Distribuição ocupacional, níveis de escolaridade e experiência: relações com a variação da desigualdade de renda do trabalho no Brasil metropolitano (2003-2013)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cassio Freitas Daldegan
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/FACE-AAPG7A
Resumo: Com o objetivo de analisar a segmentação ocupacional como dimensão capaz de influenciar a variação da desigualdade salarial, consideramos neste estudo tanto características a nível individual como a participação dos trabalhadores aos grupos ocupacionais. As categorias utilizadas são: dirigentes em geral, profissionais das ciências e das artes, técnicos de nível médio, trabalhadores de serviços administrativos, trabalhadores dos serviços, vendedores e prestadores de serviço do comércio e os trabalhadores de produção de bens e serviços e de reparação e manutenção. Os resultados foram separados entre homens e mulheres, dada a diferença significativa da distribuição ocupacional por gênero. Analisando as regiões metropolitanas, os resultados indicam que as variáveis individuais (experiência e escolaridade) explicam parte considerável da mudança no quadro distributivo entre 2003 e 2013. A adoção da política salarial com objetivo de fixar o trabalhador ao emprego apresentou efeitos distintos por gênero. Enquanto entre os homens o efeito foi no sentido esperado pela teoria, favorecendo principalmente dirigentes e trabalhadores das ciências e das artes, entre as mulheres o efeito mais homogêneo entre os grupos não possibilita a criação de um diferencial em categorias específicas. Além disso a participação sindical apresentou um efeito pouco relevante e a remuneração por habilidades específicas necessárias em cada grupo ocupacional teve efeito altamente favorável à redução na desigualdade salarial (com exceção dos dirigentes e trabalhadores das ciências e artes entre os homens), indicando que a segmentação ocupacional tem se reduzido ao longo do tempo. O efeito mais intenso entre as mulheres indica um mercado de trabalho menos segmentado para as mesmas. Analisando os efeitos da mobilidade ocupacional sobre a variação da desigualdade, encontramos que, entre os homens, a mobilidade ocupacional tende a favorecer a concentração de rendimentos, enquanto para as mulheres o efeito favorece a desconcentração. Ao detalharmos o padrão de mobilidade, encontramos que a mobilidade ascendente (com aumentos salariais) ocorre principalmente entre os trabalhadores com os maiores valores de rendimentos e a descendente (com redução salarial) entre os menores. Já para as mulheres a mobilidade se mostra uniforme entre os quantis da distribuição salarial. Tal resultado indica que em um mercado de trabalho mais segmentado há fortes barreiras para a mobilidade, tendo a redução da segmentação ocupacional favorecido a redução da disparidade salarial entre grupos ocupacionais e um padrão de mobilidade menos polarizado.
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Analisando as regiões metropolitanas, os resultados indicam que as variáveis individuais (experiência e escolaridade) explicam parte considerável da mudança no quadro distributivo entre 2003 e 2013. A adoção da política salarial com objetivo de fixar o trabalhador ao emprego apresentou efeitos distintos por gênero. Enquanto entre os homens o efeito foi no sentido esperado pela teoria, favorecendo principalmente dirigentes e trabalhadores das ciências e das artes, entre as mulheres o efeito mais homogêneo entre os grupos não possibilita a criação de um diferencial em categorias específicas. Além disso a participação sindical apresentou um efeito pouco relevante e a remuneração por habilidades específicas necessárias em cada grupo ocupacional teve efeito altamente favorável à redução na desigualdade salarial (com exceção dos dirigentes e trabalhadores das ciências e artes entre os homens), indicando que a segmentação ocupacional tem se reduzido ao longo do tempo. O efeito mais intenso entre as mulheres indica um mercado de trabalho menos segmentado para as mesmas. Analisando os efeitos da mobilidade ocupacional sobre a variação da desigualdade, encontramos que, entre os homens, a mobilidade ocupacional tende a favorecer a concentração de rendimentos, enquanto para as mulheres o efeito favorece a desconcentração. Ao detalharmos o padrão de mobilidade, encontramos que a mobilidade ascendente (com aumentos salariais) ocorre principalmente entre os trabalhadores com os maiores valores de rendimentos e a descendente (com redução salarial) entre os menores. Já para as mulheres a mobilidade se mostra uniforme entre os quantis da distribuição salarial. Tal resultado indica que em um mercado de trabalho mais segmentado há fortes barreiras para a mobilidade, tendo a redução da segmentação ocupacional favorecido a redução da disparidade salarial entre grupos ocupacionais e um padrão de mobilidade menos polarizado.To analyze with in details the occupational segmentation like a dimension able to influence the variation in wage inequality, we consider in this study the characteristics in individual in occupational group level. The categories utilized are: managers, professionals from the arts and science, mid-level technicians, workers of administrative service, service workers, sellers and trade service providers and workers of production of goods and services and of repair and maintenance. The results were separated between men and women, because we have an important difference between the occupational distributions by genre. Analyzing the metropolitan regions, the results indicate that individual variables (experience and schooling) explain considerable part of distributive framework between 2003 and 2013. The adoption of the policy for fixing workers presented different effects by genre. While among men the effect was as expected by the theory, serving as a fixing policy of the work force and favoring mainly managers and professionals from the arts and science, among the women the effect more homogeneous between the groups does not allow the creation of a differential between specific categories. While the union participation presented a small effect, the return to specific skills necessaries in each occupational group presented a highly favorable effect to the wage inequality reduction (the exceptions were the managers and professionals from the arts and science), indicating that the occupational segmentation is reduced over time. The stronger effect among women indicates less segmented labor market for the same. Analyzing the effects of occupational mobility on the inequality variation, we found that for men the occupational mobility is favorable to concentrate labor income, while for women the effect is favorable to reduce this concentration. Detailing the mobility pattern, we found that to the men upward mobility (it occurs with increases in wages) is associated with the workers with the highest wages and the downward (with decreases in wages) with the lowest values. Among the women, the mobility is homogeneous between the quantiles of wage distribution. The results indicate that a segmented labor market imposes barriers to mobility, and that the reduction in occupational segmentation favored a reduction in wage disparities between occupational groups and a mobility pattern less polarized.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGSalários Efeito da edução BrasilMercado de trabalho BrasilEconomiaSalários BrasilSegmentaçãoocupacionalmobilidadesalarialdistribuiçãoDistribuição ocupacional, níveis de escolaridade e experiência: relações com a variação da desigualdade de renda do trabalho no Brasil metropolitano (2003-2013)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_c_ssio_freitas_daldeganl.pdfapplication/pdf1701193https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/FACE-AAPG7A/1/disserta__o_c_ssio_freitas_daldeganl.pdf492cadf1e800093be9f3ffefa750947cMD51TEXTdisserta__o_c_ssio_freitas_daldeganl.pdf.txtdisserta__o_c_ssio_freitas_daldeganl.pdf.txtExtracted texttext/plain277151https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/FACE-AAPG7A/2/disserta__o_c_ssio_freitas_daldeganl.pdf.txt1074d38ca49a35ddc5177389dd72ea64MD521843/FACE-AAPG7A2019-11-14 08:29:26.127oai:repositorio.ufmg.br:1843/FACE-AAPG7ARepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T11:29:26Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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