Fístula liquórica espontânea primária da base anterior do crânio: aspectos clínicos e fisiopatológicos
Main Author: | |
---|---|
Publication Date: | 2009 |
Format: | Doctoral thesis |
Language: | por |
Source: | Repositório Institucional da UFMG |
Download full: | http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7SAJ5G |
Summary: | INTRODUÇÃO: A fístula liquórica espontânea primária (FLEP) da base anterior do crânio é uma entidade cuja detecção vem crescendo, mas ainda tem muitos aspectos clínicos, fisiopatológicos e terapêuticos pouco esclarecidos. O presente estudo teve o objetivo de avaliar tais aspectos. CASUÍSTICA E MÉTODO: O trabalho constituiu-se de duas partes. Na primeira, fez-se uma comparação dos dados clínicos de 26 pacientes portadores de FLEP e 23 pacientes com fístula liquórica traumática (FLT). Avaliaram-se: sexo, idade, localização da brecha ósteo-meníngea, tempo de sintomas, número de episódios de meningite, densidade de incidência de meningite e resultados finais. Nasegunda parte, um grupo de 20 pacientes com FLEP foi comparado com outro de 20 indivíduos normais quanto aos aspectos anatômicos da base do crânio, baseados em tomografia computadorizada. Fizeram-se medidas na base do crânio e avaliações do seio esfenóide, posição da crista Galli e aspecto do dorso selar. Ao final, fez-se a comparação do peso, estatura e índice de massa corporal (IMC). RESULTADOS: Na primeira parte do trabalho observou-se o predomínio de mulheres, com idade média de 50 anos no grupo de FLEP. No grupo de FLT,predominou o sexo masculino, com idade média de 22 anos. As FLEPapresentaram localização mais frequente no seio esfenoidal, enquanto as FLT predominaram na região fronto-etmoidal. Houve 0,6 e 1,3 episódios de meningite por paciente nos grupos de FLEP e FLT, respectivamente (p=0,038). A densidade de incidência de meningite foi de 0,1 e 0,2 por paciente-mês (p=0,016). Na segunda parte do trabalho não foi observada diferença nos diâmetros e ângulos da base do crânio. Encontrou-se dorso selar erodido em 30% dos casos de FLEP, mas em nenhum dos casos do grupo controle (p=0,020). A altura selar foimaior no grupo de FLEP (1,0 cm contra 0,8 cm, p=0,002). Todos os casos de FLEP apresentaram peso acima do normal; 50% estavam na categoria de obesos. O IMC médio dos portadores de FLEP foi maior que o dos casos controle (p=0,003). CONCLUSÕES: Pacientes com FLEP e FLT apresentaram quadro clínico e epidemiológico distintos. Portadores de FLEP não tiveram alterações globais na base do crânio, entretanto o aumento da altura da sela túrcica reforça a associação com síndrome de sela vazia. A alteração do dorso selar representa sinal indireto de hipertensão intracraniana. |
id |
UFMG_1c57fda2880fe0c753533cb016debf2a |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/ECJS-7SAJ5G |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
Roberto Eustaquio Santos GuimaraesMarcelo Dias SanchesCelso Goncalves BeckerSamuel Tau ZymbergPaulo Henrique Pires de AguiarAlexandre Varella Giannetti2019-08-09T22:39:07Z2019-08-09T22:39:07Z2009-03-02http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7SAJ5GINTRODUÇÃO: A fístula liquórica espontânea primária (FLEP) da base anterior do crânio é uma entidade cuja detecção vem crescendo, mas ainda tem muitos aspectos clínicos, fisiopatológicos e terapêuticos pouco esclarecidos. O presente estudo teve o objetivo de avaliar tais aspectos. CASUÍSTICA E MÉTODO: O trabalho constituiu-se de duas partes. Na primeira, fez-se uma comparação dos dados clínicos de 26 pacientes portadores de FLEP e 23 pacientes com fístula liquórica traumática (FLT). Avaliaram-se: sexo, idade, localização da brecha ósteo-meníngea, tempo de sintomas, número de episódios de meningite, densidade de incidência de meningite e resultados finais. Nasegunda parte, um grupo de 20 pacientes com FLEP foi comparado com outro de 20 indivíduos normais quanto aos aspectos anatômicos da base do crânio, baseados em tomografia computadorizada. Fizeram-se medidas na base do crânio e avaliações do seio esfenóide, posição da crista Galli e aspecto do dorso selar. Ao final, fez-se a comparação do peso, estatura e índice de massa corporal (IMC). RESULTADOS: Na primeira parte do trabalho observou-se o predomínio de mulheres, com idade média de 50 anos no grupo de FLEP. No grupo de FLT,predominou o sexo masculino, com idade média de 22 anos. As FLEPapresentaram localização mais frequente no seio esfenoidal, enquanto as FLT predominaram na região fronto-etmoidal. Houve 0,6 e 1,3 episódios de meningite por paciente nos grupos de FLEP e FLT, respectivamente (p=0,038). A densidade de incidência de meningite foi de 0,1 e 0,2 por paciente-mês (p=0,016). Na segunda parte do trabalho não foi observada