale Zeit - DOI: 10.9732/P.0034-7191.2012v105p151Carl Schmitt, sem dúvida, é uma das figurasmais significativas e controvertidas da filosofia políticae jurídica europeia do século XX. Seu nome e sua obraestiveram associados, por muito tempo, do ponto devista ideológico-político, a seu comprometimento como regime nazista e, do ponto de vista mais estritamentedoutrinário, ao chamado “decisionismo”, posição teóricapara qual o fundamento da soberania do Estadomoderno não repousaria na impessoalidade da lei ou sobre uma norma, mas sobre uma decisão originária.Em razão dessa posição, alguns intérpretes tratam opensamento schmittiano a partir de uma “politologia”realista, seja alheia à ciência jurídica, seja comouma “degeneração” do positivismo jurídico alemão.Entretanto, esse juízo contrasta com a autodefiniçãoque Schmitt ofereceu de sua própria obra, pois sempre,até o fim de sua longa vida, qualificou-se como jurista.No presente artigo, apresenta-se um perfil crítico deCarl Schmitt. Nesse sentido, é necessário fazer referênciaaos três núcleos fundamentais que pautam oitinerário da reflexão schmittiana: 1) a teologia política;2) o conceito do “político”; 3) a teoria do nómoscomo ordenamento concreto. Esses três momentos sãocaptados, ao mesmo tempo, em sua especificidade ediferenciação, assim como em sua co-presença interativa,em uma visão “de época” do Estado moderno ede sua parábola. Se os tomará, portanto, de maneiraseparada, para fazer surgir ao fim sua confluência emum grande marco diagnóstico que assume a “crisedo Estado” dentro da mais geral vicissitude do que opróprio Schmitt define – no caminho de Weber – como“racionalismo ocidental” (okzidentaler Rationalismus).RBEP2013-02-05info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://pos.direito.ufmg.br/rbep/index.php/rbep/article/view/P.0034-7191.2012v105p15110.9732/P.0034-7191.2012v105p151Brazilian Journal of Political Studies; Vol. 105 (2012); 151-184Revista Brasileña de Estudios Políticos; Vol. 105 (2012); 151-184Revista Brasileira de Estudos Políticos; v. 105 (2012); 151-1842359-57360034-7191reponame:Revista Brasileira de Estudos Políticos (Online)instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGporhttps://pos.direito.ufmg.br/rbep/index.php/rbep/article/view/P.0034-7191.2012v105p151/185Copyright (c) 2018 Revista Brasileira de Estudos Políticosinfo:eu-repo/semantics/openAccessMarramao, Giacomo2023-01-10T14:45:01Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/191Revistahttps://pos.direito.ufmg.br/rbep/index.php/rbep/indexONGhttps://pos.direito.ufmg.br/rbep/index.php/rbep/oairbep.ufmg@gmail.com || ati@direito.ufmg.br2359-57360034-7191opendoar:2023-01-10T14:45:01Revista Brasileira de Estudos Políticos (Online) - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.none.fl_str_mv O exílio do nómos: Carl Schmitt e a globale Zeit - DOI: 10.9732/P.0034-7191.2012v105p151
title O exílio do nómos: Carl Schmitt e a globale Zeit - DOI: 10.9732/P.0034-7191.2012v105p151
spellingShingle O exílio do nómos: Carl Schmitt e a globale Zeit - DOI: 10.9732/P.0034-7191.2012v105p151
Marramao, Giacomo
title_short O exílio do nómos: Carl Schmitt e a globale Zeit - DOI: 10.9732/P.0034-7191.2012v105p151
title_full O exílio do nómos: Carl Schmitt e a globale Zeit - DOI: 10.9732/P.0034-7191.2012v105p151
title_fullStr O exílio do nómos: Carl Schmitt e a globale Zeit - DOI: 10.9732/P.0034-7191.2012v105p151
title_full_unstemmed O exílio do nómos: Carl Schmitt e a globale Zeit - DOI: 10.9732/P.0034-7191.2012v105p151
title_sort O exílio do nómos: Carl Schmitt e a globale Zeit - DOI: 10.9732/P.0034-7191.2012v105p151
author Marramao, Giacomo
author_facet Marramao, Giacomo
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Marramao, Giacomo
description Carl Schmitt, sem dúvida, é uma das figurasmais significativas e controvertidas da filosofia políticae jurídica europeia do século XX. Seu nome e sua obraestiveram associados, por muito tempo, do ponto devista ideológico-político, a seu comprometimento como regime nazista e, do ponto de vista mais estritamentedoutrinário, ao chamado “decisionismo”, posição teóricapara qual o fundamento da soberania do Estadomoderno não repousaria na impessoalidade da lei ou sobre uma norma, mas sobre uma decisão originária.Em razão dessa posição, alguns intérpretes tratam opensamento schmittiano a partir de uma “politologia”realista, seja alheia à ciência jurídica, seja comouma “degeneração” do positivismo jurídico alemão.Entretanto, esse juízo contrasta com a autodefiniçãoque Schmitt ofereceu de sua própria obra, pois sempre,até o fim de sua longa vida, qualificou-se como jurista.No presente artigo, apresenta-se um perfil crítico deCarl Schmitt. Nesse sentido, é necessário fazer referênciaaos três núcleos fundamentais que pautam oitinerário da reflexão schmittiana: 1) a teologia política;2) o conceito do “político”; 3) a teoria do nómoscomo ordenamento concreto. Esses três momentos sãocaptados, ao mesmo tempo, em sua especificidade ediferenciação, assim como em sua co-presença interativa,em uma visão “de época” do Estado moderno ede sua parábola. Se os tomará, portanto, de maneiraseparada, para fazer surgir ao fim sua confluência emum grande marco diagnóstico que assume a “crisedo Estado” dentro da mais geral vicissitude do que opróprio Schmitt define – no caminho de Weber – como“racionalismo ocidental” (okzidentaler Rationalismus).
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013-02-05
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://pos.direito.ufmg.br/rbep/index.php/rbep/article/view/P.0034-7191.2012v105p151
10.9732/P.0034-7191.2012v105p151
url https://pos.direito.ufmg.br/rbep/index.php/rbep/article/view/P.0034-7191.2012v105p151
identifier_str_mv 10.9732/P.0034-7191.2012v105p151
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://pos.direito.ufmg.br/rbep/index.php/rbep/article/view/P.0034-7191.2012v105p151/185
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2018 Revista Brasileira de Estudos Políticos
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2018 Revista Brasileira de Estudos Políticos
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv RBEP
publisher.none.fl_str_mv RBEP
dc.source.none.fl_str_mv Brazilian Journal of Political Studies; Vol. 105 (2012); 151-184
Revista Brasileña de Estudios Políticos; Vol. 105 (2012); 151-184
Revista Brasileira de Estudos Políticos; v. 105 (2012); 151-184
2359-5736
0034-7191
reponame:Revista Brasileira de Estudos Políticos (Online)
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Revista Brasileira de Estudos Políticos (Online)
collection Revista Brasileira de Estudos Políticos (Online)
repository.name.fl_str_mv Revista Brasileira de Estudos Políticos (Online) - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv rbep.ufmg@gmail.com || ati@direito.ufmg.br
_version_ 1798042218004480000