Caracterização de restos de litosfera oceânica do Orógeno Araçuaí entre os paralelos 17º e 21ºS
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/MPBB-8BFL2V |
Resumo: | Esta tese aborda o mapeamento e a caracterização petrográfica, geoquímica e isotópica dos remanescentes oceânicos do Orógeno Araçuaí, região sudeste do Brasil. O Orógeno Araçuaí se estende desde o limite leste do Cráton do São Francisco até o litoral atlântico, aproximadamente entre os paralelos 150 e 210 S. Este orógeno mostra registros de todos os estágios evolucionários, desde a bacia precursora até o plutonismo pós-colisional, incluindo seqüências ofiolíticas tais como Ribeirão da Folha, São José da Safira e Santo Antônio do Grama, O principal registro de remanescente oceânico do Orógeno Araçuaí é o ofiolito de Ribeirão da Folha São José da Safira, uma associação tectonicamente desmembrada, composta por rochas metamáficas e meta-ultramáficas encaixadas em pacotes de xistos peliticos com intercalações de metachert sulfetado, diopsidito e formações ferríferas bandadas, metamorfisados em fácies anfibolito (zona da cianita e pressão intermediária; 550°C e 5,5kbar). As características petrográficas e geoquímicas das rochas inetamáficas e meta-ultramáficas indicam afinidade ofiolítica e origem em ambiente de fundo oceânico. Dados isotópicos Sm-Nd de ambas as rochas indicam valores iniciais de épsilon Nd positivos (-i-1,8 a +6,3). Os valores das idades-modelo TDM sugerem desenvolvimento de crosta oceânica durante o Neoproterozóico. Corpos leucrocáticos, semelhantes a plagiogranito oceânico e encaixados por anfibolito de granulação variável entre média e grossa (metadolerito a metagabro), foram reconhecidos e ocorrem sob a forma de veios irregulares com dimensões milimétricas a centimétricas (50 cm). Estes corpos leucocráticos consistem de plagiogranito foliado, compostos essencialmente por plagioclásio cálcico com bordas albíticas, quartzo, hornblenda e epidoto, com titanita, sulfeto, apatita e zircão como os principais minerais acessórios. A geoquímica de elementos maiores destes corpos em conjunto com os baixos conteúdos de elementos terras raras (ETR) e Rb estão consistentes com a classificação adotada. Os padrões de ETR do plagiogranito de Ribeirão da Folha, assim como das rochas metamáficas e meta-ultramáficas, sugerem que a fonte deste remanescente ofiolítico seja enriquecida em elementos terras raras leves (ETRL). Os estudos geocronológicos U-Pb de uma amostra de plagiogranito, obtidos com as técnicas Laser-Ablation e SHRIMP, foram executados no Laboratório de Geologia Isotópica UFRGS e no Laboratório de Geocronologia da Australian National Universjt-v (Canberra). Os cristais de zircão analisados são levemente alaranjados, prismáticos e muito límpidos. As análises U-Pb mostram resultados concordantes, indicando idade de cristalização magmática de 646 ± 3 Ma (LA-ICPMS) e 637 ± 6 Ma (SHRIMP). O espalhamento de algumas das análises ao longo da curva concórdia sugere perda de Pb devido ao metamorfismo de fácies anfibolito em ca. 585 Ma. Uma nova descoberta de fragmento oceânico é o anfibolito de Santo Antônio do Grama, um grande (50 km ao longo do mergulho) corpo gabróico composto por homblenda, plagioclásio cálcico, titanita e piroxênios, com assinaturas química e isotópica Sm-Nd (épsilon +1,08 a + 4,73) oceânicas. Zircôes límpidos, uniformes e com poucos zonamentos deste metagabro indicam idade U-Pb (LAICP-MS) de 595 ± 6 Ma para a cristalização magmática. Os plagiogranitos de Ribeirão da Folha, de ca. 640 Ma, precedem as idades U-Pb mais velhas (ca. 630 Ma) dos tonalitos do arco magmático pré-colisional do Orógeno Araçual, mas a geração de crosta oceânica teria tido lugar mesmo durante a evoluçao deste arco, como sugerido pelas idades magmáticas do rnetagabro de Santo Antônio do Grama.Complementando as etapas de trabalho no Orógeno Araçuai, foi realizada uma excursão temática ao Maciço Voykar (Montes Urais Polares, Rússia), com objetivo de reconhecer uma seqüência ofiolítica paleozóica sem deformação. O trabalho em conjunto com a comitiva russa resultou na obtenção da primeira idade de cristalização magmática de um plagiogranito oceânico (U-Pb LA-ICPMS; 427 ± 7 Ma) deste complexo ofiolítico. |
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Antonio Carlos Pedrosa SoaresAlexandre UhleinCarlos Mauricio NoceMarcos Tadeu de Freitas SuitaLuiz Carlos da SilvaGlaucia Nascimento Queiroga2019-08-14T00:57:46Z2019-08-14T00:57:46Z2010-03-12http://hdl.handle.net/1843/MPBB-8BFL2VEsta tese aborda o mapeamento e a caracterização petrográfica, geoquímica e isotópica dos remanescentes oceânicos do Orógeno Araçuaí, região sudeste do Brasil. O Orógeno Araçuaí se estende desde o limite leste do Cráton do São Francisco até o litoral atlântico, aproximadamente entre os paralelos 150 e 210 S. Este orógeno mostra registros de todos os estágios evolucionários, desde a bacia precursora até o plutonismo pós-colisional, incluindo seqüências ofiolíticas tais como Ribeirão da Folha, São José da Safira e Santo Antônio do Grama, O principal registro de remanescente oceânico do Orógeno Araçuaí é o ofiolito de Ribeirão da Folha São José da Safira, uma associação tectonicamente desmembrada, composta por rochas metamáficas e meta-ultramáficas encaixadas em pacotes de xistos peliticos com intercalações de metachert sulfetado, diopsidito e formações ferríferas bandadas, metamorfisados em fácies anfibolito (zona da cianita e pressão intermediária; 550°C e 5,5kbar). As características petrográficas e geoquímicas das rochas inetamáficas e meta-ultramáficas indicam afinidade ofiolítica e origem em ambiente de fundo oceânico. Dados isotópicos Sm-Nd de ambas as rochas indicam valores iniciais de épsilon Nd positivos (-i-1,8 a +6,3). 