Ninguém aprende samba no colégio?: música na escola, um diálogo entre culturas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rita de Cássia Cândido
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9EAH26
Resumo: O objetivo desta pesquisa foi investigar as interações sociais escolares estabelecidas entre um professor de música e seus alunos, para compreender, especificamente, as situações que propiciaram o desenvolvimento do trabalho musical criativo desses alunos, em sala de aula. Foram pesquisadas crianças entre 8 e 9 anos, de duas turmas, sendo uma de 3º e outra de 4º anos do ensino fundamental, ambas de escola da rede particular, em Belo Horizonte/MG. O desenvolvimento da pesquisa teve como perspectiva teórico-metodológica a abordagem do Grupo de Estudos e Pesquisa de Psicologia Histórico-Cultural (GEPSA), da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FaE/UFMG) e a Etnografia Interacional, proposta pelo Grupo de Discussão da Sala de Aula de Santa Barbara Classroom Discourse Group (SBCDG). Nesta pesquisa, as salas de aula foram consideradas espaços de construção de culturas. A observação participante foi utilizada como principal instrumento metodológico, por ser uma das mais importantes fontes de informação em pesquisas qualitativas, principalmente na área da Educação. Portanto, pensar a música na situação escolar significou promover diálogo entre culturas, para ampliar e expandir a escuta da diversidade cultural presente na comunidade escolar. O conceito de criatividade em educação musical adotado baseou-se na perspectiva dialética da construção do conhecimento, da Psicologia Histórico-Cultural, que considera criatividade toda realização humana criadora de algo novo, que modifica o presente e projeta o futuro. O tema aqui proposto justificou-se por inserir-se no atual contexto de retorno da obrigatoriedade do ensino de música nas escolas brasileiras, determinada pela Lei nº 11.769/2008, que torna oportuna a discussão sobre qual educação musical queremos oferecer às nossas crianças e jovens. A partir da análise dos dados dessa pesquisa, consideramos que o professor trabalhou com autonomia, num ambiente onde havia espaço físico e psicológico apropriados para o ensino de música. Ele implicou-se em sua prática docente, socializou seu conhecimento e fez uma importante mediação entre as atividades musicais e os alunos. Os recursos lúdicos utilizados em sala foram muito importantes para a qualidade dos vínculos estabelecidos. As mediações entre professor e alunos e alunos entre si deram sentido a experiências individuais e coletivas, possibilitando a realização de um processo criativo eficaz. A música Feitio de Oração, de Noel Rosa e Vadico, que inspirou o título desta dissertação, afirma que ninguém aprende samba no colégio. Tal afirmativa foi questionada, por sugerir que essa realidade pode ser diferente. Constata-se aqui que podemos, sim, aprender samba e/ou qualquer outro estilo musical popular no colégio.
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O desenvolvimento da pesquisa teve como perspectiva teórico-metodológica a abordagem do Grupo de Estudos e Pesquisa de Psicologia Histórico-Cultural (GEPSA), da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FaE/UFMG) e a Etnografia Interacional, proposta pelo Grupo de Discussão da Sala de Aula de Santa Barbara Classroom Discourse Group (SBCDG). Nesta pesquisa, as salas de aula foram consideradas espaços de construção de culturas. A observação participante foi utilizada como principal instrumento metodológico, por ser uma das mais importantes fontes de informação em pesquisas qualitativas, principalmente na área da Educação. Portanto, pensar a música na situação escolar significou promover diálogo entre culturas, para ampliar e expandir a escuta da diversidade cultural presente na comunidade escolar. O conceito de criatividade em educação musical adotado baseou-se na perspectiva dialética da construção do conhecimento, da Psicologia Histórico-Cultural, que considera criatividade toda realização humana criadora de algo novo, que modifica o presente e projeta o futuro. O tema aqui proposto justificou-se por inserir-se no atual contexto de retorno da obrigatoriedade do ensino de música nas escolas brasileiras, determinada pela Lei nº 11.769/2008, que torna oportuna a discussão sobre qual educação musical queremos oferecer às nossas crianças e jovens. A partir da análise dos dados dessa pesquisa, consideramos que o professor trabalhou com autonomia, num ambiente onde havia espaço físico e psicológico apropriados para o ensino de música. Ele implicou-se