Agressividade na primeira infância: um estudo a partir das relações estabelecidas pelas crianças no ambiente familiar e na creche
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/FAEC-87YH7Z |
Resumo: | O presente estudo teve como objetivo investigar a agressividade na primeira infância, a partir das relações estabelecidas pelas crianças no ambiente familiar e na instituição de Educação Infantil. As principais referências teóricas foram os trabalhos de Winnicott, Vygotsky, Wallon, Erikson e dos estudiosos da Educação Infantil e da Sociologia da Infância. A pesquisa de campo realizada numa creche teve como objetivos específicos: a) analisar os modos de ação de uma criança considerada agressiva e de uma criança considerada tranqüila durante suas atividades na Creche, em interação com a pesquisadora e em interação com suas mães; b) Conhecer a história de vida dessas crianças e como se relacionavam com as educadoras e com seus familiares; c) Comparar as informações da criança considerada agressiva com as informações da criança considerada tranqüila para buscar compreender as diferenças de manifestação da agressividade tendo como referências às relações estabelecidas por essas crianças no ambiente familiar e na Creche. Para tanto realizamos uma pesquisa empírica organizada em três fases: 1ª Observação participante das rotinas da Creche, seleção das crianças e entrevistas com a Coordenadora da Creche e quatro professoras sobre as concepções de agressividade bem como sobre as formas de condução desses comportamentos; 2ª Videogravação das crianças selecionadas na primeira fase, uma criança considerada agressiva e uma criança considerada tranqüila, durante a realização de diversas atividades na Creche e em interação com a pesquisadora e com suas mães; 3ª Entrevistas com as professoras e auxiliares que trabalharam com essas crianças e com alguns de seus familiares. As informações construídas durante a pesquisa indicam uma correlação entre a dinâmica familiar e o modo como essas crianças manifestavam sua agressividade. A criança considerada agressiva na Creche não encontrava no ambiente familiar a segurança necessária para vivenciar sua capacidade destrutiva nesse ambiente, por essa razão entendemos que a agressividade manifestada na Creche era uma tentativa de buscar nesse outro ambiente a segurança que lhe faltou na família. A criança considerada agressiva parecia não encontrar no ambiente familiar segurança necessária para vivenciar sua capacidade destrutiva, logo a agressividade manifestada na Creche pode ser interpretada como uma tentativa de buscar nesse outro ambiente a segurança que lhe faltou na família. A criança considerada tranqüila conseguia demonstrar sua agressividade no ambiente familiar, obtendo nesse ambiente a tranqüilidade interna necessária para se comportar do modo esperado pelas educadoras na Creche. Considerando a tarefa das instituições de educação infantil de promover o desenvolvimento integral das crianças em complementação a ação das famílias, observamos que tanto em relação à criança considerada agressiva quanto em relação à criança considerada tranqüila a Creche não possuía estratégias de intervenção educativa particulares que possibilitassem a essas crianças experiências promotoras das capacidades e habilidades pouco desenvolvidas no ambiente familiar. Essas considerações indicam a necessidade de novos estudos sobre a agressividade que possibilitem compreender melhor a influência das relações entre a criança e seus cuidadores na manifestação dos impulsos agressivos pelas crianças, assim como outros estudos sobre o modo de funcionamento das instituições de educação infantil que auxiliem a concretização de projetos pedagógicos que lhes possibilitem promover o desenvolvimento integral das crianças, respeitando a singularidade de cada uma delas. |
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Luiz Alberto Oliveira GoncalvesMagda Lúcia ChamonAnna Maria Salgueiro CaldeiraTherezinha VieiraRoberto Assis FerreiraIza Rodrigues da Luz2019-08-11T05:16:32Z2019-08-11T05:16:32Z2005-08-08http://hdl.handle.net/1843/FAEC-87YH7ZO presente estudo teve como objetivo investigar a agressividade na primeira infância, a partir das relações estabelecidas pelas crianças no ambiente familiar e na instituição de Educação Infantil. As principais referências teóricas foram os trabalhos de Winnicott, Vygotsky, Wallon, Erikson e dos estudiosos da Educação Infantil e da Sociologia da Infância. A pesquisa de campo realizada numa creche teve como objetivos específicos: a) analisar os modos de ação de uma criança considerada agressiva e de uma criança considerada tranqüila durante suas atividades na Creche, em interação com a pesquisadora e em interação com suas mães; b) Conhecer a história de vida dessas crianças e como se relacionavam com as educadoras e com seus familiares; c) Comparar as informações da criança considerada agressiva com as informações da criança considerada tranqüila para buscar compreender as diferenças de manifestação da agressividade tendo como referências às relações estabelecidas por essas crianças no ambiente familiar e na