Fatores contextuais e individuais associados à dor dentária em adolescentes de 15 a 19 anos de idade do sudeste do Brasil

• Autor(a) principal: Thaís de Faria Fonseca Macedo
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/61079
• topic: Odontalgia; Adolescente; Determinantes sociais de saúde; Análise multinível; Odontalgia; Adolescente; Determinantes sociais da saúde; Análise multinível; Prevenção de doenças

A dor dentária em adolescentes tem sido descrita como uma experiência comum, que resulta em restrições substanciais na vida diária e é considerada um problema de Saúde Pública. A adolescência é uma fase transicional caracterizada por intensas mudanças físicas e psicológicas, em que indivíduos podem apresentar comportamentos que comprometem sua saúde, incluindo saúde bucal. Adolescentes são, portanto, um grupo vulnerável que requer atenção adequada baseada no contexto individual, familiar e social. O objetivo deste estudo transversal foi avaliar quais os fatores individuais e contextuais foram associados à dor dentária em adolescentes (15-19 anos de idade) do Sudeste Brasileiro, além de elaborar, como produtos técnicos, material educativo e um aplicativo, para os dentistas e adolescentes, sobre tópicos relevantes para prevenção da dor dentária. Para avaliação da dor dentária foram utilizados dados secundários obtidos do levantamento epidemiológico SB Minas 2012. A variável dependente foi dor dentária reportada nos últimos seis meses. As covariáveis foram: domínio (capital, Interior I e Interior II), sexo, cor da pele, renda familiar, prevalência de cárie dentária não tratada, condição periodontal, necessidade de tratamento dentário e tempo da última consulta odontológica. Variáveis contextuais foram: Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Coeficiente de Gini, analfabetismo, desemprego, renda de até metade do salário mínimo, renda de até um quarto do salário mínimo, cobertura de Atenção Primária à Saúde, cobertura das equipes de Saúde Bucal, acesso ao serviço dentário individual e taxa de escovação; essas covariáveis foram analisadas no nível regional do Estado. Um modelo de regressão logística (Razão de Chances – RC/IC95%) multinível foi usado para inferir associação entre os diferentes níveis, considerando ao final uma significância de 5%. Os dados foram analisados no programa IBM SPSS Software versão 22.0. A prevalência de dor dentária foi de 23,1% (277/1200). Adolescentes do sexo masculino apresentaram menor chance de ocorrência do desfecho (RC IC95% 0,53 0,37-0,75). Além disso, adolescentes cujas famílias ganham até R$1,500 reais tiveram 1,58 vezes maior chance de pertencer ao grupo com dor dentária (IC95% 1,07-2,33). Indivíduos com cárie dentária não tratada e com profundidade de sondagem acima de 3mm apresentaram maior chance de dor dentária, respectivamente, (p<0,001 e 0,034). E os adolescentes com necessidade de tratamento dentário mostraram quase sete vezes mais chance de ter o desfecho (RC IC95% 6,93 3,96-12,14). Não houve associação com variáveis contextuais. Concluiu-se que fatores socioeconômicos e clínicos estão associados à dor dentária. É necessário reforçar a formulação de políticas de saúde públicas mais efetivas. Três produtos técnicos foram elaborados: (uso de tecnologia digital - aplicativo, folheto informativo e banner), que intencionam informar com linguagem acessível conhecimentos da Odontologia para a prevenção da dor dentária. Conclui-se que o uso de tecnologias digitais interativas pode ser de grande valia para educação, prevenção e promoção de saúde.