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O trabalho em conjunto com a comitiva russa resultou na obtenção da primeira idade de cristalização magmática de um plagiogranito oceânico (U-Pb LA-ICPMS; 427 ± 7 Ma) deste complexo ofiolítico.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGGeologia Santo Antônio do Grama (MG)Orógeno AraçuaíUrais PolaresRibeirão da FolhaSanto Antônio do GramaofiolitoCaracterização de restos de litosfera oceânica do Orógeno Araçuaí entre os paralelos 17º e 21ºSinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais 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Esta tese aborda o mapeamento e a caracterização petrográfica, geoquímica e isotópica dos remanescentes oceânicos do Orógeno Araçuaí, região sudeste do Brasil. O Orógeno Araçuaí se estende desde o limite leste do Cráton do São Francisco até o litoral atlântico, aproximadamente entre os paralelos 150 e 210 S. Este orógeno mostra registros de todos os estágios evolucionários, desde a bacia precursora até o plutonismo pós-colisional, incluindo seqüências ofiolíticas tais como Ribeirão da Folha, São José da Safira e Santo Antônio do Grama, O principal registro de remanescente oceânico do Orógeno Araçuaí é o ofiolito de Ribeirão da Folha São José da Safira, uma associação tectonicamente desmembrada, composta por rochas metamáficas e meta-ultramáficas encaixadas em pacotes de xistos peliticos com intercalações de metachert sulfetado, diopsidito e formações ferríferas bandadas, metamorfisados em fácies anfibolito (zona da cianita e pressão intermediária; 550°C e 5,5kbar). As características petrográficas e geoquímicas das rochas inetamáficas e meta-ultramáficas indicam afinidade ofiolítica e origem em ambiente de fundo oceânico. Dados isotópicos Sm-Nd de ambas as rochas indicam valores iniciais de épsilon Nd positivos (-i-1,8 a +6,3). Os valores das idades-modelo TDM sugerem desenvolvimento de crosta oceânica durante o Neoproterozóico. Corpos leucrocáticos, semelhantes a plagiogranito oceânico e encaixados por anfibolito de granulação variável entre média e grossa (metadolerito a metagabro), foram reconhecidos e ocorrem sob a forma de veios irregulares com dimensões milimétricas a centimétricas (50 cm). Estes corpos leucocráticos consistem de plagiogranito foliado, compostos essencialmente por plagioclásio cálcico com bordas albíticas, quartzo, hornblenda e epidoto, com titanita, sulfeto, apatita e zircão como os principais minerais acessórios. A geoquímica de elementos maiores destes corpos em conjunto com os baixos conteúdos de elementos terras raras (ETR) e Rb estão consistentes com a classificação adotada. Os padrões de ETR do plagiogranito de Ribeirão da Folha, assim como das rochas metamáficas e meta-ultramáficas, sugerem que a fonte deste remanescente ofiolítico seja enriquecida em elementos terras raras leves (ETRL). Os estudos geocronológicos U-Pb de uma amostra de plagiogranito, obtidos com as técnicas Laser-Ablation e SHRIMP, foram executados no Laboratório de Geologia Isotópica UFRGS e no Laboratório de Geocronologia da Australian National Universjt-v (Canberra). Os cristais de zircão analisados são levemente alaranjados, prismáticos e muito límpidos. As análises U-Pb mostram resultados concordantes, indicando idade de cristalização magmática de 646 ± 3 Ma (LA-ICPMS) e 637 ± 6 Ma (SHRIMP). O espalhamento de algumas das análises ao longo da curva concórdia sugere perda de Pb devido ao metamorfismo de fácies anfibolito em ca. 585 Ma. Uma nova descoberta de fragmento oceânico é o anfibolito de Santo Antônio do Grama, um grande (50 km ao longo do mergulho) corpo gabróico composto por homblenda, plagioclásio cálcico, titanita e piroxênios, com assinaturas química e isotópica Sm-Nd (épsilon +1,08 a + 4,73) oceânicas. Zircôes límpidos, uniformes e com poucos zonamentos deste metagabro indicam idade U-Pb (LAICP-MS) de 595 ± 6 Ma para a cristalização magmática. Os plagiogranitos de Ribeirão da Folha, de ca. 640 Ma, precedem as idades U-Pb mais velhas (ca. 630 Ma) dos tonalitos do arco magmático pré-colisional do Orógeno Araçual, mas a geração de crosta oceânica teria tido lugar mesmo durante a evoluçao deste arco, como sugerido pelas idades magmáticas do rnetagabro de Santo Antônio do Grama.Complementando as etapas de trabalho no Orógeno Araçuai, foi realizada uma excursão temática ao Maciço Voykar (Montes Urais Polares, Rússia), com objetivo de reconhecer uma seqüência ofiolítica paleozóica sem deformação. O trabalho em conjunto com a comitiva russa resultou na obtenção da primeira idade de cristalização magmática de um plagiogranito oceânico (U-Pb LA-ICPMS; 427 ± 7 Ma) deste complexo ofiolítico. |
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