Aspectos psicossociais na adesão ao tratamento de pessoas com HIV/AIDS: o uso do genograma para o conhecimento da rede familiar
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/GCPA-8FXQPP |
Resumo: | A disponibilização da terapia combinada representou um grande avanço no controle da epidemia de Human Immunodeficiency Virus/Acquired Immune Deficiency Syndrome (HIV/aids) mudando o perfil epidemiológico da doença no sentido de sua cronificação. Entretanto, a adesão ao tratamento antirretroviral (TARV) é, hoje, um dos grandes desafios para o sucesso do programa de distribuição universal egratuita de antirretrovirais e para o controle da epidemia. Vários aspectos relacionados à complexidade da vida das pessoas infectadas pelo HIV configuramse em barreiras importantes à adesão, sobretudo aqueles que dizem respeito a suas relações sociais, suas interações com o parceiro, suas relações com a família, e o suporte social que recebem. O objetivo deste estudo foi compreender a dinâmica darede social familiar de pessoas vivendo com HIV/aids e sua influência na TARV, com apoio metodológico do genograma. Para se alcançar o objetivo proposto, utilizou-se a metodologia qualitativa fundamentada nas teorias do Interacionismo de Goffman (1999) e Petitat (1998). Foram realizadas entrevistas individuais abertas e em profundidade com 26 sujeitos em uso de TARV, acompanhados em serviço de referência para tratamento do HIV/aids em Belo Horizonte, Minas Gerais. A análisefoi fundamentada na análise estrutural da narração. Os resultados foramorganizados em quatro categorias temáticas: 1) Estruturação da rede social familiar na trajetória de vida; 2) Revelação da soropositividade à família; 3) Interações familiares após a soropositividade; 4) Suporte social. A interpretação dos dados revelou que os sujeitos classificados como não aderentes à TARV possuíam uma rede familiar fragilizada, com interações familiares conflituosas e afastamento depessoas que poderiam prover apoio. Esses doentes não contavam com suporte social, ou só o tinham em momentos de piora de seu estado de saúde. Já os sujeitos classificados como aderentes possuíam uma rede familiar mais estruturada com referência de suporte social para a vivência do HIV por aqueles familiares que tinham conhecimento do diagnóstico. O segredo sobre o estado sorológico apresentou-se como uma constante na vida das pessoas infectadas, devido aomedo do estigma e da discriminação relacionados à doença. A revelação da soropositividade, quando ocorre, se dá para poucas pessoas do convívio social como forma de garantir a manutenção do sigilo sobre o diagnóstico. Dessa forma, os serviços de saúde, muitas vezes, são os únicos locais onde se fala sobre a vivência da soropositividade, sendo então, locais estratégicos para a implementação de instrumentos e de novas práticas de assistência à pessoa que vive com HIV/aids com a inclusão e o fortalecimento da rede familiar no tratamento. |
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Maria Imaculada de Fatima FreitasMaria das Gracas Braga CeccatoVania de SouzaWalquiria Jesusmara dos Santos2019-08-10T21:51:25Z2019-08-10T21:51:25Z2011-02-09http://hdl.handle.net/1843/GCPA-8FXQPPA disponibilização da terapia combinada representou um grande avanço no controle da epidemia de Human Immunodeficiency Virus/Acquired Immune Deficiency Syndrome (HIV/aids) mudando o perfil epidemiológico da doença no sentido de sua cronificação. Entretanto, a adesão ao tratamento antirretroviral (TARV) é, hoje, um dos grandes desafios para o sucesso do programa de distribuição universal egratuita de antirretrovirais e para o controle da epidemia. Vários aspectos relacionados à complexidade da vida das pessoas infectadas pelo HIV configuramse em barreiras importantes à adesão, sobretudo aqueles que dizem respeito a suas relações sociais, suas interações com o parceiro, suas relações com a família, e o suporte social que recebem. O objetivo deste estudo foi compreender a dinâmica darede social familiar de pessoas vivendo com HIV/aids e sua influência na TARV, com apoio metodológico do genograma. Para se alcançar o objetivo proposto, utilizou-se a metodologia qualitativa fundamentada nas teorias do Interacionismo de Goffman (1999) e Petitat (1998). Foram realizadas entrevistas individuais abertas e em profundidade com 26 sujeitos em uso de TARV, acompanhados em serviço de referência para tratamento do HIV/aids em Belo Horizonte, Minas Gerais. A análisefoi fundamentada na análise estrutural da narração. Os resultados foramorganizados em quatro categorias temáticas: 1) Estruturação da rede social familiar na trajetória de vida; 2) Revelação da soropositividade à família; 3) Interações