A negociação da moralidade através da produção de justificativas na reconstrução da narrativa do abuso sexual de crianças: um estudo situado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sell, Mariléia
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Lingüística Aplicada (Online)
Texto Completo: http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/rbla/article/view/6270
Resumo: Esta pesquisa, ancorada nos preceitos teóricos da Etnometodologia (GARFINKEL, 1967) e da Análise da Conversa (SACKS, 1992) estuda qualitativamente interações entre um conselheiro tutelar e crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual. O objetivo é observar como a experiência do abuso é significada e realinhada com as expectativas morais e sociais (BERGMANN, 1998). A análise das interações mostra que as crianças maiores realizam um trabalho moral defensivo de forma mais ativa (DREW, 1988), enquanto as crianças menores se engajam menos neste tipo de atividade. Esse dado indica que as crianças maiores possivelmente se orientam para o paradoxo da vitimização e da culpabilização das vítimas de abuso sexual (SANTOS, 2003), demonstrando maior socialização sobre como narrar histórias com implicações morais e sobre como performar a vítima “ideal” (TRINCH, 2013).
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