diferença nos diâmetros e ângulos da base do crânio. Encontrou-se dorso selar erodido em 30% dos casos de FLEP, mas em nenhum dos casos do grupo controle (p=0,020). A altura selar foimaior no grupo de FLEP (1,0 cm contra 0,8 cm, p=0,002). Todos os casos de FLEP apresentaram peso acima do normal; 50% estavam na categoria de obesos. O IMC médio dos portadores de FLEP foi maior que o dos casos controle (p=0,003). CONCLUSÕES: Pacientes com FLEP e FLT apresentaram quadro clínico e epidemiológico distintos. Portadores de FLEP não tiveram alterações globais na base do crânio, entretanto o aumento da altura da sela túrcica reforça a associação com síndrome de sela vazia. A alteração do dorso selar representa sinal indireto de hipertensão intracraniana.BACKGROUND AND PURPOSE: There has been an increase in the detection of primary spontaneous cerebrospinal fluid fistula (PSF) of the anterior skull base; however, many of its clinical, pathophysiological and therapeutical aspects are still misunderstood. The purpose of this paper was to evaluate such aspects. MATERIAL AND METHODS: Our study was made in two stages. In the first one, clinical data of 26 patients with PSF were compared to 23 patients with late traumatic fistula (LTF). Sex, age, location of the osteomeningeal breach, time of symptoms, number of episodes of meningitis, density of incidence of meningitis and final outcome were compared. In the second stage, a group of 20 patientswith PSF were compared to 20 normal control individuals in terms of skull base anatomy evaluated by computed tomography images. Skull base measurements and evaluation of the sphenoid sinus, position of the crista galli and status of the dorsum sella were made. Weight, height and body mass index (BMI) were also compared between these groups.RESULTS: In the first part of the study, female sex and sphenoid sinus location were more frequent in the PSF patients, whose mean age was 50 years. In the LTF group, male sex and fistula in the frontal and ethmoidal region were more common, while the mean age was 22 years. There were 0.6 and 1.3 episodes of meningitis per patient in the PSF and LTF groups, respectively (p=0.038). Density of incidence of meningitis was 0.1 and 0.2 per patient-month, in groups PSF and LTF, respectively (p=0.016). In the second part of the study, there was no difference in the diameters and angles of the skull base. Dorsum sella was founderoded in 30% of PSF patients and in none of the control group (p=0.020). Sellar height was larger in the PSF group (1.0 cm versus 0.8 cm, p= 0.002). All PSF patients were overweight and 50% were classified as obese. BMI in the PSF patients was higher than in control individuals (p=0.003). CONCLUSIONS: Presentation and epidemiological aspects differ in PSF and LTF patients. PSF patients had no global alterations in the skull base, though their increase in height of the sella turcica strengthens their association with empty sella syndrome. The erosion of dorsum sella found in PSF patients represents an indirect sign of intracranial hypertension.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGPseudotumor cerebralTomografiaBase do crânioMeningiteFístula/fisiopatologiaCirurgiaTomografia computadorizadaFístula liquóricaHipertensão intracraniana benignaBase do crânioMeningiteFístula liquórica espontânea primária da base anterior do crânio: aspectos clínicos e fisiopatológicosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALalexandre_giannetti.pdfapplication/pdf7765280https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-7SAJ5G/1/alexandre_giannetti.pdfed689541d55d0f339d9a882868b42a4aMD51TEXTalexandre_giannetti.pdf.txtalexandre_giannetti.pdf.txtExtracted texttext/plain199116https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-7SAJ5G/2/alexandre_giannetti.pdf.txt89f7a718d1358b35e02ae8d2967fde3eMD521843/ECJS-7SAJ5G2019-11-14 06:38:18.588oai:repositorio.ufmg.br:1843/ECJS-7SAJ5GRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T09:38:18Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Fístula liquórica espontânea primária da base anterior do crânio: aspectos clínicos e fisiopatológicos |
title |
Fístula liquórica espontânea primária da base anterior do crânio: aspectos clínicos e fisiopatológicos |
spellingShingle |
Fístula liquórica espontânea primária da base anterior do crânio: aspectos clínicos e fisiopatológicos Alexandre Varella Giannetti Tomografia computadorizada Fístula liquórica Hipertensão intracraniana benigna Base do crânio Meningite Pseudotumor cerebral Tomografia Base do crânio Meningite Fístula/fisiopatologia Cirurgia |
title_short |
Fístula liquórica espontânea primária da base anterior do crânio: aspectos clínicos e fisiopatológicos |
title_full |
