As formações nominais em textos sobre racismo e antirracismo: o caso das nominalizações

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Waldemar Duarte de Alencar Neto
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/LETR-B9EH29
Resumo: Este trabalho apresenta um estudo sobre aspectos relacionados à Nominalização, com fundamento nos pressupostos teóricos da Semântica da Enunciação proposta por Guimarães (1995; 2005). Tradicionalmente definido como o processo pelo qual se obtém uma palavra a partir de outra já existente, esse fenômeno é discutido no âmbito de uma perspectiva que produz, segundo Dias (2015c), um olhar para a língua que resulta em diferenças significativas no conceito de forma linguística e, consequentemente, na abordagem das unidades articulatórias, concebidas como formações nominais. Desse modo, compreender o funcionamento enunciativo das nominalizações nas formações nominais implica buscar as razões enunciativas para as relações linguísticas nucleadas por uma forma nominalizada, isto é, significa buscar as pertinências que essa forma adquire na relação entre uma atualidade de seu uso e os referenciais que a situam historicamente. Considerando um corpus diversificado, constituído de textos sobre racismo e antirracismo, analisamos as ocorrências, demarcando diferenças entre referenciais históricos e pertinências enunciativas por meio do trabalho com as redes enunciativas, e observamos, em síntese, o seguinte: como forma linguística qualificada na enunciação, a nominalização adquire uma pertinência enunciativa na medida em que algo anterior, configurado como uma predicação de existência, assegura que ela esteja situada daquela maneira, e não de outra, no enunciado. Como forma condensadora de uma memória de enunciações pela recorrência de seus usos, ela é capaz de, na convergência enunciativa, perspectivar, definindo, em alguma medida, os rumos da significação. Se em torno da nominalização discute-se, sob outras perspectivas, os efeitos de apagamento, tomamos, do nosso ponto de vista, esse silêncio (sintático) como algo significativo. Nesse ponto da pesquisa, ampliamos a leitura enunciativa do objeto ao propormos um estatuto de completude ligado à nominalização, mas deslocando essa noção de completude dos insuficientes conceitos de complementação e necessidade, e voltando o olhar para a requalificação dos lugares sintáticos de sujeito e de complemento, ancorada na relação constitutiva entre uma dimensão material e uma dimensão simbólica, de ordem enunciativa. Ao final, propomos contínuos de representação que clarificaram a capacidade que as nominalizações têm de evocar referenciais que vão definir os modos de produção de pertinência no acontecimento enunciativo.
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Desse modo, compreender o funcionamento enunciativo das nominalizações nas formações nominais implica buscar as razões enunciativas para as relações linguísticas nucleadas por uma forma nominalizada, isto é, significa buscar as pertinências que essa forma adquire na relação entre uma atualidade de seu uso e os referenciais que a situam historicamente. Considerando um corpus diversificado, constituído de textos sobre racismo e antirracismo, analisamos as ocorrências, demarcando diferenças entre referenciais históricos e pertinências enunciativas por meio do trabalho com as redes enunciativas, e observamos, em síntese, o seguinte: como forma linguística qualificada na enunciação, a nominalização adquire uma pertinência enunciativa na medida em que algo anterior, configurado como uma predicação de existência, assegura que ela esteja situada daquela maneira, e não de outra, no enunciado. Como forma condensadora de uma memória de enunciações pela recorrência de seus usos, ela é capaz de, na convergência enunciativa, perspectivar, definindo, em alguma medida, os rumos da significação. Se em torno da nominalização discute-se, sob outras perspectivas, os efeitos de apagamento, tomamos, do nosso ponto de vista, esse silêncio (sintático) como algo significativo. Nesse ponto da pesquisa, ampliamos a leitura enunciativa do objeto ao propormos um estatuto de completude ligado à nominalização, mas deslocando essa noção de completude dos insuficientes conceitos de complementação e necessidade, e voltando o olhar para a requalificação dos lugares sintáticos de sujeito e de complemento, ancorada na relação constitutiva entre uma dimensão material e uma dimensão simbólica, de ordem enunciativa. Ao final, propomos contínuos de representação que clarificaram a capacidade que as nominalizações têm de evocar referenciais que vão definir os modos de produção de pertinência no acontecimento enunciativo.This work presents a study on aspects related to Nominalization, based on the theoretical assumptions of Semantics of Enunciation proposed by Guimarães (1995, 2005). Traditionally defined as the process by which one obtains a word from another already existing, this phenomenon is discussed within a perspective that produces, according to Dias (2015c), a look at the language that results in significant differences in the concept of linguistic form and, consequently, in the approach of the articulatory units, conceived as nominal formations. In this way, to understand the enunciative functioning of nominalizations in nominal formations implies searching for the enunciative reasons for the linguistic relations nucleated by a nominalized form, that is, to search for the pertinences that this form acquires in the relation between a current of its use and the references that they situate it historically. Considering a diversified corpus, made up of texts on racism and antiracism, we analyzed the occurrences, demarcating differences between historical references and enunciative pertinences through the work with enunciative networks, and we observe in summary the following: as a qualified linguistic form in the enunciation, nominalization acquires an enunciative pertinence whereas a prior object, configured as a predication of existence, ensures that it is situated in that way, not another, in the statement. As a condensing form of a memory of enunciations by the recurrence of its uses, it is able, in enunciative convergence, to envisage, defining, in some measure, the directions of signification. If, in other perspectives, the effects of deletion are discussed around the nominalization, we take this (syntactic) silence from our point of view as meaningful. At this point in the research, we broaden the enunciative reading of the object by proposing a status of completeness linked to nominalization, but shifting this notion of completeness from the insufficient concepts of complementation and necessity, and turning our attention to the requalification of syntactic places of subject and complement, anchored in the constitutive relation between a material dimension and a symbolic dimension, of enunciative order. In the end, we propose continuous representations that clarify the capacity that nominalizations have to evoke references that will define the modes of production of pertinence in the enunciative event.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGLíngua portuguesa SintaxeSemânticaEnunciaçãoRacismo na linguagemFormação NominalEnunciaçãoNominalizaçãoAs formações nominais em textos sobre racismo e antirracismo: o caso das nominalizaçõesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINAL1719d.pdfapplication/pdf8419879https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-B9EH29/1/1719d.pdf61f0857ef6cef058942c5159afb6b3e9MD51TEXT1719d.pdf.txt1719d.pdf.txtExtracted texttext/plain540011https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-B9EH29/2/1719d.pdf.txt3875b487c14769ac3969845a68a56a69MD521843/LETR-B9EH292019-11-14 10:12:50.435oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-B9EH29Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T13:12:50Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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