Competição territorial por espaços organizacionais em processo de pós-aquisição: um estudo de empresas siderúrgicas brasileiras.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Irineu Dario Staub
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9ACGMY
Resumo: Com este estudo buscou-se investigar a competição territorial por espaços organizacionais num processo de pós-aquisição que envolve duas empresas siderúrgicas brasileiras e tem por base os discursos da adquirente e da adquirida. Adotou-se design de estudo qualitativo com abordagem descritivo-interpretativa e perspectiva longitudinal. Constituíram a populaçãoalvo, executivos, gerentes, técnicos e funcionários que influenciaram ou foram afetados pelas atividades de integração. Segundo critérios de influência no processo, foi selecionada amostra intencional de indivíduos, que transformou-se em amostra tipo bola de neve, cujo tamanho foi limitado pela saturação. Os dados primários foram coletados mediante 97 entrevistas individuais semi-estruturadas (adquirente, 49 e adquirida, 48) e por observação participante e não-participante. Os dados secundários foram obtidos de fontes internas e externas. Dados primários e secundários foram submetidos a análise de interação territorial, complementadapela análise lingüística do discurso, com foco nos discursos sobre territorialidade. Pelos resultados, podem-se delinear algumas implicações da adoção da territorialidade como perspectiva teórica para o estudo organizacional da aquisição. As manifestações deterritorialidade ocorreram em dois níveis: inter e intraorganizacional. No primeiro, constatou-se que as pessoas perceberam a aquisição segundo sua localização original em uma das empresas, ensejando a oposição nuclear nós versus eles, que marcou todas as atividadesintegrativas. O processo permitiu identificar a alma de siderurgista, que caracteriza a personagem central da história, o siderurgista. Não existe linearidade causal entre propriedade e operação que, como territórios distintos, devem ser negociados separadamente; aquela, comos antigos proprietários, e esta, com os operadores dominam o espaço organizacional correspondente. As atividades de integração sujeitam-se a limites de poder e de características particulares das empresas. Os aspectos culturais influenciaram fortemente a forma segundo a qual as pessoas competiram pelos espaços organizacionais. No nível intraorganizacional, a competição territorial pela posse da adquirida, foi marcada por uma complexa conjunção de fatores, como a lógica territorial que motivou a aquisição; ausência de plano de intervenção; o jogo da ocupação efetiva, com a proposição de mudanças nas práticas e papéis da adquirida; ameaças e medos experimentados pelos integrantes das duas empresas; as manobras defensivas e as hostilidades explícitas contra prepostos da adquirente; o jogo damanipulação de informações, como defesa territorial; os efeitos da competição territorial sobre a pós-aquisição e, finalmente, a integração que levou ao novo território corporativo. As contribuições do estudo foram: para a teoria organizacional, a introdução da territorialidadecomo perspectiva analítica Para a territorialidade, adotou-se uma abordagem que explica as interações pessoais, no nível teórico, como uma relação de inclusão/exclusão territorial; no nível empírico, como uma relação de conquista/defesa territorial. Para o estudo dasaquisições, a não-linearidade causal entre propriedade e operação.