em sua prática docente, socializou seu conhecimento e fez uma importante mediação entre as atividades musicais e os alunos. Os recursos lúdicos utilizados em sala foram muito importantes para a qualidade dos vínculos estabelecidos. As mediações entre professor e alunos e alunos entre si deram sentido a experiências individuais e coletivas, possibilitando a realização de um processo criativo eficaz. A música Feitio de Oração, de Noel Rosa e Vadico, que inspirou o título desta dissertação, afirma que ninguém aprende samba no colégio. Tal afirmativa foi questionada, por sugerir que essa realidade pode ser diferente. Constata-se aqui que podemos, sim, aprender samba e/ou qualquer outro estilo musical popular no colégio.The aim of this research was to investigate social interactions established between a school music teacher and his students, to understand specifically the factors that led to the development of creative musical work of these students in the classroom. Were surveyed children between 8 and 9 years-old, in two classrooms, a 3rd and a 4th grade of an elementary school, both in a private school in Belo Horizonte/MG. The development of the research had as theoretical-methodological approach the Group of Studies and Research of Historical-Cultural Psychology (GEPSA), of the Faculty of Education in Federal University of Minas Gerais (FAE/UFMG) and the Interactional Ethnography, proposed by the Classroom Discussion Group of the Santa Barbara Classroom Discourse Group (SBCDG). We consider classrooms as spaces for building cultures and we used participant observation as the main methodological tool, for being one of the most important sources of information in qualitative research, especially in the Education area. Therefore to think music in the school situation meant to promote a dialogue between cultures, which broadens and expands listening to the cultural diversity present in the school community. The concept of creativity in music education adopted was based on the dialectical perspective of knowledge construction of Historical-Cultural Psychology which considers creativity as all human achievement that creates something new, modifies the present and projects the future. The theme proposed here was justified by being inserted in the current context of the return of compulsory music education in Brazilian schools, established by Law No. 11.769/2008, which makes it appropriate to discuss about what music education we want to provide our children and youths. The data analysis of this study showed that the teacher worked with autonomy in an environment where there was physical and psychological appropriate space for teaching music. He was involved in his teaching practice, socialized his knowledge and made an important mediation between musical activities and students. The recreational resources used in class were very important to the quality of the links established. Mediations between teacher and students and among students themselves gave meaning to individual and collective experiences, enabling the implementation of an effective creative process. Thus we bethink: the song Feitio de Oração, by Noel Rosa and Vadico, which inspired the title of this dissertation, states that no one learns samba at school. We questioned this assertion, suggesting that this reality can be different. As we see here, yes we can learn samba and/or any other popular musical style in school.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGAprendizagem  Cultura  EducaçãoMusica  Instrução e estudo  Educação multiculturalMusica na educaçãoCriatividadeCulturasAprendizagemMúsicaLei 11769/2008Ninguém aprende samba no colégio?: música na escola, um diálogo entre culturasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALningu_m_aprende_samba_colegio_ritac_ndido_fae_30.08.2013.pdfapplication/pdf1924097https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9EAH26/1/ningu_m_aprende_samba_colegio_ritac_ndido_fae_30.08.2013.pdf9d86255310d92fb8a66aa1d64e090e8cMD51TEXTningu_m_aprende_samba_colegio_ritac_ndido_fae_30.08.2013.pdf.txtningu_m_aprende_samba_colegio_ritac_ndido_fae_30.08.2013.pdf.txtExtracted texttext/plain327175https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9EAH26/2/ningu_m_aprende_samba_colegio_ritac_ndido_fae_30.08.2013.pdf.txte22fd804e6296fb383cea25160ac9fd7MD521843/BUBD-9EAH262019-11-14 03:07:29.213oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9EAH26Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T06:07:29Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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