Creche. Para tanto realizamos uma pesquisa empírica organizada em três fases: 1ª Observação participante das rotinas da Creche, seleção das crianças e entrevistas com a Coordenadora da Creche e quatro professoras sobre as concepções de agressividade bem como sobre as formas de condução desses comportamentos; 2ª Videogravação das crianças selecionadas na primeira fase, uma criança considerada agressiva e uma criança considerada tranqüila, durante a realização de diversas atividades na Creche e em interação com a pesquisadora e com suas mães; 3ª Entrevistas com as professoras e auxiliares que trabalharam com essas crianças e com alguns de seus familiares. As informações construídas durante a pesquisa indicam uma correlação entre a dinâmica familiar e o modo como essas crianças manifestavam sua agressividade. A criança considerada agressiva na Creche não encontrava no ambiente familiar a segurança necessária para vivenciar sua capacidade destrutiva nesse ambiente, por essa razão entendemos que a agressividade manifestada na Creche era uma tentativa de buscar nesse outro ambiente a segurança que lhe faltou na família. A criança considerada agressiva parecia não encontrar no ambiente familiar segurança necessária para vivenciar sua capacidade destrutiva, logo a agressividade manifestada na Creche pode ser interpretada como uma tentativa de buscar nesse outro ambiente a segurança que lhe faltou na família. A criança considerada tranqüila conseguia demonstrar sua agressividade no ambiente familiar, obtendo nesse ambiente a tranqüilidade interna necessária para se comportar do modo esperado pelas educadoras na Creche. Considerando a tarefa das instituições de educação infantil de promover o desenvolvimento integral das crianças em complementação a ação das famílias, observamos que tanto em relação à criança considerada agressiva quanto em relação à criança considerada tranqüila a Creche não possuía estratégias de intervenção educativa particulares que possibilitassem a essas crianças experiências promotoras das capacidades e habilidades pouco desenvolvidas no ambiente familiar. Essas considerações indicam a necessidade de novos estudos sobre a agressividade que possibilitem compreender melhor a influência das relações entre a criança e seus cuidadores na manifestação dos impulsos agressivos pelas crianças, assim como outros estudos sobre o modo de funcionamento das instituições de educação infantil que auxiliem a concretização de projetos pedagógicos que lhes possibilitem promover o desenvolvimento integral das crianças, respeitando a singularidade de cada uma delas.Drawing on Winnicott, Erikson and other researchers of early childhood education and sociology. This dissertation aims at investigating aggressiveness in early childhood based on the relationships established by children within their families and educational institutions. Data was collected in an early child care center in order to a) analyze modes of acting of aggressive and non-aggressive children interacting with their mothers and the researcher while performing activities scheduled at the day care center; b) get acquainted with the life histories of aggressive children and their relationships with their mothers and the researcher; c) compare data on aggressive and non- aggressive children so as to have an insight into aggressiveness manifestation from the perspective of the relationships established by those children at home and in the day care institution. An empirical study was carried out in three phases: first, the researcher observed the daily routine of the day care center, selected the children to be subjects for the study and interviewed the centers supervisor and four teachers to learn about their views on aggressiveness, violence and discipline and how those conditions should be dealt with; second, the children selected as subjects both aggressive and non- aggressive children were videotaped during their performance of tasks at the center and their interaction with their mothers and the researcher; third, teachers, assistants and family members of the subjects were interviewed. Results point to a correlation between the family setting dynamics and the way children express aggressiveness. Children considered to be aggressive within the day care setting proved not to be able to rely on their family setting to develop a sense of self-assurance so as to deal with their destructive capacity within that setting. Aggressiveness emerging at the day care center was understood as an attempt for seeking self-assurance lacking in the family setting. Non-aggressive children managed to feel at ease in order to express aggressiveness at home and behave in a way suitable to the day care center expectations, that is to say, they managed to control their bodily movements and obey to the teachers directions. From the perspective of early childhood institutions policies to promote the development of children so as to complement family actions, it was observed that regarding aggressive as well as non-aggressive children the day care center did not have strategies for particular interventions that could help those children develop capacities and skills little developed at home. This points to the need for further research on aggressiveness that may lead us to better understand the kind of relationship between children and care providers which allows for childrens expression of aggressiveness. Further studies are also needed on the way early childhood educational centers operate in order to promote pedagogical projects aiming at the development of children taking into account their individual necessities and profiles.