Detalhes bibliográficos
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
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spelling Ana Lydia Bezerra Santiagohttp://lattes.cnpq.br/4341762899515769Guilherme Massara RochaLudmilla Féres FariaNohemí Ibáñez BrownCristiane de Freitas Cunhahttp://lattes.cnpq.br/7407446711012945Bruna Simões de Albuquerque2023-09-05T13:58:18Z2023-09-05T13:58:18Z2019-08-28http://hdl.handle.net/1843/58442A travessia da adolescência constitui enigma para adolescentes e adultos. Entre as gerações, há um mal-estar relacionado ao modo de fala que é rapidamente nomeado como falta de respeito pelos adultos. A falta de respeito irrompe na interlocução com os adultos e aparece na escola como uma queixa generalizada. O desrespeito mútuo como impasse na sala de aula foi ponto de partida da investigação proposta. Ao esmiuçar o desrespeito, a sexualidade aparece. Nossa hipótese consistiu em tomar a falta de respeito não apenas como uma provocação linguageira ou como índice do conflito entre gerações, mas como embrionária na criação de uma solução para a travessia da adolescência. A falta de respeito se apresentou finalmente como um modo de exprimir algo da dimensão sexual que embaraça o jovem, um passo rumo a uma linguagem mais própria frente à sexualidade que faz furo. Com base nisso, interessou-nos interrogar a relação do jovem com a linguagem, em um esforço de investigar, para além da falta de respeito, o que há de novo introduzido pelo jovem em relação à linguagem. Como se dá o trabalho particular da linguagem feito por cada sujeito na travessia da adolescência? Com Freud, a adolescência apresentou-se como travessia. O cinema, a poesia e a arte contemporânea destacaram a presença do furo, do vazio, forneceram a pista da adolescência como túnel que se infinitiza em um toro. Propusemos, então, tomar a metade de um toro como esse túnel de Freud, perfurado desde ambas as extremidades, que implica a presença de um vazio sem bordas. A fala dos jovens, guiada por três perguntas – sobre o encontro, o Outro e o novo –, orientou um percurso de sucessivas análises do material bruto das entrevistas, que passou por longo processo de lapidação. As primeiras análises, lidas conjuntamente com os pontos extraídos da experiência dos cães falantes de Cervantes – a herança do Outro, o que surpreende ao falar e o que se revela só depois –, indicaram-nos os correlatos fundamentais de abordagem da linguagem na obra de Jacques Lacan: a linguagem como lugar do Outro e lalíngua que não se aloja no lugar do Outro. Reviravolta! A última análise lógica das entrevistas indicou três tempos para uma entrada no túnel, e não para uma saída, como pensávamos inicialmente: o furo, o encontro e a entrada. O furo na língua de Bia (rap), o furo do abuso para Estela (ocupação), o furo dos insultos para Ariel (sarau), o furo da solidão de Pedro (cinema) – quatro nomes para o furo, à espera de um encontro para escavações ancoradas das bordas de um túnel, um lugar para o início de uma escrita. E o inusitado aparece: atravessar o furo é o que inaugura a entrada no túnel. A invenção aparece como um arranjo de elementos singulares no furo. Ao longo da travessia, o sujeito se debate até descobrir que, como no túnel, escavado desde as duas extremidades, não há exatamente saída, há escrita.The adolescence crossing is a puzzle for adolescents and adults. Between generations there is a discomfort related to the mode of speech that is quickly named as a lack of respect by the adults. The lack of respect erupts in the dialogue with the adults and appears at school as a widespread complaint. Mutual disrespect as a stalemate in the classroom was the starting point of the proposed investigation. By scrutinizing disrespect, sexuality appears. Our hypothesis was to take disrespect not just as a language provocation or as an index of intergenerational conflict, but as embryo for creating a solution for the adolescent crossing. The lack of respect presented itself as a way of expressing something of the sexual dimension that embarrasses the adolescent, a step towards a language of its own in the face of a sexuality that make holes. Based on this we aim to question the young people's relationship with language in an effort to investigate, beyond the disrespect, what they have introduced in relation to language. How does each Subject's specific relationship with language in adolescence crossing operate? With Freud, adolescence presented itself as a crossing. The cinema, poetry and contemporary art highlighted the presence of the hole, the void, providing the track of adolescence as a tunnel that is infinite in a torus. We then proposed to take half of a torus as the Freud’s tunnel, pierced from both ends, which implies the presence of a borderless void. The speeches of the young people, guided by three questions - about the meeting, the Other and the new - guided a path of successive analyzes of the raw material of the interviews, which went through a long process of stoning. The first analyzes, read together with the points extracted from the experience of Cervantes' talking dogs - the inheritance of the Other, what is surprising to speak and what is revealed only afterwards - showed us the fundamental correlates of language approach in the work of Jacques Lacan: language as a place of the Other and lalangue that does not lodge in the place of the Other. Turnaround! The last logical analysis of the interviews indicated three times for tunnel entry rather than exit, as we initially thought: the borehole, the encounter, and the entrance. The hole in the tongue of Bia (rap), the abuse hole for Estela (occupations), the insulting hole for Ariel (poetry perfomance), the solitude hole for Pedro (cinema) - four names for the hole, waiting for an encounter for anchored excavations of the edges of a tunnel, a place for the beginning of a writing. And the unusual appears: crossing the hole is what opens the entrance to the tunnel. The invention as arrangement of singular elements in the hole. Throughout the crossing, the Subject struggles until he finds that, as in the tunnel, excavated from both ends, there is no way out, there is only writing.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão SocialUFMGBrasilFAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃOadolescêncialinguagemsexualidadefalta de respeitopsicanáliseDo furo à entrada no túnel : reviravolta da linguagem e da sexualidade na adolescênciainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTESEFINALBRUNA 23 outubro 2020 com ficha e assinatura.pdfTESEFINALBRUNA 23 outubro 2020 com ficha e assinatura.pdfapplication/pdf2659149https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/58442/1/TESEFINALBRUNA%2023%20outubro%202020%20com%20ficha%20e%20assinatura.pdf195c333793c71fa5243e53d7d97a65e7MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/58442/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/584422023-09-05 10:58:18.478oai:repositorio.ufmg.br:1843/58442TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-09-05T13:58:18Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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