Fístula liquórica espontânea primária da base anterior do crânio: aspectos clínicos e fisiopatológicos |
title_fullStr |
Fístula liquórica espontânea primária da base anterior do crânio: aspectos clínicos e fisiopatológicos |
title_full_unstemmed |
Fístula liquórica espontânea primária da base anterior do crânio: aspectos clínicos e fisiopatológicos |
title_sort |
Fístula liquórica espontânea primária da base anterior do crânio: aspectos clínicos e fisiopatológicos |
author |
Alexandre Varella Giannetti |
author_facet |
Alexandre Varella Giannetti |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Roberto Eustaquio Santos Guimaraes |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Marcelo Dias Sanches |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Celso Goncalves Becker |
dc.contributor.referee3.fl_str_mv |
Samuel Tau Zymberg |
dc.contributor.referee4.fl_str_mv |
Paulo Henrique Pires de Aguiar |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Alexandre Varella Giannetti |
contributor_str_mv |
Roberto Eustaquio Santos Guimaraes Marcelo Dias Sanches Celso Goncalves Becker Samuel Tau Zymberg Paulo Henrique Pires de Aguiar |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Tomografia computadorizada Fístula liquórica Hipertensão intracraniana benigna Base do crânio Meningite |
topic |
Tomografia computadorizada Fístula liquórica Hipertensão intracraniana benigna Base do crânio Meningite Pseudotumor cerebral Tomografia Base do crânio Meningite Fístula/fisiopatologia Cirurgia |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Pseudotumor cerebral Tomografia Base do crânio Meningite Fístula/fisiopatologia Cirurgia |
description |
INTRODUÇÃO: A fístula liquórica espontânea primária (FLEP) da base anterior do crânio é uma entidade cuja detecção vem crescendo, mas ainda tem muitos aspectos clínicos, fisiopatológicos e terapêuticos pouco esclarecidos. O presente estudo teve o objetivo de avaliar tais aspectos. CASUÍSTICA E MÉTODO: O trabalho constituiu-se de duas partes. Na primeira, fez-se uma comparação dos dados clínicos de 26 pacientes portadores de FLEP e 23 pacientes com fístula liquórica traumática (FLT). Avaliaram-se: sexo, idade, localização da brecha ósteo-meníngea, tempo de sintomas, número de episódios de meningite, densidade de incidência de meningite e resultados finais. Nasegunda parte, um grupo de 20 pacientes com FLEP foi comparado com outro de 20 indivíduos normais quanto aos aspectos anatômicos da base do crânio, baseados em tomografia computadorizada. Fizeram-se medidas na base do crânio e avaliações do seio esfenóide, posição da crista Galli e aspecto do dorso selar. Ao final, fez-se a comparação do peso, estatura e índice de massa corporal (IMC). RESULTADOS: Na primeira parte do trabalho observou-se o predomínio de mulheres, com idade média de 50 anos no grupo de FLEP. No grupo de FLT,predominou o sexo masculino, com idade média de 22 anos. As FLEPapresentaram localização mais frequente no seio esfenoidal, enquanto as FLT predominaram na região fronto-etmoidal. Houve 0,6 e 1,3 episódios de meningite por paciente nos grupos de FLEP e FLT, respectivamente (p=0,038). A densidade de incidência de meningite foi de 0,1 e 0,2 por paciente-mês (p=0,016). Na segunda parte do trabalho não foi observada diferença nos diâmetros e ângulos da base do crânio. Encontrou-se dorso selar erodido em 30% dos casos de FLEP, mas em nenhum dos casos do grupo controle (p=0,020). A altura selar foimaior no grupo de FLEP (1,0 cm contra 0,8 cm, p=0,002). Todos os casos de FLEP apresentaram peso acima do normal; 50% estavam na categoria de obesos. O IMC médio dos portadores de FLEP foi maior que o dos casos controle (p=0,003). CONCLUSÕES: Pacientes com FLEP e FLT apresentaram quadro clínico e epidemiológico distintos. Portadores de FLEP não tiveram alterações globais na base do crânio, entretanto o aumento da altura da sela túrcica reforça a associação com síndrome de sela vazia. A alteração do dorso selar representa sinal indireto de hipertensão intracraniana. |
publishDate |
2009 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2009-03-02 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2019-08-09T22:39:07Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2019-08-09T22:39:07Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7SAJ5G |
url |
http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7SAJ5G |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-7SAJ5G/1/alexandre_giannetti.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-7SAJ5G/2/alexandre_giannetti.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
ed689541d55d0f339d9a882868b42a4a 89f7a718d1358b35e02ae8d2967fde3e |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1797971207685931008 |