"É esse conjunto que importa preservar, no seu todo": negociação e conflito na implantação de uma política de preservação patrimonial em Minas Gerais (1937-1967)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Denis Pereira Tavares
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-ACWEFV
Resumo: Durante a chamada fase heroica do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), que corresponde ao período no qual Rodrigo Melo Franco de Andrade assumiu a direção deste órgão (1937-1967), houve uma concentração das ações de preservação e de tombamentos no Estado de Minas Gerais. Os conjuntos arquitetônicos e urbanísticos das cidades mineiras tombadas passaram por uma espécie de regime especial de preservação, baseado no rígido controle das fachadas de suas edificações, bem como na imposição de condições de uso e conservação de sua paisagem urbana. A patrimonialização dos conjuntos urbanos mineiros suscitou questionamentos, discordâncias e também uma série de dúvidas acerca de quais procedimentos deveriam ser adotados pelas municipalidades. Além disso, a preservação de objetos que até então não eram reconhecidos como patrimônio gerou estranheza, conflitos de interesses e de valores e nem sempre obteve o consentimento dos habitantes locais. Procuramos, neste trabalho, abordar essas situações de tensões e conflitos em torno da conservação e gestão dos bens patrimoniais entre os técnicos do Serviço do Patrimônio e os agentes locais. Defendemos a tese de que o sucesso das políticas de conservação e salvaguarda dos bens materiais e simbólicos das cidades mineiras tombadas dependia também de uma delicada negociação entre o órgão federal de preservação do patrimônio e os poderes locais. Tendo em vista os variados e, por vezes, antagônicos interesses em torno da preservação de um patrimônio comum, indagamos se o projeto de construção do patrimônio histórico e artístico nacional adquiriu ressonância simbólica no conjunto da população, transcendendo as fraturas e os conflitos sociais entre classes, etnias e grupos, servindo então como substrato para integrar e unificar uma identidade nacional.
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