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Adriana Maria Tenuta de Azevedohttp://lattes.cnpq.br/8545870038468318Adriana Maria Tenuta de AzevedoSueli Maria CoelhoNorma Barbosa de Lima Fonsecahttp://lattes.cnpq.br/8219672749644870Ana Clara Teixeira Ferreira2022-07-26T16:11:10Z2022-07-26T16:11:10Z2022-02-22http://hdl.handle.net/1843/43623https://orcid.org/ 0000-0002-1225-9605A presente pesquisa tem como objetivo geral investigar os tempos e modos que ocorrem ligados aos verbos auxiliares das perífrases (aqui tratadas como construções) [V1ANDAR + V2GERÚNDIO] e [V1VIVER + V2GERÚNDIO] e identificar que tipos de verbos ocupam a posição V2GERÚNDIO. Baseamo-nos nas noções de perífrase verbal (BARROSO, 1994) e de aspecto verbal para delimitar o significado aspectual que as perífrases expressam, segundo Castilho (1968), Travaglia (1981) e Barroso (1994). Para eles, as principais nuances aspectuais evocadas por essas construções são o iterativo e o habitual. Essas construções são fruto de um processo de gramaticalização, em que os verbos ANDAR e VIVER deixam de figurar com seu conteúdo lexical pleno, passando a ter características essencialmente gramaticais ao integrarem as construções na forma de auxiliares. Esta pesquisa parte do que foi determinado por Tenuta e Coelho (2018) e Coelho e Tenuta (2020) sobre o processo de gramaticalização específico ao qual essas construções são submetidas, em que os verbos auxiliares “andar” e “viver”, em seu sentido relacional, já haviam passado por uma abstração e se juntam à forma nominal de gerúndio para compor as construções. Consideramos as perífrases [V1ANDAR + V2GERÚNDIO] e [V1VIVER + V2GERÚNDIO] como construções, nos termos de Goldberg (1995), já que o significado aspectual evocado por elas não advém da soma composicional de suas partes, mas do todo estrutural, composto globalmente pelos auxiliares “andar” e “viver”, em todas as suas manifestações possíveis de tempo e modo, juntamente com a forma nominal de gerúndio em V2. Foi feito um levantamento das ocorrências das construções aqui trabalhadas em três corpora com dados do século XX, do português contemporâneo, nas modalidades escrita e oral. As ocorrências foram identificadas e, em seguida, classificadas como reanalisadas (construções que já passaram pelo processo de gramaticalização), não reanalisadas e ambíguas; as formas modo-temporais de V1ANDAR/VIVER foram listadas, para que pudéssemos entender que contextos temporais favorecem a ocorrência das construções; e as formas ocupantes de V2GERÚNDIO foram classificadas em estados, atividades, accomplishments e achievements, de acordo com Vendler (1967). Como resultados, obtivemos que as formas mais recorrentes do verbo “andar” são a terceira pessoa do singular e do plural do presente e a terceira pessoa do singular do pretérito perfeito. As formas mais recorrentes do verbo “viver” são a terceira pessoa do singular e do plural do presente e a terceira pessoa do singular do pretérito imperfeito, todas do indicativo. As classes de Vendler (1967) que mais se combinam com V2GERÚNDIO são atividades e accomplishments. Pudemos concluir que essas classes não são estanques e vários verbos têm intercessão de características entre elas. Além disso, percebemos que, ao integrarem as perífrases, os verbos auxiliados ganham uma aparência de atividade pela essência durativa que as construções têm. Os resultados alcançados neste estudo contribuem para o entendimento dos tipos verbais que de fato acontecem como verbos auxiliados e quais os tempos e modos que ocorrem na forma do verbo auxiliar, favorecendo a formação dessas construções aspectuais.The present research aims to investigate the mood-tense contexts in which the auxiliary verb form of the periphrases (here treated as constructions) [V1WALK + V2GERUND] and [V1LIVE + V2GERUND] occur and to understand what types of verbs occupy the V2GERUND position. We address the notions of verbal periphrasis (BARROSO, 1994) and of verbal aspect, to delimit the aspectual meaning expressed by the periphrases, in Castilho (1968), Travaglia (1981), and Barroso (1994). According to these authors, the main aspectual nuances evoked are the iterative and the habitual. The constructions focused on in this study have undergone a process of linguistic change, called grammaticalization, in which the verbs “walk” and “live” no longer have their full lexical content, but show essentially grammatical characteristics as they integrate the constructions in the form of auxiliaries. This research starts from what was determined by Tenuta and Coelho (2018) and Coelho and Tenuta (2020) about the specific grammaticalization process to which these constructions are submitted, in which the auxiliary verbs “walk” and “live”, in their relational sense, had already undergone abstraction and they join the nominal form of gerund to compose the constructions. We consider the periphrases [V1WALK + V2GERUND] and [V1LIVE + V2GERUND] as constructions, according to Goldberg (1995), since the aspectual meaning evoked by them does not come from the compositional sum of their parts, but from the structural whole, globally composed of the auxiliaries “walk” and “live”, in all their possible manifestations of time and manner, together with the gerund nominal form. Occurrences of the constructions discussed here were taken from three corpora, dating from the 20th century, contemporary Portuguese, both in written and oral modalities. These occurrences were identified as reanalyzed (constructions that have already gone through the grammaticalization process), not reanalyzed, or ambiguous; the mood-tense forms of V1WALK/LIVE were listed, so that we could understand which temporal contexts favor the occurrence of the periphrases; the verbs in V2GERUND were classified into states, activities, accomplishments and achievements, according to Vendler (1967). The results were: the most recurrent forms of “walk” are the third person singular and plural present tense and the third person singular past tense (pretérito perfeito), and the most recurrent forms of “live” are the third person singular and plural present tense, as well as the third person singular past imperfective tense (pretérito imperfeito), all indicative. Vendler's (1967) classes that most often go together with V2GERUND are activities and accomplishments. We could conclude that these classes are not always watertight, and several verbs may have features that overlap among them. In addition, we realized that, when integrating the periphrases, V2 verbs gain an activity garb due to the durative essence of the periphrases. These results contribute to the understanding of V2 verbs as well as of the tense and mood of the auxiliary verbs that favor these aspectual constructions.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Estudos LinguísticosUFMGBrasilFALE - FACULDADE DE LETRASLíngua portuguesa – VerbosLíngua portuguesa – VariaçãoLíngua portuguesa – Estudo e ensinoAspecto verbalPerífrases verbaisConstrução aspectualClasses de VendlerUma análise modo-temporal de v1 e dos tipos verbais de v2 nas construções aspectuais [v1andar + v2gerúndio] e [v1viver + v2gerúndio]info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDISSERTAÇÃO ANA CLARA FERREIRA FINAL.pdfDISSERTAÇÃO ANA CLARA FERREIRA FINAL.pdfapplication/pdf998030https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/43623/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20ANA%20CLARA%20FERREIRA%20FINAL.pdf2fb5ebc53150e00308f5edcfd9bcfe2bMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/43623/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/436232022-07-26 13:11:10.653oai:repositorio.ufmg.br:1843/43623TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-07-26T16:11:10Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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