Efeitos da musicoterapia improvisacional no tratamento de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marina Horta Freire
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9PFJSA
Resumo: INTRODUÇÃO: O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que afeta áreas de comunicação social e comportamentos desde a primeira infância. A música é indicada como forma de tratamento para essa população desde o início da Musicoterapia. Entretanto, estudos sistematizados são escassos. Pesquisas que investigam TEA e música apontam a Musicoterapia como uma forma eficaz de melhorar habilidades sociais e comunicacionais. O presente estudo visa investigar os efeitos da Musicoterapia Improvisacional no tratamento de crianças pré-escolares com TEA. MÉTODOS: Quarenta e cinco crianças com idade entre 2 e 6 anos e com diagnóstico de TEA foram divididas em dois grupos: Controle (n=19) e Intervenção (n=26). Eles passaram por Avaliação Inicial e Final (T1 e T2). Em entrevista, quatro escalas foram utilizadas para avaliação dos pais (BDI, ENEE, PSI, WHOQOL) e seis escalas para avaliação das crianças (CARS, ATEC, ICA, ABC, CGAS, CGI). Escalas de Musicoterapia (ENR1, ENR2 e IAPs) foram preenchidas a partir da observação das sessões de avaliação. O grupo Intervenção recebeu sessões individuais e semanais de Musicoterapia Improvisacional. Ambos os grupos mantiveram cuidados habituais durante o estudo. O grupo Intervenção foi submetido a avaliação de Manutenção 7 semanas após T2. Análises estatísticas foram feitas com o SPSS 17.0 para Windows. RESULTADOS: Os grupos apresentaram-se pareados em T1 e discrepantes em T2. No grupo Intervenção, as diferenças entre T1 e T2 foram estatisticamente significativas para todas as escalas e subescalas. O grupo controle apresentou melhora significativa em apenas uma subescala de fala, linguagem e comunicação. De um modo geral, o grupo Intervenção apresentou tamanho de efeito moderado a grande, enquanto o grupo Controle mostrou tamanhos de efeito pequenos. Avaliação de Manutenção apresentou piora de alguns sintomas após T2. As diferenças entre T1 e T2 nas avaliações dos pais mostraram queda significativa do estresse parental nos dois grupos, e de depressão no grupo Intervenção. Depressão dos pais, emoção expressa e estresse parental se correlacionaram à gravidade do TEA. Escalas de sintomas específicos de TEA estabeleceram correlações significativas com escalas de Musicoterapia. CONCLUSÃO: Resultados mostram que a Musicoterapia Improvisacional pode trazer efeitos positivos para crianças com TEA. Evidências significativas corroboram o papel da Musicoterapia em promover o desenvolvimento de comunicação e socialização. Melhoras também são observadas no desenvolvimento musical dessas crianças através de Avaliações de Musicoterapia. Resultados também sugerem que melhoras no quadro clínico das crianças podem vir acompanhadas de melhoras no estresse e depressão dos pais, mas esses resultados são ainda inconclusivos. Correlações entre escalas e análise de consistência interna apontam que essas escalas podem ser ferramentas confiáveis para avaliar tratamentos e melhoras em pessoas com TEA.
