Reconstrução e crítica em Axel Honneth

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luiz Philipe Rolla de Caux
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9U5JXV
Resumo: O trabalho reconstitui as determinações conceituais do modelo reconstrutivo de teoria crítica de Axel Honneth pela via da história de sua emergência. A fim de posicionar um problema, o trabalho se ocupa, de início (I.1 e I.2), da primeira proposição, por Habermas, da reconstrução como modelo adequado à teoria crítica da sociedade em vista de transformações sociais diagnosticadas em seu tempo. Os problemas enfrentados por Habermas e, sobretudo, suas soluções, põem sob nova luz, adiante, a formulação ulterior do distinto modelo reconstrutivo de Axel Honneth, seu sucessor crítico. Pois Honneth recusa de tal modo o diagnóstico de tempo subjacente à formulação de Habermas, os conceitos básicos de sua teoria e, como mostra este trabalho, também as determinações de método da reconstrução habermasiana (I.3), que a consistência da filiação de Honneth em 1992, em Luta por reconhecimento, ao modelo reconstrutivo acaba por perder a obviedade. Não obstante, o trabalho se empenha em demonstrar essa consistência, investigando que espécie de modulação a reconstrução precisou sofrer a fim de se livrar do déficit sociológico acusado por Honneth. O trabalho sustenta, assim, a hipótese de que a primeira modulação imprimida à reconstrução é uma religação de gênese e validade da normatividade social, apartadas em Habermas, e um deslocamento do foco de investigação da validade racional à gênese histórica: a primeira não poderia ser pensada senão a partir da segunda (I.4). Essa modulação acontece implicitamente e sem maiores considerações de método em Luta por reconhecimento. Ela é preparada, no entanto, pela elaboração difusa de um conceito do social apto a suprir o referido déficit sociológico (II.1). Luta por reconhecimento reconstrói a própria reconstrução a partir do jovem Hegel e leva a cabo, assim, uma "reconstrução do ponto de vista do social" (Nobre) (II.2). O trabalho mostra, todavia, que o resultado desta primeira reconstrução, a noção tensa de "eticidade formal", mantém apartados em momentos distintos a reconstrução e a crítica, não superando um dos déficits graves apontados por Honneth em Habermas, tendo em vista os fins de uma teoria crítica da sociedade (II.3). À luz deste novo problema, as revisões que Honneth impõe à sua teoria na década de 2000 são recuperadas e sistematizadas. Retomando a partir das bases sua compreensão da intersubjetividade e do que é o social e deslocando a referência do Hegel do período de Jena àquele do período de Berlim (III.1), Honneth prepara o terreno para a elaboração de um modelo maduro capaz de unir num só momento reconstrução e crítica, ao qual chama em O direito da liberdade de "reconstrução normativa" (III.2). Em conclusão e numa tentativa de crítica imanente, o trabalho sugere os limites da reconstrução normativa em sua incapacidade de explicar patologias sociais.
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Pois Honneth recusa de tal modo o diagnóstico de tempo subjacente à formulação de Habermas, os conceitos básicos de sua teoria e, como mostra este trabalho, também as determinações de método da reconstrução habermasiana (I.3), que a consistência da filiação de Honneth em 1992, em Luta por reconhecimento, ao modelo reconstrutivo acaba por perder a obviedade. Não obstante, o trabalho se empenha em demonstrar essa consistência, investigando que espécie de modulação a reconstrução precisou sofrer a fim de se livrar do déficit sociológico acusado por Honneth. O trabalho sustenta, assim, a hipótese de que a primeira modulação imprimida à reconstrução é uma religação de gênese e validade da normatividade social, apartadas em Habermas, e um deslocamento do foco de investigação da validade racional à gênese histórica: a primeira não poderia ser pensada senão a partir da segunda (I.4). Essa modulação acontece implicitamente e sem maiores considerações de método em Luta por reconhecimento. Ela é preparada, no entanto, pela elaboração difusa de um conceito do social apto a suprir o referido déficit sociológico (II.1). Luta por reconhecimento reconstrói a própria reconstrução a partir do jovem Hegel e leva a cabo, assim, uma "reconstrução do ponto de vista do social" (Nobre) (II.2). O trabalho mostra, todavia, que o resultado desta primeira reconstrução, a noção tensa de "eticidade formal", mantém apartados em momentos distintos a reconstrução e a crítica, não superando um dos déficits graves apontados por Honneth em Habermas, tendo em vista os fins de uma teoria crítica da sociedade (II.3). À luz deste novo problema, as revisões que Honneth impõe à sua teoria na década de 2000 são recuperadas e sistematizadas. Retomando a partir das bases sua compreensão da intersubjetividade e do que é o social e deslocando a referência do Hegel do período de Jena àquele do período de Berlim (III.1), Honneth prepara o terreno para a elaboração de um modelo maduro capaz de unir num só momento reconstrução e crítica, ao qual chama em O direito da liberdade de "reconstrução normativa" (III.2). Em conclusão e numa tentativa de crítica imanente, o trabalho sugere os limites da reconstrução normativa em sua incapacidade de explicar patologias sociais.The present work reconstitutes the conceptual determinations of Axel Honneth's reconstructive model of critical theory through the history of its emergency. In order to place a problem, it deals initially (I.1 and I.2) with the first proposition by Habermas of the reconstruction as an adequate model to a critical theory of society considering the social transformations diagnosed in his time. The problems Habermas faced and especially his solutions throw a new light ahead in Honneth's further formulation of a distinct reconstructive model. Then Honneth refuses in such a way the diagnosis of time underlying Habermas' formulation, the basic concepts of his theory and, as this work shows, also the determinations of method of the habermasian reconstruction (I.3), that the consistency of Honneth's filiation in 1992 to the reconstructive model turns out to be not so obvious. Despite this, the work tries to demonstrate this consistency, inquiring what kind of modulation the reconstruction had to suffer in order to free itself from Honneth's indicated sociological deficit. The work maintains the hyposthesis that the first modulation given to the reconstruction is a link between genesis and validity of social normativity, separated by Habermas, and a focus shift of the research from the rational validity to the historical genesis: the first could only be thought from the latter (I.4). This modulation happens implicitly and with no further considerations of method in The Struggle for Recognition. It is prepared however by the difuse development of a concept of the social able to solve the mentioned sociological deficit (II.1). The Struggle for Recognition reconstructs the reconstruction itself from the young Hegel and then executes a "reconstruction from the point of view of the social" (Nobre) (II.2). The work shows however that the outcome of this first reconstruction, the tense concept of "formal ethical life", keep apart reconstruction and critique in two distinct moments and does not overcome one of the severe deficits which Honneth pointed out in Habermas considering the goals of a critical theory of society (II.3). In light of this new problem, Honneth's reviews of his theory in the 2000's are recoverd and sistematized. Honneth recasts from the beginning his compreension of intersubjectivity and shifts the reference of Hegel's writings from Jena to Berlin (III.1). He prepares the ground so to a reelaboration of a mature model able to unify in one moment reconstruction and critique. Honneth calls this in his The Right of Freedom the model of "normative reconstruction" (III.2). In conclusion and in an attempt of immanent criticism, the work suggests the limits of normative reconstruction in its inability to explain social pathologies.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGReconstruçãoFilosofiaReconhecimento (Filosofia)Honneth, Axel, 1949-Jürgen HabermasReconstruçãoAxel HonnethTeoria crítica da sociedadeReconhecimentoReconstrução e crítica em Axel Honnethinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALreconstru__o_e_cr_tica_em_axel_honneth__disserta__o____luiz_philipe_de__caux.pdfapplication/pdf1643945https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9U5JXV/1/reconstru__o_e_cr_tica_em_axel_honneth__disserta__o____luiz_philipe_de__caux.pdf3e1a96c5486a91f6295b60f521fe2777MD51TEXTreconstru__o_e_cr_tica_em_axel_honneth__disserta__o____luiz_philipe_de__caux.pdf.txtreconstru__o_e_cr_tica_em_axel_honneth__disserta__o____luiz_philipe_de__caux.pdf.txtExtracted texttext/plain549311https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9U5JXV/2/reconstru__o_e_cr_tica_em_axel_honneth__disserta__o____luiz_philipe_de__caux.pdf.txt542e823934287aa8c2e5ba5706c6412bMD521843/BUOS-9U5JXV2019-11-14 20:40:20.115oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-9U5JXVRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T23:40:20Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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