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEducação de criançasFamília e escolaDesenvolvimento infantilCrechesCrecheAgressividadeEducação infantilFamíliaPrimeira infânciaAgressividade na primeira infância: um estudo a partir das relações estabelecidas pelas crianças no ambiente familiar e na crecheinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALiza.pdfapplication/pdf632648https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/FAEC-87YH7Z/1/iza.pdf4132d09aac2cb3a13d12843024b29b63MD51TEXTiza.pdf.txtiza.pdf.txtExtracted texttext/plain483228https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/FAEC-87YH7Z/2/iza.pdf.txt0183ecaf2b92ef0acc336a9e59422817MD521843/FAEC-87YH7Z2019-11-14 11:50:49.352oai:repositorio.ufmg.br:1843/FAEC-87YH7ZRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T14:50:49Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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O presente estudo teve como objetivo investigar a agressividade na primeira infância, a partir das relações estabelecidas pelas crianças no ambiente familiar e na instituição de Educação Infantil. As principais referências teóricas foram os trabalhos de Winnicott, Vygotsky, Wallon, Erikson e dos estudiosos da Educação Infantil e da Sociologia da Infância. A pesquisa de campo realizada numa creche teve como objetivos específicos: a) analisar os modos de ação de uma criança considerada agressiva e de uma criança considerada tranqüila durante suas atividades na Creche, em interação com a pesquisadora e em interação com suas mães; b) Conhecer a história de vida dessas crianças e como se relacionavam com as educadoras e com seus familiares; c) Comparar as informações da criança considerada agressiva com as informações da criança considerada tranqüila para buscar compreender as diferenças de manifestação da agressividade tendo como referências às relações estabelecidas por essas crianças no ambiente familiar e na Creche. Para tanto realizamos uma pesquisa empírica organizada em três fases: 1ª Observação participante das rotinas da Creche, seleção das crianças e entrevistas com a Coordenadora da Creche e quatro professoras sobre as concepções de agressividade bem como sobre as formas de condução desses comportamentos; 2ª Videogravação das crianças selecionadas na primeira fase, uma criança considerada agressiva e uma criança considerada tranqüila, durante a realização de diversas atividades na Creche e em interação com a pesquisadora e com suas mães; 3ª Entrevistas com as professoras e auxiliares que trabalharam com essas crianças e com alguns de seus familiares. As informações construídas durante a pesquisa indicam uma correlação entre a dinâmica familiar e o modo como essas crianças manifestavam sua agressividade. A criança considerada agressiva na Creche não encontrava no ambiente familiar a segurança necessária para vivenciar sua capacidade destrutiva nesse ambiente, por essa razão entendemos que a agressividade manifestada na Creche era uma tentativa de buscar nesse outro ambiente a segurança que lhe faltou na família. A criança considerada agressiva parecia não encontrar no ambiente familiar segurança necessária para vivenciar sua capacidade destrutiva, logo a agressividade manifestada na Creche pode ser interpretada como uma tentativa de buscar nesse outro ambiente a segurança que lhe faltou na família. A criança considerada tranqüila conseguia demonstrar sua agressividade no ambiente familiar, obtendo nesse ambiente a tranqüilidade interna necessária para se comportar do modo esperado pelas educadoras na Creche. Considerando a tarefa das instituições de educação infantil de promover o desenvolvimento integral das crianças em complementação a ação das famílias, observamos que tanto em relação à criança considerada agressiva quanto em relação à criança considerada tranqüila a Creche não possuía estratégias de intervenção educativa particulares que possibilitassem a essas crianças experiências promotoras das capacidades e habilidades pouco desenvolvidas no ambiente familiar. Essas considerações indicam a necessidade de novos estudos sobre a agressividade que possibilitem compreender melhor a influência das relações entre a criança e seus cuidadores na manifestação dos impulsos agressivos pelas crianças, assim como outros estudos sobre o modo de funcionamento das instituições de educação infantil que auxiliem a concretização de projetos pedagógicos que lhes possibilitem promover o desenvolvimento integral das crianças, respeitando a singularidade de cada uma delas. |
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