Idosos vivendo com HIV/AIDS: vulnerabilidade e redes sociais em Belo Horizonte (MG), 2013

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marília Borborema Rodrigues Cerqueira
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/AMSA-9PPN69
Resumo: Esta tese tem por objetivo geral definir os fatores associados à vulnerabilidade dos idosos ao HIV/AIDS, com base na perspectiva de idosos que vivem com HIV/AIDS, buscando: i) conhecer a dinâmica da epidemia HIV/AIDS entre idosos em Belo Horizonte, abordando aspectos referentes ao contexto epidemiológico e individual; ii) verificar as percepções e comportamentos desses idosos relacionados ao HIV/aids; iii) registrar e analisar informações sobre a rede social na qual eles se inserem. A pergunta de pesquisa foi quais os fatores associados à vulnerabilidade dos idosos ao HIV/AIDS, considerando-se a dinâmica demográfica e o envelhecimento populacional? Em consonância com o marco conceitual adotado nesta tese, foram contemplados os contextos intersubjetivos geradores de vulnerabilidade. O universo de estudo foram os idosos que vivem com o vírus, atendidos no Hospital Eduardo de Menezes da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais, realizando-se 20 entrevistas com 12 idosas e 8 idosos, todos com idade igual ou superior a 60 anos, que expressaram o consentimento para a realização das entrevistas e aptos à participação, no que se refere ao estado mental. A metodologia incluiu também análise prévia de dados coletados no DATASUS e de prontuários médicos de idosos com HIV/AIDS atendidos no mesmo hospital. Os idosos entrevistados apresentam baixa escolaridade, baixa renda, estão ou estiveram unidos, e têm percepções e comportamentos fundados em relações de gênero estruturadas com assimetria de poder. Apresentam, portanto, baixa capacidade de resposta à vulnerabilidade. A maioria dos idosos entrevistados tem vida sexual ativa, mas poucos deles declaram que se protegem, usando preservativo. A adesão à terapia antirretroviral tem estrita relação com a forma de contração do vírus: as idosas que foram traídas têm adesão ruim à TARV e são revoltadas e depressivas. As redes sociais têm conversão para redes de apoio, que transcendem o domicílio, revelando trocas recíprocas entre os idosos e familiares. Alguns idosos que vivem com HIV/AIDS têm importante papel na rede social, sendo conselheiros, por exemplo. No tocante ao nível programático, muitos idosos ressaltaram que nunca viram um programa voltado para a geração deles, e a falta de informações perpassa todos os níveis de vulnerabilidade. O cenário revelado por esta tese é preocupante, pois apesar da dinâmica demográfica e envelhecimento populacional já terem sido incorporados aos debates, os idosos são vistos como seres assexuados. Espera-se, nesse sentido, que esta tese possa contribuir para desmitificar a invisibilidade sexual dos idosos, garantindo-lhes uma vida sexual saudável e contínua, o que lhes é de direito.