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Os dados secundários foram obtidos de fontes internas e externas. Dados primários e secundários foram submetidos a análise de interação territorial, complementadapela análise lingüística do discurso, com foco nos discursos sobre territorialidade. Pelos resultados, podem-se delinear algumas implicações da adoção da territorialidade como perspectiva teórica para o estudo organizacional da aquisição. As manifestações deterritorialidade ocorreram em dois níveis: inter e intraorganizacional. No primeiro, constatou-se que as pessoas perceberam a aquisição segundo sua localização original em uma das empresas, ensejando a oposição nuclear nós versus eles, que marcou todas as atividadesintegrativas. O processo permitiu identificar a alma de siderurgista, que caracteriza a personagem central da história, o siderurgista. Não existe linearidade causal entre propriedade e operação que, como territórios distintos, devem ser negociados separadamente; aquela, comos antigos proprietários, e esta, com os operadores dominam o espaço organizacional correspondente. As atividades de integração sujeitam-se a limites de poder e de características particulares das empresas. Os aspectos culturais influenciaram fortemente a forma segundo a qual as pessoas competiram pelos espaços organizacionais. No nível intraorganizacional, a competição territorial pela posse da adquirida, foi marcada por uma complexa conjunção de fatores, como a lógica territorial que motivou a aquisição; ausência de plano de intervenção; o jogo da ocupação efetiva, com a proposição de mudanças nas práticas e papéis da adquirida; ameaças e medos experimentados pelos integrantes das duas empresas; as manobras defensivas e as hostilidades explícitas contra prepostos da adquirente; o jogo damanipulação de informações, como defesa territorial; os efeitos da competição territorial sobre a pós-aquisição e, finalmente, a integração que levou ao novo território corporativo. As contribuições do estudo foram: para a teoria organizacional, a introdução da territorialidadecomo perspectiva analítica Para a territorialidade, adotou-se uma abordagem que explica as interações pessoais, no nível teórico, como uma relação de inclusão/exclusão territorial; no nível empírico, como uma relação de conquista/defesa territorial. Para o estudo dasaquisições, a não-linearidade causal entre propriedade e operação.This study aimed at investigating territorial competition for organizational spaces in a postacquisition process between two Brazilian steel industries, based on the discourse of both the acquirer and the acquired companies. It was adopted a qualitative study design with a descriptive-interpretative approach, and a longitudinal perspective. The target population was composed by top and middle level managers, technicians, and other workers who influenced or were affected by the integrative activities. According to the criteria of influence on theprocess, it was selected an intentional sample of individuals, which later became a snowball sample, limited in size by saturation aspects. Primary data were collected through 97 semistructured individual interviews (acquirer, 49; acquired, 48), and participant and nonparticipantobservation. Secondary data were obtained from internal and external sources. Primary and secondary data were analyzed with territorial interaction analysis, combined and complemented by discourse analysis, with focus on territoriality discourses. Results allow foroutlining some implications of using the territorial theoretical perspective for organizational research on acquisitions. The territorial expressions occured into two levels: inter and intraorganizational. At the former, people perceived the acquisition according to their original location in one of the companies, which yielded the core opposition: we versus them that affected all the integrative activities. The process allowed the identification of the steelworkers soul that features the main character of the history, the steelworker. There is no causal linearity linking property and operation, which, as distinct territories, have to be negotiated separately; the former, with the former owners, and the latest, with the workers that dominate the correspondent organizational space. The integration activities depended upon the limits of power and the companies private characteristics. Cultural aspects deeply affected the way people struggled for organizational spaces. At the intraorganizacional level, the territorial competition to take possession of the acquired company was marked by a combination of factors, such as the territorial rationale that yielded the acquisition, the absence of an intervention plan, the occupation game, with the proposition of changes in the acquired companys practices and roles, threats and fears experienced by members of both companies, the defensive maneuvers and the open hostilities towards the members of the acquirer, the manipulation of information manipulation, as territorial defense, the effect of territorial competition on the post-acquisition process, and finally, the integration process that led to the new corporative territory, and finally. The contributions of this case study are: for the organizational theory, the introduction of territoriality as analytical perspective. For the territoriality, the adoption of an approach that explains the personal interactions, at the theoretical level, as an territorial inclusion/exclusion relation; and at the empirical level, as an territorial conquest/defense relation. For the acquisitions studies, the no causal linearity linking property and operation.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGIndústria siderúrgicaAdministraçãoEmpresas Fusão e incorporaçãoAdministraçãoCompetição territorial por espaços organizacionais em processo de pós-aquisição: um estudo de empresas siderúrgicas brasileiras.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_irineu_d_rio_staub.pdfapplication/pdf1091364https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9ACGMY/1/tese_irineu_d_rio_staub.pdf4745f9f3625dcd32ee35dfc92c31ae9bMD511843/BUBD-9ACGMY2019-08-13 21:50:11.583oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9ACGMYRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-08-14T00:50:11Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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