Experiência de cárie dentária e presença de estreptococos do grupo mutans em indivíduos com fissuras lábio-palatinas: estudo transversal controlado.

• Autor(a) principal: Amanda Beatriz Dahdah Aniceto De Freitas
• Data de Publicação: 2011
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/30455
• topic: Cárie; CPOD; PCR; S. mutans; S. sobrinus; Fissura lábio-palatal

Este estudo transversal controlado comparou a experiência de cárie e a presença de estreptococos do grupo mutans em adolescentes e adultos jovens com fissura labial e/ou palatina (FL/P) com um grupo controle sem fissura. Verificou também a associação entre experiência de cárie dentária e variáveis biológicas e ambientais relacionadas à doença. Foram incluídos 30 pacientes com FL/P (grupo caso) e 30 sem FL/P (grupo controle), com idade entre 12 e 21 anos, pareados por gênero, idade, condições de vida e utilização de dispositivo ortodôntico. Foram coletadas informações sobre: renda familiar per capita, contato com fluoretos, hábitos de higiene, acesso ao tratamento odontológico, escolaridade materna e contato com sacarose. No exame clínico foram registrados os índices de placa visível, de sangramento gengival, CPOD e CPOS, e as superfícies com lesões ativas de cárie. Foi coletado biofilme supra-gengival a partir do qual foram realizados procedimentos para isolamento e identificação por PCR de S. mutans e de S. Sobrinus. Os dados foram analisados utilizando o programa estatístico SPSS Statistics Data Editor 17.0, com nível de significância de 5%. Os dados clínicos foram analisados pelo teste de McNemar para comparar as variáveis qualitativas dicotômicas, pelo teste t pareado para as variáveis quantitativas com distribuição normal e pelo teste de Wilcoxon para as quantitativas com distribuição não-normal. Realizou-se comparação entre os grupos para a prevalência dos estreptococcos do grupo mutans. A associação entre a experiência de cárie, e as variáveis independentes foi verificada por análise multivariada por regressão logística backward stepwise conditional. Não houve diferença significativa entre os grupos caso e controle para higiene bucal e contato com fluoretos. Os grupos diferiram significativamente quanto às variáveis: renda per capita (p=0,007), presença de cárie ativa (p=0,024), componente cariado do CPOS (p=0,040), índice de placa visível (p=0,000) e sangramento gengival (p=0,002). Foi observada presença de S. mutans em 83,34% das amostras de biofilme do grupo caso e em 86,67% das do grupo controle; o S. sobrinus estava presente em 6,66% das amostras de biofilme do grupo caso e em 10% do grupo controle. Não houve associação entre a presença de S. mutans ou de S. sobrinus e experiência de cárie. A presença de FL/P mostrou-se associada à cárie apenas quando esta foi medida pelo CPOS. O uso de aparelho ortodôntico mostrou associação positiva com o CPOD, CPOS, componente restaurado do CPOD e CPOS. Os indivíduos com FL/P mostraram maior experiência de cárie que os sem FL/P. Dentre os fatores estudados que podem interferir no processo da doença, os fatores ambientais mostraram-se mais importantes que os fatores biológicos na determinação da experiência de cárie.