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Em entrevista, quatro escalas foram utilizadas para avaliação dos pais (BDI, ENEE, PSI, WHOQOL) e seis escalas para avaliação das crianças (CARS, ATEC, ICA, ABC, CGAS, CGI). Escalas de Musicoterapia (ENR1, ENR2 e IAPs) foram preenchidas a partir da observação das sessões de avaliação. O grupo Intervenção recebeu sessões individuais e semanais de Musicoterapia Improvisacional. Ambos os grupos mantiveram cuidados habituais durante o estudo. O grupo Intervenção foi submetido a avaliação de Manutenção 7 semanas após T2. Análises estatísticas foram feitas com o SPSS 17.0 para Windows. RESULTADOS: Os grupos apresentaram-se pareados em T1 e discrepantes em T2. No grupo Intervenção, as diferenças entre T1 e T2 foram estatisticamente significativas para todas as escalas e subescalas. O grupo controle apresentou melhora significativa em apenas uma subescala de fala, linguagem e comunicação. De um modo geral, o grupo Intervenção apresentou tamanho de efeito moderado a grande, enquanto o grupo Controle mostrou tamanhos de efeito pequenos. Avaliação de Manutenção apresentou piora de alguns sintomas após T2. As diferenças entre T1 e T2 nas avaliações dos pais mostraram queda significativa do estresse parental nos dois grupos, e de depressão no grupo Intervenção. Depressão dos pais, emoção expressa e estresse parental se correlacionaram à gravidade do TEA. Escalas de sintomas específicos de TEA estabeleceram correlações significativas com escalas de Musicoterapia. CONCLUSÃO: Resultados mostram que a Musicoterapia Improvisacional pode trazer efeitos positivos para crianças com TEA. Evidências significativas corroboram o papel da Musicoterapia em promover o desenvolvimento de comunicação e socialização. Melhoras também são observadas no desenvolvimento musical dessas crianças através de Avaliações de Musicoterapia. Resultados também sugerem que melhoras no quadro clínico das crianças podem vir acompanhadas de melhoras no estresse e depressão dos pais, mas esses resultados são ainda inconclusivos. Correlações entre escalas e análise de consistência interna apontam que essas escalas podem ser ferramentas confiáveis para avaliar tratamentos e melhoras em pessoas com TEA.BACKGROUND: The Autism Spectrum Disorder (ASD) is a neurodevelopmental disturb that affects social communication and behaviors since first childhood. Music is related as a treatment for this population since the beginning of Music Therapy. However, controlled studies are scant. Researches that investigate ASD and music show Music Therapy as an eligible way for improving social and communicational abilities. This study aims to investigate the effects of Improvisational Music Therapy on the treatment of preschool children with ASD. METHODS: Forty five children aged between 2 and 6 years and diagnosed with ASD were assigned to two conditions: Control (n=19) and Intervention (n=26). They were submitted to evaluation before and after condition (T1 and T2). During interview, four scales were used in order to evaluate parents (BDI, LEES, PSI, WHOQOL) and six scales were used in order to evaluate children (CARS, ATEC, ICA, ABC, CGAS, CGI). Music Therapy scales (ENR1, ENR2, and IAPs) were measured by session observation. Intervention group received individual weekly sessions on Improvisational Music Therapy. Both group kept usual care during study. Intervention group participated of maintenance assessment 7 weeks after T2. Statistical analysis were made using SPSS 17.0 for Windows. RESULTS: Groups were paired on T1 and different on T2. On Intervention group, the differences between T1 and T2 were statistically significant for all scales and subscales. Control condition showed significance only on one subscale for speech, language and communication. Generally, Intervention group showed moderate to large effect size, while Control group showed small effect size. Maintenance assessment showed that some symptoms worsened after T2. The differences between T1 and T2 for parents assessments showed significant decrease of parental stress on both group, and significant decrease of depression only on Intervention Group (p<0.01). Parents depression, expressed emotion and parental stress were correlated to ASD severity. Scales witch evaluate specific symptoms of TEA were significantly correlated with Music Therapy scales. CONCLUSIONS: The results have shown that Improvisational Music Therapy can bring positive effects to children with ASD. Significant evidence supports the value of Music Therapy in promoting improvements on communication and socialization. Improvements are also observed on these childrens music development through Music Therapy Assessments. Results also suggest that childrens clinical improvements may help their parents depression and stress, but results are still inconclusive. Correlations between scales and internal consistency analysis suggest that these scales can be reliable tools for evaluating treatments and improvements in people with ASD.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGMusicoterapiaAutismo em criançasNeurociênciasTranstorno do Espectro do AutismoAnálises psicométricasMusicoterapia ImprovisacionalImprovisação musical clínicaAutismoTratamentoEfeitos da musicoterapia improvisacional no tratamento de crianças com Transtorno do Espectro do Autismoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdissertacao_marina_horta_freire.pdfapplication/pdf1441119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9PFJSA/1/dissertacao_marina_horta_freire.pdf57a8866508c4c1f9dde2ef061d31cdb6MD51TEXTdissertacao_marina_horta_freire.pdf.txtdissertacao_marina_horta_freire.pdf.txtExtracted texttext/plain164965https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9PFJSA/2/dissertacao_marina_horta_freire.pdf.txta312be672f288da0b955117a55f155c0MD521843/BUOS-9PFJSA2019-11-14 07:07:51.205oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-9PFJSARepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T10:07:51Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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