Distribuição temporal e respostas celulares de Baccharis reticularia DC. (Asteraceae) a interações bióticas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Anete Teixeira Formiga
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9C3FPK
Resumo: Galhas são modelos de estudo elegantes de desenvolvimento celular vegetal sob influência de um organismo externo, o galhador. Apesar de comumente incluírem dois organismos, a planta hospedeira e o indutor, as galhas podem incluir sistemas tri- ou multitróficos. Os padrões de desenvolvimento observados nestes sistemas podem ser avaliados por meio do estudo das modificações celulares, anatômicas e histoquímicas que resultam nos diferentes morfotipos encontrados, além da relação desses morfotipos com variações ambientais. As super-hospedeiras, plantas nas quais podemos encontrar diversos morfotipos de galhas, são interessantes para estudos de desenvolvimento vegetal, pois em um mesmo pool gênico, diferentes estruturas se desenvolvem, resultado de um misto de influências dos estímulos dos insetos indutores e das restrições impostas pela planta hospedeira. O presente estudo apresenta as similaridades estruturais e histoquímicas entre os morfotipos de galhas desenvolvidos em B.reticularia e discute a similaridade das galhas foliares e caulinares quanto aos níveis de complexidade estrutural e a maior ou menor proximidade ao padrão morfogenético dos órgãos hospedeiros. No nível microscópico, as alterações pécticas da parede celular das galhas foram comparados utilizando marcação específica para seis epitopos pécticos: extensinas, HGA de alta e baixa metil esterificação, AGP glicanos, galactanos e arabinanos. Os resultados indicam a manutenção do potencial de alongamento e flexibilidade ao longo do desenvolvimento das galhas, comprovando a existência de uma dinâmica péctica crucial ao estabelecimento das galhas. O fato de extensinas terem sido detectadas somente nos tecidos da galha em bolso nos leva a crer que o desenvolvimento deste morfotipo resulta em modificações para o maior alongamento e flexibilidade celular necessários para atingir sua forma final. No nível macroscópico, pode ser verificado o estabelecimento de duas síndromes sazonais reflexo das flutuações dos diversos morfotipos ao longo do tempo. Finalizando, a interação tritrófica da planta hospedeira, organismos galhadores e fungos endofíticos influenciou positivamente o valor nutricional das plantas com maiores valores de nitrogênio e fósforo encontrados nas plantas com presença da galha reniforme.
id UFMG_1362a1cc54f060d5ecd9b326e98f34c3
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9C3FPK
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Rosy Mary dos Santos IsaiasGeraldo Wilson Afonso FernandesGeraldo Wilson Afonso FernandesFernando Henrique Aguiar ValeDênis Coelho de OliveiraHildeberto Caldas SouzaJane Elizabeth KrausAnete Teixeira Formiga2019-08-09T13:02:39Z2019-08-09T13:02:39Z2013-02-26http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9C3FPKGalhas são modelos de estudo elegantes de desenvolvimento celular vegetal sob influência de um organismo externo, o galhador. Apesar de comumente incluírem dois organismos, a planta hospedeira e o indutor, as galhas podem incluir sistemas tri- ou multitróficos. Os padrões de desenvolvimento observados nestes sistemas podem ser avaliados por meio do estudo das modificações celulares, anatômicas e histoquímicas que resultam nos diferentes morfotipos encontrados, além da relação desses morfotipos com variações ambientais. As super-hospedeiras, plantas nas quais podemos encontrar diversos morfotipos de galhas, são interessantes para estudos de desenvolvimento vegetal, pois em um mesmo pool gênico, diferentes estruturas se desenvolvem, resultado de um misto de influências dos estímulos dos insetos indutores e das restrições impostas pela planta hospedeira. O presente estudo apresenta as similaridades estruturais e histoquímicas entre os morfotipos de galhas desenvolvidos em B.reticularia e discute a similaridade das galhas foliares e caulinares quanto aos níveis de complexidade estrutural e a maior ou menor proximidade ao padrão morfogenético dos órgãos hospedeiros. No nível microscópico, as alterações pécticas da parede celular das galhas foram comparados utilizando marcação específica para seis epitopos pécticos: extensinas, HGA de alta e baixa metil esterificação, AGP glicanos, galactanos e arabinanos. Os resultados indicam a manutenção do potencial de alongamento e flexibilidade ao longo do desenvolvimento das galhas, comprovando a existência de uma dinâmica péctica crucial ao