As mudanças na organização e localização da indústria automobilística brasileira (1996-2001)

• Autor(a) principal: Otavio Silva Camargo
• Data de Publicação: 2006
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/MCCR-6VSJ6K
• topic: Brasil; Indústria automobilística; Indústria automobilística Brasil 1996-2001; Brasil Industrias

A indústria automobilística mundial apresentou, historicamente, três períodos com características próprias e distintas, relacionados com a introdução de inovações tecnológicas, as formas de organização produtiva, a estrutura de mercado e a localização das suas atividades: o período da produção artesanal (de 1894 a 1907); o período da produção em massa, com o fordismo/sloanismo (de 1908 a 1960/70); e o período da produção enxuta, identificado com o toyotismo (de 1960/70 até hoje).Nos anos noventa, sob os condicionantes das formas de produção características do período e em decorrência do acirramento da concorrência internacional, ocorreu uma forte expansão das empresas produtoras de veículos e de autopeças em direção aos países emergentes. O Brasil participou deste processo de expansão e sofreu uma reestruturação da sua indústria automobilística, resultante não apenas da influência das mudanças estruturais da indústria mundial, mas também de um conjunto de fatores como a abertura da economia brasileira, as políticas públicas específicas para o setor, a integração com o Mercosul, o desenvolvimento tecnológico dos produtos e dos processos de produção e os novos investimentos. Estas alterações trouxeram repercussão não apenas no processo de concorrência e na estrutura de mercado, mas também nos critérios locacionais e na localização das atividades, fruto da dinâmica regional brasileira. Esta tese tem como objetivo principal analisar as transformações da indústria automobilística brasileira na década de 1990, especialmente aquelas ocorridas em sua segunda metade. O foco da análise centra-se nas modificações tecnológicas e organizacionais, nas estruturas de mercado e suas implicações locacionais. O trabalho procurou responder às seguintes questões: Como explicar a relação entre as mudanças tecnológicas, organizacionais, nas estruturas de mercado e a localização espacial da indústria automobilística mundial? Quais foram as principais modificações no padrão concorrencial e na estrutura de mercado da indústria automotiva brasileira com a abertura comercial e os novos investimentos?Em que medida houve ou não aumento do poder de mercado e do índice de concentração nesta indústria e em seus segmentos? Como a entrada de novos atores mundiais montadoras ou produtoras de autopeças modificou as estruturas do oligopólio existente? Houve de fato mudanças nos critérios e na localização espacial desta indústria no Brasil? Em que medida a nova forma de organizar a produção na indústria nacional, com a hierarquização dos fornecedores, levou a uma concentração ou desconcentração regional das atividades produtivas e tecnológicas?O eixo central que orienta este trabalho fixa-se na busca do entendimento quanto à articulação entre a dinâmica do oligopólio e a dinâmica locacional. O suporte analítico teve como instrumental teórico as teorias do oligopólio, dos custos de transação e da localização, bem como abordagens concernentes ao papel das inovações tecnológicas e das empresas multinacionais.