Determinação da validade e reprodutibilidade de um instrumento de avaliação odontológica em idosos aplicado por agentes comunitários de saúde e do treinamento para seu uso

• Autor(a) principal: Marco Tulio de Freitas Ribeiro
• Data de Publicação: 2012
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ODON-9NCNNB
• topic: Agentes comunitários de saúde; Avaliação de programas e instrumentos de pesquisa; Odontologia; Agentes comunitários de saúde; Saúde bucal Idosos; Avaliação de programas e instrumentos de pesquisa; Diagnóstico bucal; Estratégia saúde da família

O agente Comunitário de Saúde(ACS), por ser um elo entre a população e serviços de saúde, pode contribuir nas estratégias de organização da atenção em saúde bucal para idosos, através de exames pré-diagnósticos e encaminhamento dos indivíduos com alterações bucais. O objetivo desse estudo foi determinar a validade e a reprodutibilidade de um instrumento pré-diagnóstico Revised Oral Assessment Guide (ROAG), e discutir a adequação desse instrumento quando aplicado por ACS. A avaliação do ROAG, foi por meio de um estudo transversal, em uma primeira fase. Na segunda fase, avaliou-se o treinamento para uso do ROAG e a viabilidade de seu uso pelos ACS, por meio de abordagem qualitativa. O teste do instrumento foi conduzido mediante sua aplicação por dez ACSs, em um município de grande porte. O ROAG avalia a condição de saúde de 8 categorias: voz, lábios, mucosa bucal, língua, gengiva, higiene de dentes e próteses e/ou cáries, saliva deglutição, a partir de uma escala que confere valores de 1 a 3 a cada uma dessas. O cálculo da amostra, n=116, Idosos, foi feito por meio de fórmula preconizada pela Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), para este tipo de estudo. Para avaliar a validade e reprodutibilidade do ROAG, foram conduzidas quatro etapas. Na primeira foi feita a adequação do instrumento, que recebeu o nome de Guia de Avaliação Bucal Revisado (GABR); na segunda foi desenvolvido um programa para treinamento prévio das ACS; na terceira foi feito o treinamento e o estudo piloto; na última etapa o instrumento foi aplicado. A segunda fase de estudo adotou uma abordagem qualitativa por meio da técnica de grupo focal. As ACS que participaram da primeira fase do estudo foram convidadas a participar do grupo focal, e sete dessas se dispuseram a participar. O grupo focal aconteceu em dia e local determinado pela coordenação de saúde bucal do município do estudo. As falas das ACS foram gravadas e um observador anotou em diário de campos observações relativas a atitude e postura das ACS. Foi feita transcrição das falas mantendo a grafia e sintaxe original, e os resultados foram submetidos a análise de conteúdo. O tempo médio para preenchimento do GBR foi de 11 minutos. Com relação a reprodutibilidade constatou-se o seguinte: concordância intra-examinadores nas categorias voz e deglutição foram perfeitas (Kappa = 1,00) mucosa bucal (Kappa =0,84), língua (Kappa =0,75) e gengiva (Kappa = 0,87) concordância boa ou muito boa, e razoável para a categoria saliva (Kappa = 0,48). Com relação a validade constatou-se que sensibilidade do instrumento variou de 0,80 para alterações de voz a 0,17 para a avaliação da saliva. A análise da fala dos ACS que participaram do grupo focal revelou que eles consideraram positivamente o método de treinamento, apesar de considerarem o tempo curto. Segundo os ACS a utilização do GABR na rotina de serviço e viável, mas o serviço deve atender a demanda gerada pela aplicação do instrumento. Conclui-se que guia de Avaliação Bucal Revisado apresenta boa produtividade e validade para ser usado como instrumento pré-diagnóstico quando usado por Agentes Comunitários de Saúde treinados, e que o método de treinamento usado neste estudo foi bom, na opinião desses profissionais. Para os ACS é necessário que o uso do GABR como rotina, seja acompanhado pela assistência a demanda encontrada.