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Em consonância com o marco conceitual adotado nesta tese, foram contemplados os contextos intersubjetivos geradores de vulnerabilidade. O universo de estudo foram os idosos que vivem com o vírus, atendidos no Hospital Eduardo de Menezes da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais, realizando-se 20 entrevistas com 12 idosas e 8 idosos, todos com idade igual ou superior a 60 anos, que expressaram o consentimento para a realização das entrevistas e aptos à participação, no que se refere ao estado mental. A metodologia incluiu também análise prévia de dados coletados no DATASUS e de prontuários médicos de idosos com HIV/AIDS atendidos no mesmo hospital. Os idosos entrevistados apresentam baixa escolaridade, baixa renda, estão ou estiveram unidos, e têm percepções e comportamentos fundados em relações de gênero estruturadas com assimetria de poder. Apresentam, portanto, baixa capacidade de resposta à vulnerabilidade. A maioria dos idosos entrevistados tem vida sexual ativa, mas poucos deles declaram que se protegem, usando preservativo. A adesão à terapia antirretroviral tem estrita relação com a forma de contração do vírus: as idosas que foram traídas têm adesão ruim à TARV e são revoltadas e depressivas. As redes sociais têm conversão para redes de apoio, que transcendem o domicílio, revelando trocas recíprocas entre os idosos e familiares. Alguns idosos que vivem com HIV/AIDS têm importante papel na rede social, sendo conselheiros, por exemplo. No tocante ao nível programático, muitos idosos ressaltaram que nunca viram um programa voltado para a geração deles, e a falta de informações perpassa todos os níveis de vulnerabilidade. O cenário revelado por esta tese é preocupante, pois apesar da dinâmica demográfica e envelhecimento populacional já terem sido incorporados aos debates, os idosos são vistos como seres assexuados. Espera-se, nesse sentido, que esta tese possa contribuir para desmitificar a invisibilidade sexual dos idosos, garantindo-lhes uma vida sexual saudável e contínua, o que lhes é de direito.The objective of this thesis is to identify the factors associated with the vulnerability of the elderly aged 60 years or more to HIV/AIDS, based on in-depth interviews aiming to: i) understand the dynamics of epidemic HIV/AIDS among the aged in Belo Horizonte, addressing aspects related to the epidemiologic and individual context; ii) verify the perceptions and behaviors of elderly related to HIV/aids; iii) record and analyze information about the social network in which they are inserted. The research question was which factors are associated with the vulnerability of the elderly to HIV/AIDS, considering the demographic dynamics and the aging population? In line with the conceptual framework adopted in this thesis, vulnerability-generating intersubjective contexts were addressed. The study universe were the elderly living with the virus, treated at Hospital Eduardo de Menezes da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais. Interviews with 20 older adults (12 women and 8 men), who signed a consent form and were considered mentally fit were performed. The methodology also included previous analysis of data collected from DATASUS and from medical records of the aged with HIV/AIDS treated at the same hospital. The aged interviewed showed low level of education, low income, are or were in marital union, and have perceptions and behaviors grounded in structural gender relations with asymmetry of power, therefore, showing low responsiveness to vulnerability. Most aged interviewed are sexually active, but few of them declared to protect themselves by using condoms. Adherence to antiretroviral therapy has close relation with the way of contracting the virus: aged women who were betrayed have a poor adherence to the HAART and are angry and depressed. Social networks become support networks, which go beyond the household, revealing reciprocal exchanges between the aged and family. Some aged living with HIV/AIDS play an important role in the social network, as counselors, for example. Regarding the programmatic level, many aged highlighted that they have never seen a program focused on their generation, and the lack of information reaches all levels of vulnerability. The picture revealed by this thesis is worrying because, despite the fact that demographic dynamics and the aging population have already been incorporated into discussions, elderly have been considered as asexual beings. It is expected, in this sense that, this thesis can help to demystify the sexual invisibility of the aged, ensuring them a healthy and continuous sexual life, what is rightfully theirs.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGIdosos Belo Horizonte (MG)AIDS (Doença) Belo Horizonte (MG)HIV/AIDSIdososVulnerabilidade e AIDSRedes sociais e AIDSIdosos vivendo com HIV/AIDS: vulnerabilidade e redes sociais em Belo Horizonte (MG), 2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALmarilia_borborema_tese_versao_final.pdfapplication/pdf735326https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AMSA-9PPN69/1/marilia_borborema_tese_versao_final.pdf6183d2f58405ca7acc7fa985718206e8MD51TEXTmarilia_borborema_tese_versao_final.pdf.txtmarilia_borborema_tese_versao_final.pdf.txtExtracted texttext/plain327938https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AMSA-9PPN69/2/marilia_borborema_tese_versao_final.pdf.txt70fb8ffa75c462adfe9cd267254df627MD521843/AMSA-9PPN692019-11-14 21:58:04.517oai:repositorio.ufmg.br:1843/AMSA-9PPN69Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-15T00:58:04Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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