estabelecimento das galhas. O fato de extensinas terem sido detectadas somente nos tecidos da galha em bolso nos leva a crer que o desenvolvimento deste morfotipo resulta em modificações para o maior alongamento e flexibilidade celular necessários para atingir sua forma final. No nível macroscópico, pode ser verificado o estabelecimento de duas síndromes sazonais reflexo das flutuações dos diversos morfotipos ao longo do tempo. Finalizando, a interação tritrófica da planta hospedeira, organismos galhadores e fungos endofíticos influenciou positivamente o valor nutricional das plantas com maiores valores de nitrogênio e fósforo encontrados nas plantas com presença da galha reniforme.Galls are elegant models for the study of plant cell development under the influence of an external organism, the gall inducer. Although commonly occurring due to the relationship between two organisms, the host plant and the inducer, the galls may also include tritrophic or multitrophic systems. Developmental patterns observed in these systems can be evaluated through the study of structural and histochemical modifications, as well as the influence of environmental variations that result in different gall morphotypes. The plants which host different gall morphotypes are known as superhosts and are interesting for studying plant development. In these cases, different structures are developed as a result of the manipulation of the same pool of genes, under the influence of the insects stimuli vs. host plant developmentalconstraints. This study analyzes the structure and histochemistry of the gall morphotypes developed in Baccharis reticularia, focusing on the similarities between leaf and stem galls. The structural complexity of each gall is discussed under the perspective of the greater or lesser proximity to the morphogenetic pattern of their host organs. At the microscopic level, changes on the composition of the cell wall in the galls were compared using six specifically labeled epitopes: Extensins, HGAs with high and low methyl esterification, AGP glycans, galactans and arabinans. The results indicate that the stretching and flexibility potential of the plant cell wall is maintained throughout the development of the galls, and the dynamic constitution of the cell wall was, thus, proved to be crucial to their establishment. The fact that extensins were only detected in the tissues of the pocket gall morphotype is believed to be due to the greater cell elongation and flexibility required on the achievement of its final form. At the macroscopic level, two seasonal syndromes were found to be determinant for the fluctuations of the different gall morphotypes over time. Finally, the tritrophic interaction between the host plant, endophytic fungi and galling organisms positively influenced the nutritional value of plants, ensuring higher nitrogen and phosphorus content in plants bearing the kidney-shaped gall morphotype.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGBaccharisBotânicaGalhas (Botânica)Anatomia vegetalInterações tritróficasMorfotiposEpitopos pécticosGalhasSazonalidadeDistribuição temporal e respostas celulares de Baccharis reticularia DC. (Asteraceae) a interações bióticasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTese_Anete Teixeira Formiga.pdfTese_Anete Teixeira Formiga.pdfapplication/pdf8455798https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9C3FPK/3/Tese_Anete%20Teixeira%20Formiga.pdff684e28fec43cf96f34883df6ac82d27MD53TEXTtese_anete_teixeira_formiga.pdf.txttese_anete_teixeira_formiga.pdf.txtExtracted texttext/plain22386https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9C3FPK/2/tese_anete_teixeira_formiga.pdf.txt9450b8002e264012cf11dfb06367ef7bMD521843/BUBD-9C3FPK2023-03-01 17:48:39.941oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9C3FPKRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-03-01T20:48:39Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Distribuição temporal e respostas celulares de Baccharis reticularia DC. (Asteraceae) a interações bióticas
title Distribuição temporal e respostas celulares de Baccharis reticularia DC. (Asteraceae) a interações bióticas
spellingShingle Distribuição temporal e respostas celulares de Baccharis reticularia DC. (Asteraceae) a interações bióticas
Anete Teixeira Formiga
Interações tritróficas
Morfotipos
Epitopos pécticos
Galhas
Sazonalidade
Baccharis
Botânica
Galhas (Botânica)
Anatomia vegetal
title_short Distribuição temporal e respostas celulares de Baccharis reticularia DC. (Asteraceae) a interações bióticas
title_full Distribuição temporal e respostas celulares de Baccharis reticularia DC. (Asteraceae) a interações bióticas
