Avaliação da atividade tricomonicida do derivado clorado do metronidazolsobre cepa sensível e resistente de Trichomonas vaginalis

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Michelle de Oliveira Chacon
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A92PG7
Resumo: O Trichomonas vaginalis é o agente etiológico da doença sexualmente transmissível (DST) não viral mais comum do mundo, a tricomoniase. Essa doença tem sido encontrada associada a outras DSTs, mostrando-se um cofator importante para a transmissão e aquisição do vírus da imunodeficiência humana. O metronidazol (MTZ) é hoje o fármaco mais utilizado no tratamento da tricomoníase, no entanto, seu uso inadequado com administrações de níveis sub-terapêuticos, normalmente prescritos como profilaxia, podem favorecer o surgimento de resistência. Casos refratários ao tratamento têm sido descritos e constituem barreira importante para o sucesso do tratamento não só da tricomoníase, como também de outras infecções, considerando principalmente as poucas opções terapêuticas disponíveis. Emcontrapartida, é sugerido o aumento da dose terapêutica do MTZ, contudo, suas altas dosagens podem levar a uma potencialização dos efeitos adversos, tornando-os, em alguns casos, intoleráveis ao uso. Em busca de novos tratamentos com substâncias mais potentes emenos tóxicas foi sintetizado e testado o derivado clorado do MTZ (MTZ-Cl). Ensaios de inibição in vitro demonstraram interessantes resultados quando comparado ao MTZ, apresentando CI50 até 11 vezes menor que sua molécula precursora para cepas de T. vaginalissensível e resistente ao MTZ. Foi avaliada a segurança do MTZ-Cl por teste de citotoxicidade em células hepáticas e toxicidade aguda para roedores. Não foi observada toxicidade no teste in vitro. Na analise in vivo foi observada uma maior duração na sonolência do grupo MTZ-Cle pequena alteração hepática em um dos animais tratados com o derivado clorado do MTZ, não sendo observadas demais diferenças entre o precursor e o seu derivado. Não houve mortes entre os animais tratados, não sendo possível, portanto, a determinação da DL50.Considerando que a dose utilizada durante o teste com MTZ foi muito superior ao preconizado para o tratamento da tricomoníase, e ao extrapolar essa análise para o MTZ-Cl conclui-se que a dose utilizada durante o teste é ainda mais destoante, pois se trata de uma molécula com maior potência. Com isso, podemos especular que as concentrações tóxicas do MTZ-Cl excedam em muito as potencialmente terapêuticas. Diferenças de atuação dos dois compostos foram avaliados para a formação de radicais livres citotóxicos, onde foi observada maior formação de radicais livres nos parasitos tratados com MTZ-Cl. Nossos resultados sinalizam o grande potencial do MTZ-Cl como terapia tricomonicida, sendo uma alternativa promissora para futuros estudos clínicos.
