Flexibilidade e adaptabilidade como estratégias projetuais: análise de edifícios de apartamentos contemporâneos em Belo Horizonte
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/35235 |
Resumo: | Os objetivos deste trabalho são os de sistematizar e apresentar as estratégias projetuais que visam garantir a conformação de edifícios de apartamentos flexíveis e adaptáveis, além de analisar sua ocorrência em casos contemporâneos no município de Belo Horizonte. Tais estratégias possibilitam aos arquitetos, em sua atribuição clássica, conceber espaços capazes de atender a demandas dos moradores que envolvam transformações físicas e variações de usos sociais de maneiras mais viáveis. Logo, elas representam uma alternativa à produção usual promovida pelo mercado imobiliário, marcada por sua repetição e sua rigidez. A definição dos estudos de caso foi orientada por análises sociológicas da arquitetura como campo cultural, que possibilitaram a formulação de duas hipóteses: [a] a adoção de linguagem de ruptura é indício de que o edifício é produto do subcampo da produção restrita, portanto, menos determinado por critérios econômicos e funcionais; [b] a autonomia do arquiteto sobre o projeto é inversamente proporcional às determinações externas que interferem no resultado. A busca em publicações especializadas por edifícios contemporâneos onde tenha sido adotada uma linguagem de ruptura levou a quatro casos em Belo Horizonte, que são o Montevideu 285, os Estúdios Capelinha, o Residencial Zíder e o Residencial Flor de Liz, projetados por escritórios diversos e construídos em bairros diferentes entre 2011 e 2016. Os dados que compõem o objeto de pesquisa foram coletados a partir de publicações especializadas, projetos executivos dos edifícios analisados, visitas técnicas, registros fotográficos e entrevistas com os agentes envolvidos em sua produção, desde a concepção até a moradia. Foi possível averiguar a partir das condições de produção dos casos que se tratava de frutos do subcampo restrito. Mas, o que garantiu maior poder de decisão aos arquitetos na concepção de seus projetos, foi o fato de também serem propositores e investidores dos empreendimentos ou – no caso excepcional do Residencial Flor de Liz – o propositor e investidor ser um futuro morador, cujos interesses na produção se estendem para além do lucro. A apresentação das estratégias projetuais foi organizada e distribuída por afinidades conceituais em três eixos: polivalência, indeterminação e pré-fabricação. A polivalência é marcada pelo controle da forma por parte do arquiteto, o que garante aos moradores apenas adaptabilidade. Já a indeterminação é a abordagem na qual a arquitetura opera como plano de fundo, garantindo as condições mínimas para o atendimento das demandas dos moradores por usos diversos e transformações. Por sua vez, os princípios que garantem economia e agilidade à pré-fabricação podem também possibilitar que o espaço construído seja flexível e adaptável, pois propiciam uma articulação dos elementos e componentes construtivos que favorece transformações. As análises dos casos a partir das estratégias estudadas permitiram verificar uma ocorrência moderada de algumas soluções, por vezes intencionais e por vezes colaterais, ligadas a determinações diversas. Contudo, não foi observada nenhuma manifestação de estratégia orientada pelos princípios da pré-fabricação, que viabilizariam uma articulação entre soluções mais determinadas e indeterminadas. |
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A definição dos estudos de caso foi orientada por análises sociológicas da arquitetura como campo cultural, que possibilitaram a formulação de duas hipóteses: [a] a adoção de linguagem de ruptura é indício de que o edifício é produto do subcampo da produção restrita, portanto, menos determinado por critérios econômicos e funcionais; [b] a autonomia do arquiteto sobre o projeto é inversamente proporcional às determinações externas que interferem no resultado. A busca em publicações especializadas por edifícios contemporâneos onde tenha sido adotada uma linguagem de ruptura levou a quatro casos em Belo Horizonte, que são o Montevideu 285, os Estúdios Capelinha, o Residencial Zíder e o Residencial Flor de Liz, projetados por escritórios diversos e construídos em bairros diferentes entre 2011 e 2016. Os dados que compõem o objeto de pesquisa foram coletados a partir de publicações especializadas, projetos executivos dos edifícios analisados, visitas técnicas, registros fotográficos e entrevistas com os agentes envolvidos em sua produção, desde a concepção até a moradia. Foi possível averiguar a partir das condições de produção dos casos que se tratava de frutos do subcampo restrito. Mas, o que garantiu maior poder de decisão aos arquitetos na concepção de seus projetos, foi o fato de também serem propositores e investidores dos empreendimentos ou – no caso excepcional do Residencial Flor de Liz – o propositor e investidor ser um futuro morador, cujos interesses na produção se estendem para além do lucro. A apresentação das estratégias projetuais foi organizada e distribuída por afinidades conceituais em três eixos: polivalência, indeterminação e pré-fabricação. A polivalência é marcada pelo controle da forma por parte do arquiteto, o que garante aos