title_fullStr Distribuição temporal e respostas celulares de Baccharis reticularia DC. (Asteraceae) a interações bióticas
title_full_unstemmed Distribuição temporal e respostas celulares de Baccharis reticularia DC. (Asteraceae) a interações bióticas
title_sort Distribuição temporal e respostas celulares de Baccharis reticularia DC. (Asteraceae) a interações bióticas
author Anete Teixeira Formiga
author_facet Anete Teixeira Formiga
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Rosy Mary dos Santos Isaias
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Geraldo Wilson Afonso Fernandes
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Geraldo Wilson Afonso Fernandes
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Fernando Henrique Aguiar Vale
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Dênis Coelho de Oliveira
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Hildeberto Caldas Souza
dc.contributor.referee5.fl_str_mv Jane Elizabeth Kraus
dc.contributor.author.fl_str_mv Anete Teixeira Formiga
contributor_str_mv Rosy Mary dos Santos Isaias
Geraldo Wilson Afonso Fernandes
Geraldo Wilson Afonso Fernandes
Fernando Henrique Aguiar Vale
Dênis Coelho de Oliveira
Hildeberto Caldas Souza
Jane Elizabeth Kraus
dc.subject.por.fl_str_mv Interações tritróficas
Morfotipos
Epitopos pécticos
Galhas
Sazonalidade
topic Interações tritróficas
Morfotipos
Epitopos pécticos
Galhas
Sazonalidade
Baccharis
Botânica
Galhas (Botânica)
Anatomia vegetal
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Baccharis
Botânica
Galhas (Botânica)
Anatomia vegetal
description Galhas são modelos de estudo elegantes de desenvolvimento celular vegetal sob influência de um organismo externo, o galhador. Apesar de comumente incluírem dois organismos, a planta hospedeira e o indutor, as galhas podem incluir sistemas tri- ou multitróficos. Os padrões de desenvolvimento observados nestes sistemas podem ser avaliados por meio do estudo das modificações celulares, anatômicas e histoquímicas que resultam nos diferentes morfotipos encontrados, além da relação desses morfotipos com variações ambientais. As super-hospedeiras, plantas nas quais podemos encontrar diversos morfotipos de galhas, são interessantes para estudos de desenvolvimento vegetal, pois em um mesmo pool gênico, diferentes estruturas se desenvolvem, resultado de um misto de influências dos estímulos dos insetos indutores e das restrições impostas pela planta hospedeira. O presente estudo apresenta as similaridades estruturais e histoquímicas entre os morfotipos de galhas desenvolvidos em B.reticularia e discute a similaridade das galhas foliares e caulinares quanto aos níveis de complexidade estrutural e a maior ou menor proximidade ao padrão morfogenético dos órgãos hospedeiros. No nível microscópico, as alterações pécticas da parede celular das galhas foram comparados utilizando marcação específica para seis epitopos pécticos: extensinas, HGA de alta e baixa metil esterificação, AGP glicanos, galactanos e arabinanos. Os resultados indicam a manutenção do potencial de alongamento e flexibilidade ao longo do desenvolvimento das galhas, comprovando a existência de uma dinâmica péctica crucial ao estabelecimento das galhas. O fato de extensinas terem sido detectadas somente nos tecidos da galha em bolso nos leva a crer que o desenvolvimento deste morfotipo resulta em modificações para o maior alongamento e flexibilidade celular necessários para atingir sua forma final. No nível macroscópico, pode ser verificado o estabelecimento de duas síndromes sazonais reflexo das flutuações dos diversos morfotipos ao longo do tempo. Finalizando, a interação tritrófica da planta hospedeira, organismos galhadores e fungos endofíticos influenciou positivamente o valor nutricional das plantas com maiores valores de nitrogênio e fósforo encontrados nas plantas com presença da galha reniforme.
publishDate 2013
dc.date.issued.fl_str_mv 2013-02-26
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-09T13:02:39Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-09T13:02:39Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9C3FPK
url http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9C3FPK
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9C3FPK/3/Tese_Anete%20Teixeira%20Formiga.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9C3FPK/2/tese_anete_teixeira_formiga.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv f684e28fec43cf96f34883df6ac82d27
9450b8002e264012cf11dfb06367ef7b
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589176719835136