Influência do tipo de exposição primária e da infiltração eosinofílica no desenvolvimento da imunidade protetora induzida durante a re-infecção de Strongyloides venezuelensis em camundongos.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/SAGF-8H9NGD |
Resumo: | Durante a infecção por Strongyloides venezuelensis em camundongos, assim como outros nematódeos intestinais, a participação de eosinófilos no mecanismo de proteção bem como na imunopatologia ainda é bastante controversa. Trabalhos anteriores do nosso grupo de pesquisa demonstram que o eosinófilo é uma célula importante no processo de eliminação do S. venezuelensis em casos de infecção primária pelo parasito. Porém, sabe-se que os mecanismos protetores que atuam em animais previamente expostos ao parasito atuam principalmente sobre as larvas migrantes e podem diferenciar da resposta efetora em infecções primárias. Outro fato importante é que a maioria dos resultados obtidos em experimentos laboratoriais é controversa, uma vez que protocolos experimentais geralmente utilizam a exposição do hospedeiro a uma carga parasitária muito elevada, que geralmente não acontece em processos naturais. No intuito de esclarecer a diferença de resposta imunológica e o papel do eosinófilo na resposta imune induzida por diferentes formas de exposição primária ao parasito este trabalho experimental utilizou três diferentes linhagens de camundongos: animais heterogênicos da linhagem Swiss, animais isogênicos da linhagem Balb/c e animais Balb/c dblGATA, deficientes na maturação de eosinófilos. Em cada linhagem os camundongos foram divididos em quatro grupos experimentais. Sendo que um grupo foi mantido não infectado, outro sofreu apenas uma infecção, o outro foi exposto à infecção primária com alta carga parasitária seguida de infecção secundária e o último foi exposto a várias infecções com baixo número de larvas infectantes antes do desafio com Strongyloides venezuelensis. A avaliação comparativa da infecção foi realizada através da quantificação de formas evolutivas de S. venezuelensis recuperadas do pulmão, intestino, e fezes dos camundongos. Parâmetros imunológicos, como análise do infiltrado celular nos parênquimas pulmonar e intestinal, da resposta sorológica pela técnica de ELISA, e análise da presença de citocinas do perfil Th-2 no parênquima pulmonar também foram comparativamente analisados. Os dados mostram que animais submetidos às múltiplas infecções com baixa dose parasitária eliminam as larvas da infecção desafio mais precocemente que os previamente expostos a uma alta carga parasitária. A eliminação das larvas foi associada à produção de anticorpos específicos e eosinofilia tecidual. Estudo detalhado em animais isogênicos revelou que nos animais previamente expostos ao parasito houve aumento precoce de IgG1 e IgM parasito-reativa e aumento nos níveis de IgE total, não sendo detectado aumento de reatividade de IgG2a nos animais re-infectados ou nos animais submetidos múltiplas infecções. Apesar do perfil Th-2 da resposta observada nos animais previamente expostos ao parasito e da intensa infiltração de eosinófilos na pele e pulmão destes animais, a proteção conferida aos hospedeiros durante o processo de re-infecção, nas diferentes formas de exposição primária ao parasito, não foi alterado na ausência de eosinófilos. Este resultado indica que o eosinófilo não é essencial para eliminação das larvas de S. venezuelensis em animais previamente expostos ao parasito. |
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