O corpo e o trabalho na obra de Simone Weil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Débora Mariz
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/48646
Resumo: Apesar de a demanda atual do mercado de trabalho concentrar-se no setor de prestação de serviços e não na indústria, distintamente da época na qual viveu Simone Weil, o problema do sentido do trabalho ainda se coloca de maneira pungente. Isso porque a mecanização do trabalho e a cisão entre pensar e trabalhar adquiriu outras formas, não menos opressoras, como o cumprimento de metas, a padronização de condutas ilustrado, por exemplo, no setor de telemarketing. Ainda se faz presente na atualidade a alienação no trabalho, bem como as consequências funestas da civilização do trabalho: a marca do ilimitado na desproporção, no desequilíbrio e na desmedida do agir humano. A proposta weiliana de uma civilização do trabalho ultrapassa o âmbito das relações formais de produção, consistindo em uma nova maneira de o homem agir sobre o mundo, na qual o corpo tem um papel fundamental. Assim compreendido, o trabalho ultrapassa a dimensão econômica e social, sem negá-las, adquirindo um sentido propriamente antropológico filosófico. Encontramos entre os intérpretes de Simone Weil diversas análises acerca da importância do trabalho em seu pensamento. Contudo, diferentemente da noção de trabalho, a de corpo, salvo por alguns artigos ainda não recebeu nenhum tratamento mais exaustivo por parte de algum intérprete. Daí a nossa tese em defesa da centralidade do corpo na proposta weiliana. Para tanto, enfatizamos a importância do trabalho no pensamento de S. Weil, buscando evidenciar em seguida o estatuto do corpo em seu pensamento, compreendido em sua dimensão mediadora, i.e., enquanto ponto arquimediano entre a necessidade e o bem. Também elucidamos de que maneira e por quais mecanismos ocorre essa habituação corporal, remetendo aos conceitos de leitura e atenção e articulando-os à noção de ritmo. Para então evidenciar deque maneira o corpo já habituado exerce sua ação no mundo, o que remete ao uso weiliano do termo ação não-agente, próprio da tradição hinduísta e taoísta. Finalmente, analisamos as possibilidades de se exercer na atualidade a ressignificação do trabalho proposta por nossa pensadora, estabelecendo possíveis relações entre seu pensamento e os autores da psicologia do trabalho Yves Clot e Christophe Dejours, bem como da análise do filósofo Hubert Dreyfus acerca da importância do corpo na aquisição das habilidades.
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A proposta weiliana de uma civilização do trabalho ultrapassa o âmbito das relações formais de produção, consistindo em uma nova maneira de o homem agir sobre o mundo, na qual o corpo tem um papel fundamental. Assim compreendido, o trabalho ultrapassa a dimensão econômica e social, sem negá-las, adquirindo um sentido propriamente antropológico filosófico. Encontramos entre os intérpretes de Simone Weil diversas análises acerca da importância do trabalho em seu pensamento. Contudo, diferentemente da noção de trabalho, a de corpo, salvo por alguns artigos ainda não recebeu nenhum tratamento mais exaustivo por parte de algum intérprete. Daí a nossa tese em defesa da centralidade do corpo na proposta weiliana. Para tanto, enfatizamos a importância do trabalho no pensamento de S. Weil, buscando evidenciar em seguida o estatuto do corpo em seu pensamento, compreendido em sua dimensão mediadora, i.e., enquanto ponto arquimediano entre a necessidade e o bem. Também elucidamos de que maneira e por quais mecanismos ocorre essa habituação corporal, remetendo aos conceitos de leitura e atenção e articulando-os à noção de ritmo. Para então evidenciar deque maneira o corpo já habituado exerce sua ação no mundo, o que remete ao uso weiliano do termo ação não-agente, próprio da tradição hinduísta e taoísta. Finalmente, analisamos as possibilidades de se exercer na atualidade a ressignificação do trabalho proposta por nossa pensadora, estabelecendo possíveis relações entre seu pensamento e os autores da psicologia do trabalho Yves Clot e Christophe Dejours, bem como da análise do filósofo Hubert Dreyfus acerca da importância do corpo na aquisição das habilidades.Although the demand of the current labor market focus on the service sector and not in the industrial one, unlike the time in which Simone Weil lived, the problem of the meaning of work still arises poignantly. This is because the mechanization of work and the split between thinking and doing acquired another shapes, nonetheless no less oppressive, as we can see in the models of achievement of goals and in the standardization of behavior, like in the telemarketing sector. The alienation at work are still present even today as well the consequences of the civilization of work: the sign of the unlimited in the disproportion, in the imbalance and of the human act. The Weil’s proposal for a civilization of work go beyond the scope of formal relations of production, consisting in a new way to how man should act in the world, in which the body plays a key role. In this sense, the work goes beyond the economic and social dimension, without denying them, acquiring a properly anthropological-philosophical sense. We find among the interpreters of Simone Weil several analyzes about the importance of work in their thinking. However, unlike the notion of “work”, the concept of “body”, except in some papers, not yet received an extensive treatment. Thereby that is the reason to be of our thesis: the defense of the centrality of the body in the Weil´s philosophy. Therefore, we emphasize the importance of work in the thought of S. Weil, seeking to point out the conceptual status of the body in her thinking, understood in its mediating dimension, i.e. as an Archimedean point between necessity and good. Also we elucidated how and by what mechanisms occurs this body habituation, pointing out the concepts of “reading” and “attention” and linking them to a notion of “rhythm”. From this we show how the already habituated body exerts its action in the world, which leads to Weil´s use of the term “non-acting action”, typical of the Hindu and Taoist tradition. Finally, we analyze the possibilities to exercise today the reinterpretation of work proposed by our thinker establishing possible relations between her thought and authors of psychology of work like Yves Clot and Christophe Dejours, as well as with the analysis of the philosopher Hubert Dreyfus about the importance of the body in the acquisition of skills.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUFMGBrasilFAFICH - FACULDADE DE FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANASFilosofia - TesesWeil, Simone, 1909-1943Trabalho - TesesFilsofia francesa - TesesSimone WeilTelemarketingTrabalhoCorpoAprendizagemFilosofiaO corpo e o trabalho na obra de Simone Weilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTese_Debora Mariz_ Versão pós-defesa para DFil_nov16.pdfTese_Debora Mariz_ Versão pós-defesa para DFil_nov16.pdfapplication/pdf2168092https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/48646/1/Tese_Debora%20Mariz_%20Vers%c3%a3o%20p%c3%b3s-defesa%20para%20DFil_nov16.pdf97559001ebd009c89b8f92501eeaa9aeMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/48646/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/486462023-01-04 12:59:31.406oai:repositorio.ufmg.br:1843/48646TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-01-04T15:59:31Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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