Takao Kusuno: poeta do efêmero: dança-teatro e Butoh no Brasil: poéticas e processos criativos

• Autor(a) principal: Carolina de Pinho Barroso Magalhães
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/52445
• topic: Takao Kusuno; Cia Tamanduá de Dança-Teatro; Butoh no Brasil; Butoh como filosofia; Dança-teatro; Arte-vida; Kusuno, Takao, 1945-2001; Cia. Tamanduá de Dança-Teatro; Butô (Dança); Dança - Brasil; Dança - Filosofia

Essa pesquisa reflete sobre poéticas e processos criativos que se fizeram presentes na Dança-Teatro de Takao Kusuno, partindo de duas perspectivas: o Butoh como filosofia e a percepção do efêmero como elemento fundamental ao Butoh de Takao Kusuno. Takao Kusuno nasceu em 1945, na província de Hokkaido, no Japão, e mudou-se para o Brasil em 1977, onde viveu e criou até o ano de sua morte (2001). No Brasil, Takao concebeu e dirigiu 14 espetáculos de Dança-Teatro, muitos deles premiados, criou a Cia Tamanduá de Dança-Teatro, e participou da formação e transformação de diversos artistas da dança do país, muitos deles (as) reconhecidos(as) nacionalmente e internacionalmente. Takao Kusuno teve grande importância na História da Dança-Teatro no Brasil, tanto por suas poéticas e processos criativos, inusitados para o período, e que ainda hoje geram reflexões e provocações, quanto por ter sido responsável, junto à sua esposa e companheira de arte e vida, Felícia Ogawa, pela inserção do Butoh no país, do qual Takao havia se aproximado no Japão, anteriormente à sua vinda para o Brasil. Takao não denominava suas criações como Butoh, mas como dança-teatro, porém trazia o Butoh como filosofia de vida; e vida e arte eram indistinguíveis e imbricadas para esse diretor. Fui aluna de Dorothy Lenner, atriz, performer e dançarina, que trabalhou com Takao Kusuno ao longo de muitos anos e foi a mesma quem me direcionou a essa pesquisa, compreendendo que esse registro poderia trazer muitas contribuições a novos(as/es) criadores(as/ies) e pesquisadores(as/ies), tendo em vista que Takao Kusuno modificou profundamente vida e arte das pessoas com as quais conviveu e trabalhou. Essa pesquisa foi realizada fundamentalmente por meio de entrevistas com pessoas que trabalharam e conviveram com esse diretor. Procurei realizar um diálogo entre esses depoimentos e reflexões, e as palavras dos criadores do Butoh (Tatsumi Hijikata e Kazuo Ohno) e de alguns de seus(suas/sues) pesquisadores(as/ies), no intuito de perceber o Butoh como filosofia na arte-vida de Takao Kusuno, e o modo como a ideia de efêmero parecia permeá-lo. Essa pesquisa interessa-se pelo modo como Takao Kusuno adaptou o Butoh ao contexto brasileiro e tornou-o vivo no útero de nossa cultura.