familiares após a soropositividade; 4) Suporte social. A interpretação dos dados revelou que os sujeitos classificados como não aderentes à TARV possuíam uma rede familiar fragilizada, com interações familiares conflituosas e afastamento depessoas que poderiam prover apoio. Esses doentes não contavam com suporte social, ou só o tinham em momentos de piora de seu estado de saúde. Já os sujeitos classificados como aderentes possuíam uma rede familiar mais estruturada com referência de suporte social para a vivência do HIV por aqueles familiares que tinham conhecimento do diagnóstico. O segredo sobre o estado sorológico apresentou-se como uma constante na vida das pessoas infectadas, devido aomedo do estigma e da discriminação relacionados à doença. A revelação da soropositividade, quando ocorre, se dá para poucas pessoas do convívio social como forma de garantir a manutenção do sigilo sobre o diagnóstico. Dessa forma, os serviços de saúde, muitas vezes, são os únicos locais onde se fala sobre a vivência da soropositividade, sendo então, locais estratégicos para a implementação de instrumentos e de novas práticas de assistência à pessoa que vive com HIV/aids com a inclusão e o fortalecimento da rede familiar no tratamento.Combined therapy represented a great advance in the control of HumanImmunodeficiency Virus/Acquired Immune Deficiency Syndrome (HIV/aids), changing the epidemiological profile of the disease. However, adhesion to anti-retroviral therapy (ARVT) is one of the greatest challenges to epidemic control. Many aspects related to the complexity of life of infected people are barriers to the complete adhesion to the therapy, especially those aspects that interfere in social relations, inthe interaction with the partner, with family and in the social support the patient receives. The goal of this study was to understand the dynamic of the familys social network of people living with HIV/aids and its influence on ARVT. To reach this goal, the qualitative methodology based on the interaction theories of Goffman (1999) and Petitat (1998) was used. Individual interviews were done with 26 subjects under ARVT in Belo Horizonte, Brazil. The analysis was based on the structural narrativeanalysis. The results were organized in four thematic categories: 1) Structuring the family's network throuout life; 2) Revealing serumpositivity to the family; 3) Family interactions after seropositivity; 4) Social support. Data interpretation revealed that subjects non-adherent to the ARVT had the familys network weakened, with conflictual interactions and distance from people who might give any support. Those patients did not have any social support to count on, or only had it when their health was worse. The subjects classified as adherent had a more structured familys socialnetwork. The secret regarding the disease is constantly present in the life of infected people, due to fear of the stigma and prejudice related to the disease. Revealing seropositivity, when it happens, is done to few people of the social circle, in order to guarantee the maintenance of the secret regarding the diagnosis. Health services are strategical places to the implementation of instruments and of new practices of assistance to the person who lives with HIV/aids, promoting the inclusion and strengthening of familys network during the treatment.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGSíndrome de Imunodeficiência Adquirida/quimioterapiaHumanosSíndrome de Imunodeficiência Adquirida/psicologiaRecusa do Paciente ao Tratamento/psicologiaEnfermagemPesquisa QualitativaRelações FamiliaresApoio SocialAnti-Retrovirais/uso terapêuticoMedicaçãoRelações InterpessoaisAntirretroviraisPesquisa QualitativaRelações FamiliaresEnfermagem em Saúde Pública/MétodosSíndrome da Imunodeficiência AdquiridaAdesão àAspectos psicossociais na adesão ao tratamento de pessoas com HIV/AIDS: o uso do genograma para o conhecimento da rede familiarinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALwalquiria_jesusmara_dos_santos.pdfapplication/pdf2120548https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/GCPA-8FXQPP/1/walquiria_jesusmara_dos_santos.pdfe32669a77c24f0b38b626f394ce11434MD51TEXTwalquiria_jesusmara_dos_santos.pdf.txtwalquiria_jesusmara_dos_santos.pdf.txtExtracted texttext/plain424520https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/GCPA-8FXQPP/2/walquiria_jesusmara_dos_santos.pdf.txt90694a739e6d28b8bcd3446e03f6dc1cMD521843/GCPA-8FXQPP2019-11-14 09:55:41.859oai:repositorio.ufmg.br:1843/GCPA-8FXQPPRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T12:55:41Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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