Um programa de treinamento de endurance influencia o movimento toracoabdominal de pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Danielle Correa Franca
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/MSMR-7W4M8R
Resumo: A presença do movimento toracoabdominal (MTA) assincrônico, no repouso e particularmente no exercício, é considerada um importante sinal da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), associada a gravidade. Embora os mecanismos que determinam a assincronia não foram elucidados, ela tem sido relacionada a disfunção dos músculos respiratórios, determinada pela hiperinsuflação. O treinamento de endurance dos membros inferiores (MMII) proporciona efeitos positivos, entretanto não foram encontrados estudos avaliando a influencia deste treinamento sobre o MTA de pacientes com DPOC. O objetivo do presente estudo foi analisar as repercussões do treinamento de endurance dos MMII sobre o MTA, durante o exercício, em pacientes com DPOC, assim como comparar o MTA durante repouso e exercício. Foi conduzido um single-subject experimental design com avaliações periódicas, durante teste incremental máximo, com duas fases: A - baseline, sem treinamento, por 6 semanas; B - treinamento de endurance dos MMII por 12 semanas (três vezes/semana). Utilizou-se a Pletismografia Respiratória por Indutância para avaliar: Relação de Fase Inspiratória (PhRIB), Relação de Fase Expiratória (PhREB) e Função Correlação Cruzada (CCF). Cortes do traçado da pletismografia foram realizados no repouso e em dois níveis de exercício de todas as avaliações (isocarga e carga pico). Para a comparação do MTA entre as fases de baseline e treinamento nos dois níveis de exercício foram consideradas respostas ao treinamento os resultados com concordância entre a Análise Visual e no mínimo um teste estatístico (Two Standard Deviation Band test and Celeration Line), considerando significativo p<0,05. Para comparação do MTA entre repouso e os dois níveis de exercício foi utilizada ANOVA para medidas repetidas, considerando significativo p<0,017 segundo correção de Bonferroni. Na comparação do MTA entre as fases de baseline e treinamento foi observada diminuição significativa da PhRIB na isocarga e PhREB na carga pico no Participante 1, e diminuição significativa da PhRIB e PhREB na isocarga e PhRIB na carga pico no Participante 2. Não foram observadas diferenças significativas nas demais comparações. Na comparação do MTA entre repouso e exercício houve aumento significativo da PhRIB, PhREB e CCF durante o exercício, em ambos os participantes, sem diferença significativa entre os dois níveis de exercício. Foi observado traçado não senoidal durante o exercício, proveniente de irregularidades do compartimento abdominal. Esses resultados sugerem que o exercício e o treinamento de endurance influenciaram o MTA dos pacientes com DPOC avaliados. O treinamento de endurance promoveu efeito positivo, reduzindo a assincronia durante o exercício; entretanto o comportamento do MTA não foi o mesmo para os dois participantes. Esta diferença pode ser devido a características individuais, dentre as quais destaca-se a possibilidade de distintos padrões de hiperinsuflação dinâmica. Além disso, o exercício aumentou a assincronia em relação ao repouso. Irregularidades provenientes do compartimento abdominal parecem ser determinantes para o aumento da assincronia durante o repouso.