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Emcontrapartida, é sugerido o aumento da dose terapêutica do MTZ, contudo, suas altas dosagens podem levar a uma potencialização dos efeitos adversos, tornando-os, em alguns casos, intoleráveis ao uso. Em busca de novos tratamentos com substâncias mais potentes emenos tóxicas foi sintetizado e testado o derivado clorado do MTZ (MTZ-Cl). Ensaios de inibição in vitro demonstraram interessantes resultados quando comparado ao MTZ, apresentando CI50 até 11 vezes menor que sua molécula precursora para cepas de T. vaginalissensível e resistente ao MTZ. Foi avaliada a segurança do MTZ-Cl por teste de citotoxicidade em células hepáticas e toxicidade aguda para roedores. Não foi observada toxicidade no teste in vitro. Na analise in vivo foi observada uma maior duração na sonolência do grupo MTZ-Cle pequena alteração hepática em um dos animais tratados com o derivado clorado do MTZ, não sendo observadas demais diferenças entre o precursor e o seu derivado. Não houve mortes entre os animais tratados, não sendo possível, portanto, a determinação da DL50.Considerando que a dose utilizada durante o teste com MTZ foi muito superior ao preconizado para o tratamento da tricomoníase, e ao extrapolar essa análise para o MTZ-Cl conclui-se que a dose utilizada durante o teste é ainda mais destoante, pois se trata de uma molécula com maior potência. Com isso, podemos especular que as concentrações tóxicas do MTZ-Cl excedam em muito as potencialmente terapêuticas. Diferenças de atuação dos dois compostos foram avaliados para a formação de radicais livres citotóxicos, onde foi observada maior formação de radicais livres nos parasitos tratados com MTZ-Cl. Nossos resultados sinalizam o grande potencial do MTZ-Cl como terapia tricomonicida, sendo uma alternativa promissora para futuros estudos clínicos.The Trichomonas vaginalis is the etiologic agent of the most common non-viral sexually transmitted disease (STD) in the world, the trichomoniasis. This disease has been associated with other STDs, evidencing an important co-factor for the transmission and acquisition ofthe Human Immunodeficiency Virus. The metronidazole (MTZ) is currently the most used drug in the treatment of trichomoniasis. However, its usage is inappropriate with administrations at sub-therapeutics levels, usually prescribed as prophylaxis, and might support the emergence of resistance. Refractory cases of treatment have been described andconstitute an important barrier to the success of the treatment, not only for trichomoniasis, but also for other infectious diseases, mainly considering the lack of therapeutic options. In contrast, it is suggested the increase of the MTZ therapeutic doses, even though the higher doses might lead to severe collateral effects, making the usage intolerable in some cases. In the search for treatments with more potent and less toxic molecules, the chlorine analogous of MTZ (MTZ-Cl) was synthesized and tested. In vitro inhibitions assays exhibited interesting results compared to MTZ, showing IC50 up to 11-fold lower than the precursor molecule for T. vaginalis sensitive and MTZ-resistant strains. The safety of MTZ-Cl was evaluated by cytotoxic assay in hepatic cells, and acute toxicity in rodents. In vitro assay did not indicate any toxicity. In vivo analyses revealed a small hepatic alteration in one of the animals treated with MTZ-Cl, but other differences between this molecule and its precursor was not observed. There were no deaths among the treated animals, thus the LD50 was not possible to be determined. Considering that the dose used during the test with MTZ was much higher than the recommended for the treatment of trichomoniasis, and extrapolating this analysis to MTZCl, it is noteworthy that the dose used during the test is even more significant, since this is a more potent molecule. Thereby we can speculate that the toxic concentrations of MTZ-Cl far exceed those potentially therapeutics. Differences in the action of both drugs were evaluated by the formation of cytotoxic free radicals, where there was a higher formation of free radicals in the parasites treated with MTZ-Cl. Our results indicate a great potential of MTZ-Cl as a trichomonicidal therapy, and a promising alternative for further clinical trials.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGParasitologiaTrichomonas vaginalisMetronidazolToxicidadeResistênciaTricomoníaseDerivado do metronidazolAvaliação da atividade tricomonicida do derivado clorado do metronidazolsobre cepa sensível e resistente de Trichomonas vaginalisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdiseserta__o_mestrado_michelle_chacon_.pdfapplication/pdf3016300https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A92PG7/1/diseserta__o_mestrado_michelle_chacon_.pdfbba6e6ba23308d3d01012455864cf030MD51TEXTdiseserta__o_mestrado_michelle_chacon_.pdf.txtdiseserta__o_mestrado_michelle_chacon_.pdf.txtExtracted texttext/plain169692https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A92PG7/2/diseserta__o_mestrado_michelle_chacon_.pdf.txte5e1cb7668554f6e8e0d8b8e434547d4MD521843/BUBD-A92PG72019-11-14 05:00:06.061oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-A92PG7Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T08:00:06Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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