moradores apenas adaptabilidade. Já a indeterminação é a abordagem na qual a arquitetura opera como plano de fundo, garantindo as condições mínimas para o atendimento das demandas dos moradores por usos diversos e transformações. Por sua vez, os princípios que garantem economia e agilidade à pré-fabricação podem também possibilitar que o espaço construído seja flexível e adaptável, pois propiciam uma articulação dos elementos e componentes construtivos que favorece transformações. As análises dos casos a partir das estratégias estudadas permitiram verificar uma ocorrência moderada de algumas soluções, por vezes intencionais e por vezes colaterais, ligadas a determinações diversas. Contudo, não foi observada nenhuma manifestação de estratégia orientada pelos princípios da pré-fabricação, que viabilizariam uma articulação entre soluções mais determinadas e indeterminadas.The purposes of this work are to organize and present the design strategies that aim to guarantee the conformation of flexible and adaptable residential buildings, in addition to analyse their occurrence in contemporary cases in the city of Belo Horizonte. Such strategies enable architects, in their classic assignment, to conceive spaces capable of meeting the demands of dwellers that involve physical transformations and social use variations in more viable ways. Therefore, they represent an alternative to the production usually promoted by real estate, marked by its repetition and rigidity. The case studies definition was guided by sociological analyses of architecture as a cultural field, which made it possible to formulate two hypotheses: [a] the adoption of rupture language in an indication that the building is a product of the restricted production subfield, thus, less determined by economic and functional criteria; [b] the architect’s autonomy over the design is inversely proportional to the external determinations that interfere with the results. The search in specialized publications for contemporary buildings where a rupture language has been adopted led to four cases in Belo Horizonte, which are Montevideu 285, Estúdios Capelinha, Residencial Zíder e Residencial Flor de Liz, designed by various offices and built at different neighbourhoods between 2011 and 2016. The information that constitutes the research object was collected from specialized publications, construction plans of the analysed buildings, technical visits, photographic records, and interviews with the agents involved in their production, from conception to dwelling. It was possible to ascertain from the production conditions that the cases were results of the restricted subfield. But what insured the architect’s decision-making power in design phase was the fact that they were also proponents and investors in the developments or – exceptionally on Residencial Flor de Liz’s case – the proposer and investor was a future dweller, whose interests in production are extended beyond profit. The presentation of the design strategies was organized and distributed by conceptual affinities in three axes: polyvalence, indeterminacy, and prefabrication. Polyvalence is defined by the architect's control of form, which guarantees only adaptability. Indeterminacy, on the other hand, is the approach in which architecture operates as a background, guaranteeing the minimum conditions to meet dwellers' demands for diverse uses and transformations. In turn, the principles that ensure economy and agility to prefabrication may also allow the built space to be flexible and adaptable, as they provide an articulation of the building elements and components that favours transformations. The analysis of the cases from the studied strategies allowed to verify a moderate occurrence of some solutions, sometimes intentional and sometimes collateral, linked to different determinations. However, there was no manifestation of strategies guided by the principles of prefabrication, which would enable an articulation between more determined and indeterminate solutions.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Arquitetura e UrbanismoUFMGBrasilARQ - ESCOLA DE ARQUITETURAFlexibilidadeAdaptabilidadeProjeto arquitetônicoEstratégias projetuaisEdifícios de apartamentosArquitetura contemporâneaFlexibilityAdaptabilityArchitectural designDesign strategiesResidential buildingsContemporary architectureFlexibilidade e adaptabilidade como estratégias projetuais: análise de edifícios de apartamentos contemporâneos em Belo Horizonteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALFREITAS, R. R. - Flexibilidade e adaptabilidade como estratégias projetuais.pdfFREITAS, R. R. - Flexibilidade e adaptabilidade como estratégias projetuais.pdfapplication/pdf13900658https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35235/1/FREITAS%2c%20R.%20R.%20-%20Flexibilidade%20e%20adaptabilidade%20como%20estrat%c3%a9gias%20projetuais.pdf20474c135c141726dbd1e9b70b3c293eMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35235/2/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD521843/352352021-03-18 08:55:31.072oai:repositorio.ufmg.br:1843/35235TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-03-18T11:55:31Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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