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Foi conduzido um single-subject experimental design com avaliações periódicas, durante teste incremental máximo, com duas fases: A - baseline, sem treinamento, por 6 semanas; B - treinamento de endurance dos MMII por 12 semanas (três vezes/semana). Utilizou-se a Pletismografia Respiratória por Indutância para avaliar: Relação de Fase Inspiratória (PhRIB), Relação de Fase Expiratória (PhREB) e Função Correlação Cruzada (CCF). Cortes do traçado da pletismografia foram realizados no repouso e em dois níveis de exercício de todas as avaliações (isocarga e carga pico). Para a comparação do MTA entre as fases de baseline e treinamento nos dois níveis de exercício foram consideradas respostas ao treinamento os resultados com concordância entre a Análise Visual e no mínimo um teste estatístico (Two Standard Deviation Band test and Celeration Line), considerando significativo p<0,05. Para comparação do MTA entre repouso e os dois níveis de exercício foi utilizada ANOVA para medidas repetidas, considerando significativo p<0,017 segundo correção de Bonferroni. Na comparação do MTA entre as fases de baseline e treinamento foi observada diminuição significativa da PhRIB na isocarga e PhREB na carga pico no Participante 1, e diminuição significativa da PhRIB e PhREB na isocarga e PhRIB na carga pico no Participante 2. Não foram observadas diferenças significativas nas demais comparações. Na comparação do MTA entre repouso e exercício houve aumento significativo da PhRIB, PhREB e CCF durante o exercício, em ambos os participantes, sem diferença significativa entre os dois níveis de exercício. Foi observado traçado não senoidal durante o exercício, proveniente de irregularidades do compartimento abdominal. Esses resultados sugerem que o exercício e o treinamento de endurance influenciaram o MTA dos pacientes com DPOC avaliados. O treinamento de endurance promoveu efeito positivo, reduzindo a assincronia durante o exercício; entretanto o comportamento do MTA não foi o mesmo para os dois participantes. Esta diferença pode ser devido a características individuais, dentre as quais destaca-se a possibilidade de distintos padrões de hiperinsuflação dinâmica. Além disso, o exercício aumentou a assincronia em relação ao repouso. Irregularidades provenientes do compartimento abdominal parecem ser determinantes para o aumento da assincronia durante o repouso.The presence of asynchronous thoracoabdominal motion (TAM) at rest and particularly during exercise is considered an important sign of chronic obstructive pulmonary disease (COPD), and has been associated with higher severity of the disease. Although the mechanisms that determine asynchrony have not been elucidated this have been related to respiratory muscles dysfunction, determined by hyperinflation. Lower-limb endurance training provides important positive effects, however, studies addressing its influence on asynchrony of patients with COPD have not been found. The aim of this study was to analyze the impact of lower-limb endurance training in TAM during exercise in COPD patients as well as to compare TAM at rest and during exercise. It was conducted a single-subject experimental design with periodic assessments, during maximal incremental tests, with two phases: A-baseline, without any intervention for 6 weeks; B-lower-limb endurance training for 12 weeks (three times/week). Two participants with severe COPD, according to GOLD, were studied. Respiratory inductive plethysmography was used for assessing: Inspiratory Phase Relation (PhRIB), Expiratory Phase Relation (PhREB) and Cross-Correlation Function (CCF). Cuts of plethysmography waveforms were donne at rest and two levels of exercise (same load and peak load). For comparisons of TAM between baseline and training phases in two levels of exercise were considered response to intervention results with concordance between Visual Analysis and at least one statistical test (Two Standard Deviation Band test and Celeration Line), considering significant p<0.05. Comparisons of TAM between rest and two levels of exercise were performed with ANOVA for repeated measures, considering significant p<0.017 according to Bonferroni correction. Comparisons of TAM between baseline and intervention phases showed significant decrease in PhRIB during same load and in PhREB during peak load in Participant 1, as well significant decrease in PhRIB and PhREB during same load and in PhRIB during peak load in Participant 2. No significant change was observed in other variables. Comparisons of TAM between rest and exercise showed significant increase in PhRIB, PhREB and CCF during exercise, in both participants, without significant differences between two levels of exercise. It was also observed that waveform during exercise was nonsinusoidal and irregularities appear to be arising out of abdominal compartment. These results suggest that exercise and endurance training influenced TAM of patients with COPD. Lower-limb endurance training promoted positive effect, decreasing asynchrony during exercise; however, the behavior of TAM variables throughout the study was not the same for both participants evaluated. This different behavior may be caused by individual characteristics, which highlights the possibility of distinct dynamic hyperinflation patterns. Exercise increased asynchrony relate to rest. Irregularities from abdominal compartment seem to be crucial for asynchrony observed during exercise.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGFisioterapiaExercícios respiratóriosDoença pulmonar obstrutiva crônicaTratamento respiratórioMedicina de reabilitaçãoDoença pulmonar obstrutiva crônicaExercícioReabilitaçãoMovimentação da parede torácicaUm programa de treinamento de endurance influencia o movimento toracoabdominal de pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica?info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdanielle_corr_a_fran_a.pdfapplication/pdf4448995https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MSMR-7W4M8R/1/danielle_corr_a_fran_a.pdf59164e17aa69963188cdcd8b176133b8MD51TEXTdanielle_corr_a_fran_a.pdf.txtdanielle_corr_a_fran_a.pdf.txtExtracted texttext/plain173668https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MSMR-7W4M8R/2/danielle_corr_a_fran_a.pdf.txt5896e9b0a7074b985d25caee4ee517f9MD521843/MSMR-7W4M8R2019-11-14 16:38:07.248oai:repositorio.ufmg.br:1843/MSMR-7W4M8RRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T19:38:07Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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